Tag: amor

  • Nenhum outro alguém

    Eu amo seu sorriso. Não ligo se o motivo dele são minhas caretas ou meus tropeços. Tanto faz. Ele me faz esquecer tudo – até mesmo de respirar – e a única coisa que consigo fazer é sorrir. E fico assim enquanto você está ali, ao meu lado. Até dá vontade de falar qualquer coisa só para escutar suas risadas. Elas são únicas.
    Eu amo o seu jeito de andar. É tão despreocupado, tão… você. Às vezes me pergunto o motivo de reparar tanto nisso. É como se meu cérebro quisesse gravar cada detalhe seu, só para, mais tarde, encher minha mente sobre você.
    Eu amo seu olhar. Ele é tão confiante, tão suave e confortável. Eu queria poder fitá-los para sempre, dizer como me sinto bem ao fazer isso. Eu poderia ler sua alma através dele. Ou não. Ainda não sei se você é um livro fácil de se entender. Estou em dúvida.
    Eu amo o jeito que você arruma o cabelo. Ainda não sei o porquê, mas amo. De qualquer forma, sempre que me atrevo a bagunçá-lo, me sinto bem. Fazer isso é bom e me faz sentir como se eu fosse especial.
    Eu amo a sua voz e o jeito que você fala. Ela é tão calma, tão suave e gostosa de se ouvir. Fico procurando assuntos diversos só para ter o que escutar. Somente com você, eu não me importo de ficar quieta. Desde que meus ouvidos tenham uma dose extra da sua voz.
    Eu amo o jeito como você chega perto de mim. Amo o modo como me chama todos os dias, desde os seus “psiu”, quando me encontra na rua, até o meu apelido, quando está mais perto e me cumprimenta. Meu coração dispara sempre que sinto você chegar. Aliás, posso contar um segredo? Ele sempre sente sua aproximação.
    Eu amo tudo isso em você. E por amar cada característica sua, eu chego a te odiar. Simplesmente pelo fato de não estar perto de mim agora. Simplesmente pelo fato de cada uma delas serem únicas… E não ser possível encontrá-las em nenhum outro alguém. Só em você.
  • Para sempre

    Pois é amiga, ele se foi. Novamente o coração foi burro, te pregou peças e bagunçou sua vida. As lágrimas acabaram se tornando confortáveis e aquelas músicas – que antes não faziam sentido algum – começaram a ser um ponto de paz. Chorar se tornou rotina. Normal. Faz parte.
    Ele seguiu em frente, com razões certas ou erradas. Apegar-se ao adeus não é saudável, buscar saber sobre ele, sobre o que faz, muito menos. A vida precisa continuar e se apoiar em memórias não vale a pena. Deixa o tempo se encarregar de resolver tudo. Ele sempre é a melhor solução.
    Ainda existem muitas lágrimas para derramar e muitos desabafos para fazer. E em todos esses momentos, pode contar comigo. Seu porto seguro se foi, mas ainda resta uma base para se apoiar: eu.
    Não se preocupe com a dor e não tente evitá-la. Chore quando for preciso, desabafe quando quiser e deixe que tudo o que te machuca saia de você. Coloque todas as mágoas para fora, se livre delas e não deixe que voltem. Vai doer, sim. Mas eu prometo que vai passar.
    Amar também dói e nem preciso falar como. Ninguém está livre de se decepcionar, se despedir de alguém especial ou perder aquele grande amor. Faz parte da vida e acontece com todos. Só nos resta usar essas experiências como força e amadurecer. É o jeito.
    Garotos vêm e vão. Amigas de verdade vêm e ficam. E acredite: eu estou aqui por você. Para sempre.
  • Entrelinhas: At first sight

    Lembro perfeitamente a primeira vez que te vi, e fiquei fixada naquele seu sorriso. Como alguém pode ser tão lindo logo pela manhã? Simplesmente nunca consigo tirar os meus olhos de você.
    Parece que estou sonhando quando você diz que eu sou linda, cada vez que percebo que não preciso mais ficar apenas te observando de longe, agora posso te alcançar. É inexplicável como fico extasiada com seu perfume, e isso me deixa toda atrapalhada. Sua forma de não se importar com os meus defeitos e suas despreocupadas mexidas no cabelo me encantam.
    É possível sentir as famosas borboletas no estômago desde a primeira vez, todos os dias, só por te ver? Porque é o que eu sinto. Nunca desejei tanto poder estar com alguém, como desejo agora… Nunca quis tanto que os finais de semana passassem rápido, só para ver um sorriso. Pensar em você já virou rotina.
    É bom acordar sabendo que você vai estar lá, sem os metros e a timidez que costumavam nos separar. E espero, com todas as minhas forças, que a cada dia essa distância diminua, até que eu finalmente descubra qual é o gosto do seu beijo. Fico feliz por ter te encontrado. Você é a pessoa certa, na hora certa.
    Quem escreveu esse texto?
    Renata Rocha, mais conhecida como Rêe, é mineira, tem 18 anos e é dona do blog Ideias de Menina. Estudante de Letras, pisciana muito sonhadora, louca por maquiagens e sapatos, romântica ao extremo e completamente apaixonada pela Língua Espanhola. Futura professora, dá aulas particulares de Espanhol no tempo livre. Ama escrever, sempre quando pode está escrevendo sobre sentimentos e sobre o amor. Basicamente, uma menina querendo mostrar para o mundo suas ideias e que é capaz de fazer a diferença.
  • Aquela aula

    Parece que, ultimamente, começo de aula significa sono para mim. Estava tão exausta que a voz da professora servia como canção de ninar para meus ouvidos. Apoiei meus braços na carteira e deitei minha cabeça sobre eles, ainda – tentando – entender algo que a senhorita Veloso ensinava. Era um esforço e tanto da minha parte.
    – O trabalho de hoje é simples, turma. – Começou a professora – Vou formar duplas e vocês terão que criar um texto sobre as consequências do preconceito para a sociedade. Bom, vamos lá!
    Demorei alguns segundos para entender o motivo de tanto movimento na sala. Peguei minha bolsa (que a essa hora já estava no chão) e acompanhei meus colegas. Estava procurando minha amiga, Rafaela, quando a professora nos interrompeu. 
    – Eu disse que eu formaria as duplas, pessoal! Quero todo mundo nos seus lugares, vou informá-los seus parceiros em alguns segundos.
    A senhorita Veloso se escondeu atrás de uns papeis e, momentos depois, levantou-se novamente. Aquilo já estava me dando sono, de novo.
    Toda a turma recomeçou a se movimentar assim que a voz da professora foi informando quem ficaria com quem. Gritinhos aqui, suspiros de decepções ali e eu quase caindo em minha inconsciência. Até que ela falou minha dupla.
    – Lia Dourado e Diego Martins. Dupla número 5.
    Escutar meu nome e o dele ao mesmo tempo foi como um ar gelado em meu rosto quente. Não tinha certeza se era aquilo que ela havia dito e fiquei com medo de levantar. Olhei para o outro lado da sala e ele ainda estava ali, parado, como se não importasse com quem faria a atividade. Diego me olhou, esperando que eu me levantasse ou fizesse algum gesto para que ele se sentasse ao meu lado. Congelei onde estava.
    A professora ainda me encarava, esperando algo de mim, com certeza. Juntei minhas coisas, levantei e, sob olhar da senhorita Veloso, fui sentar-me ao lado de quem eu deixaria por último na minha lista de parceiros.
    Diego me olhou, indiferente, e começou a prestar atenção na lousa. A professora escreveu o tema da atividade no quadro, explicou como queria que fosse feito e se sentou. 
    – E então, quem começa? – Diego me perguntou enquanto procurava seu caderno e sua caneta. Ele escreveu seu nome, número e a classe. Depois, empurrou a folha para o canto da mesa, em minha direção. Fiz o mesmo e escrevi meus dados ali, ainda com o olhar baixo.
    Diego aproximou sua cadeira da minha, talvez porque pensasse que eu não o escutava. Seja lá quais eram suas intenções, permaneci intacta. Até que senti algo grudar em minha cabeça, quente.
    – Olha, Lia, somos nós no quadro! – Ele riu. – Nossas cabeças estão juntas, parecemos um casal.
    – É… Parecemos mesmo. – Encarei nossos rostos na lousa, que por culpa da luz, agora refletia algo que lembrava nós dois. Fitei nossas cabeças coladas, querendo rir daquilo ou, quem sabe, acordar do sonho idiota. 
    – Sabe, ver isso faz meu coração doer. – Diego comentou, ainda com sua cabeça colada na minha. Senti seu olhar abaixar.
    – Por quê? – Perguntei, realmente curiosa.
    – Porque não ajuda em nada nos ver assim. – Ele voltou a sua posição normal, assim como eu. Nos olhamos e fiquei surpresa com o que ele havia dito. Se não o visse pronunciar as palavras com tanta clareza, pensaria que estava alucinando.
    Não resisti e, sem me importar se alguém nos assistia, sem ligar para a redação idiota da professora e sem lembrar de que eu evitava sequer olhar para Diego só para não entregar o que sentia, eu uni nossos lábios. Comecei com um selinho, e mesmo sendo tão bobo, meu estômago se encheu de borboletas. Eu nunca o tocara assim, e fazer isso de uma hora para outra, poderia vir de qualquer uma. Menos de mim.
    – Isso ajuda? – Perguntei, tonta.
    – Não, não ajuda. – Ele retribuiu o selinho. E, mesmo sem querer, eu sorri. Meus lábios se puxaram automaticamente, assim como minha boca colou novamente na dele.
    – Acho que ajuda.
    – Não, acho que isso, sim, ajuda.
    Diego colocou suas mãos em meu pescoço, me olhou com seus olhos penetrantes e, antes de me beijar, sorriu, do jeito que eu nunca o vira sorrir, não para mim. Sua boca tocou na minha e nossas línguas não demoraram a se encontrar. Não sei quanto tempo ficamos ali, curtindo um ao outro, curtindo o que havíamos descoberto em alguns minutos. Mas nada nos deteve: nem a professora e seus papéis, nem nossos colegas de sala e suas redações.
    Nós sorrimos um para o outro e sentamos mais perto. Encostei minhas costas em seu peito e ele fechou seus braços por minha cintura. Eu não tinha certeza se aquilo era um sonho. A única certeza que eu tinha era que, se fosse, eu queria permanecer dormindo por muito tempo.
    – Lia, você vai de transporte escolar? – Perguntou-me, após um tempo.
    – Não, vou de ônibus. Tenho curso depois daqui. Por quê?
    – Ah, queria que você fosse comigo. – Lamentou-se. – Ia ser tão bom te ter do meu lado por mais tempo…
    Eu olhei em seus olhos, sem saber o que dizer. Entrelacei nossos dedos, esperando que esse simples gesto fosse o suficiente para mostrar como eu queria aquilo também. 
    Diego puxou nossas mãos para seu coração e me beijou novamente. E enquanto nossas línguas se reencontravam, minha mão sentia o calor da mão dele. Era como uma cena de um filme: tudo perfeito, sem nada que pudesse nos atrapalhar. E, como complemento, nossos corações agiam como trilha sonora, deixando tudo mais perfeito… Deixando tudo se explicar.
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    Da blogueira: Quero que me perdoem pelo texto bobo, enorme, romântico e meloso. Na verdade, só reescrevi um sonho que tive esses dias (que me inspirou para este texto também). Eu queria guardá-lo e transformar tudo isso em conto foi o melhor que pude fazer. Não sou boa para lembrar de meus sonhos quando acordo, mas grande parte é real. Sei que vocês vão me entender melhor que ninguém… Afinal, sonhos nunca tem sentido. Principalmente quando há algo mais envolvido neles. Beijos, Julie.
  • Nos(otros)

    É pedir demais para esquecer os outros e se focar somente em nós? Não sei se você percebeu, mas nossa relação não é a mesma há muito tempo. Enquanto tento salvar o que restou, você finge estar tudo bem e não move um dedo para me manter ao seu lado. Pelo visto, só sua imagem importa, só o que os outros pensam de você.
    Eu me lembro de quando nos conhecemos; seu sorriso foi o primeiro a me ganhar. Tudo em você era perfeito: seu perfume, seu jeito de andar e até o modo como cruzava os braços quando se zangava. Era tudo bom demais para ser verdade, e não tente negar: nós dois sabemos o que houve aqui.
    Sua segurança é só uma imagem. Você é só uma farsa. Tudo o que há por fora é o contrário por dentro. E eu descobri isso da pior forma.
    Nós nunca vamos dar certo. Nunca. Você se importa com o que pensam de você, eu não ligo. Você quer postura, eu quero amor. Você faz o que seus amigos querem, eu acho todos eles idiotas. Somos o tipo perfeito de opostos que não se atraem.
    Enquanto os outros estiverem interferindo em nós, nada nunca será como deve ser. Se realmente acha que vale a pena continuar, você sabe a regra: é só eliminar os parênteses e depois continuar com a equação.