Tag: Contando uma canção

  • Contando uma canção: Para o infinito e além!

    Ela só desejava ir um pouco mais rápido. A garota de longos cabelos ruivos que dançavam ao vento, dirigia o mais rápido possível para chegar ao seu destino. Mas que destino seria este? Nem ela sabia, ela só teria pegado o carro em uma noite qualquer e desde então dirigia livremente pela estrada.
    O rádio tocava uma bela canção de rock e dentro dela todos os sentimentos entravam em guerra. Seria tão difícil assim escolher com quem ficar? Escolher o que é certo para você? Seria tão fácil esquecer todo o passado e recomeçar? Parece que de alguma maneira sim. Anne, o nome ao qual ela havia inventado para dizer a todos os caras que conhecia em um bar qualquer de estrada, acreditava que poderia recomeçar na estrada. Dirigindo sem rumo com uma bela canção.
    Os bares ao qual ela visitava sempre era cheio de motoqueiros com suas Harley Davidson, não que ela fosse fã de alguns deles. Mas a vida na estrada não é fácil, e quem disse que seria? Estar sozinha na noite, apenas com os pássaros e a silenciosa lua que ilumina cada quilometro que ela passava, não era nenhum pouco reconfortante. Porém no final do dia sempre havia algum bar ou alguém a quem ela pudesse se embebedar junto e contar todos os seus segredos. 
    Ela conhecera um garoto, ao qual costuma contar onde estivera e para onde estaria indo. Ele simplesmente a observava e falava na hora certa, entretanto ele também era intenso. O modo como ele a olhava diretamente nos olhos, como ele sorria e como a acompanhava até o carro todas as noites, ele era intenso de todas as formas. E também era genuinamente encantador aos olhos dela. Mas a noite sempre tem um fim, e todas as noites ele a deixava na porta do carro, sorria e ia embora. Encontrando-a em outro bar, a milhas de distância.
    E mesmo a milhas de distâncias dali ele conseguia invadir os pensamentos dela. Aumenta o som, por favor. Ela ainda pode ouvir os próprio pensamentos. Acelere só mais um pouco querida e você estará no seu destino. Ela não sabia para onde ir quando começou toda esta loucura, agora ela sabe. Ela apenas dirige até ele.
    Anne, estando bela de longe como uma estrela negra, com batom vermelho e rímel azul sendo os Estados Unidos, flutou mais uma vez para dentro de um bar. Onde flertou com aqueles olhos que a desejavam intensamente. Mas esta noite ela não pode ficar, porque a guerra acabou, ela sabe para onde está indo.
    Ao som do Rock’n’Roll que ressoava no bar e esbarrando pelas pessoas que dançavam na barulheira, ela saiu do bar com o garoto intenso. Apenas esta noite ela se deixou ser livre, porque a única coisa que ela queria era não voltar para casa. 
    Passei toda minha vida bêbada em bares com garotos
    Tocando rock n’ roll e dançando na barulheira
    Costumávamos conversar sobre onde estivemos e iremos.
    Agora sabemos, amor, agora sabemos
    Nasci para viver rapidamente, morrer jovem
    Deixar um lindo cadáver, vivo minha vida na correria…

    Quem escreveu o texto?

    Karine Monteiro tem 14 anos, mora em Mauá (SP) e é dona do Sem Limites. Ama escrever, moda e um pouco de tudo espalhado no mundo.
    O texto Para o infinito e além foi escrito para a tag Contando uma canção e inspirado na música Driving in cars with boys da Lana Del Rey. Este é o primeiro escolhido da semana. Para se inscrever, conheça as regras.
  • Contando uma canção: Tentando ter você de novo

    Entrei em um táxi, apressada, apenas com um pensamento em mente. Entreguei um dos papéis que estava em minha mão ao motorista e pedi que me levasse àquele endereço. Ele assentiu e ligou o carro.
    Sabia que a viagem não era curta e foi com impaciência que passei todos aqueles minutos. Enquanto outros carros corriam lá fora, tentei lembrar dos últimos minutos que passei ao lado de Daniel. Gritos, lágrimas, adeus… Erros. Sempre eles.
    Tentei ignorar suas razões. E eu sabia que elas eram muitas. Não consegui conter o choro enquanto corria – desesperada – para sua casa, tentando fazê-lo voltar mais uma vez. 
    Automaticamente, lembrei de nossos momentos juntos. Minha mente se encheu de lembranças de dias melhores, onde escrevíamos nossos nomes na areia da praia ou até corríamos para o mar. Sorri com todas essas memórias que, se tivesse azar, seriam apenas isso. Memórias.
    O carro parou no semáforo. Ansiosa, não conseguia parar de balançar os pés. Eu queria chegar na casa de Daniel logo. Eu precisava dizer tudo o que estava guardado… 
    Indiquei um atalho ao motorista e ele seguiu sem falar nada. Depois de alguns minutos (que me pareceram horas), cheguei à porta de Daniel. Paguei o taxista, desci do carro e respirei fundo. Já estava ali, agora era só fazer o que preparei durante o caminho inteiro.
    Bati na porta três vezes antes de, finalmente, Daniel vir ao meu encontro. Ele me olhou de um jeito estranho, uma mistura entre raiva, mágoas e um sorriso forçado. Tentei retribuir antes de entrar na sala.
    – O que faz aqui, Mary? – perguntou. 
    Hesitei por um instante e me fiz a mesma pergunta. Antes de responder, respirei fundo novamente. Por qualquer coisa, eu poderia cair aos pedaços ali mesmo.
    – Vim pedir desculpas. – olhei em seus olhos antes de completar – Estou arrependida, Daniel.
    Ele ignorou e virou para o lado. Cheguei mais perto e coloquei um papel em sua mão. Ele apertou-o antes de abrir e leu em voz alta:
    Eu estava invadindo seus segredos? Eu estava perigosamente perto? Você está me afastando quando eu quero entrar.

    Em sua voz, tudo pareceu mais idiota do que já era. Minha vontade era sair correndo, dizer-lhe que era um engano e que eu não deveria nem estar ali. Mas não conseguia… Se fizesse isso, estaria mentindo.
    – Mary… – disse, olhando para o fundo da sala – Eu não sinto nada por você. Nada mais. Vá embora… Me esqueça. Você merece alguém melhor e sabe disso.
    – Então você vai me deixar agora? – perguntei, quase desabando. – Logo agora quando mais preciso de um alguém? De você?
    Daniel não respondeu. Apenas pegou minha mão, beijou minha testa e me levou até a porta. Antes de fechá-la, devolveu-me o papel que havia lhe entregado. Fiquei ali parada por alguns segundos até me dar conta de que tudo isso não tinha adiantado em nada.
    O tempo tinha mudado. Agora uma chuva gelada cobria meu rosto. Andei pelas ruas apenas deixando aquelas gotas purificarem os sentimentos confusos que estavam dentro de mim no momento. Finalmente, após algumas esquinas vazias, encontrei um taxista. Dei-lhe meu endereço e fui embora. 
    Antes mesmo de passar duas ruas, meu rosto se encharcava de lágrimas. Lágrimas cheias de dúvidas sobre os sentimentos verdadeiros de Daniel… Sentimentos estes que eu nunca vou conhecer.
    Contando uma Canção nasceu enquanto escutava exatamente a música que me inspirou no texto (Too close for comfort do McFLY). Imaginei uma história assim e, de repente, lá estava eu escrevendo-a com base na canção. Então pensei como seria legal ler histórias baseadas em músicas que os leitores curtem… E daí nasceu a tag!
    Para participar é fácil: 
    ♥ 1. Escolha uma canção qualquer. Ela pode ser internacional ou nacional e falar sobre qualquer assunto.
    ♥ 2. Poste em seu blog/Tumblr um conto ou crônica ou texto inspirado na música. Não é obrigatório, mas tente colocar um ou dois trechos da canção e seguir o que ela conta. Você pode acrescentar fatos, ocultar alguns… O importante é manter a essência. Ah, e o título não precisa ter o mesmo nome da música, viu?
    ♥ 3. No final do post, cole a frase: “Eu amo esta música (nome – intérprete) e me inspirei nela para a tag Contando uma Canção do blog Julie de Batom” (não esqueça de deixar o link). Substitua o que está entre os parênteses pelo nome da música e quem a interpreta. Por exemplo: Too close for comfort – McFLY.
    ♥ 4. Comente NESTE post com os seguintes dados: seu nome, o nome do seu texto e o link dele.
    ♥ 5. Serão escolhidos DOIS textos que serão postados no JDB, cada um em uma semana.

    Vale lembrar que a tag acontece a cada duas semanas. Ou seja: vocês podem enviar seus textos até 10 de novembro. 

    E vocês? Curtiram a novidade? Vão participar, né? Conta pra gente!