Desta vez, o texto não vai ser todo bonitinho, com devaneios e coisas do tipo, mas sim vida real. Estou aqui para um papo sério, de blogueira para blogueira/leitora, de garota para garota (o) e, principalmente, de ser humano para ser humano.
Já faz uns dias que estou adiando esse post, pois estava com medo de pensarem que sou ingrata, que estou reclamando demais ou, sei lá, qualquer coisa que não seja verdade. Antes de tudo, já quero deixar claro que essas não são minhas intenções. O post é, realmente, um desabafo. Peço desculpas desde já se ele ficar muito grande – e sei que quase ninguém vai ler se ficar enorme – ou se ofender alguém (essa não é minha intenção e espero que não aconteça, viu?).
Bom, vamos lá!
O conteúdo do texto foi formado ao longo desses últimos dias e com base em uns comentários que vi por aí, tanto em sites, como em redes sociais e blogs. Acho que, pelo menos em um dos pontos, vocês – blogueiras – vão se identificar.
O que mais me intrigou foi a forma que vi umas meninas generalizando as blogueiras. Nas palavras delas, “blogueiras são um bando de patricinhas que só querem mostrar suas últimas compras na Zara e suas maquiagens da MAC”. Algo assim.
Bom, vou dizer por mim: o lugar mais caro que compro roupas é a C&A. Minha maquiagem mais cara é minha paleta de sombras e ela nem chegou ainda. Agora, o motivo de ter um blog é ser rica? Caramba! Se for, alguém avisa ao Blogspot que ele deve cobrar para ter conta no site?
Ser blogueira é querer compartilhar o que você gosta, o que você pensa e, acima de tudo, ajudar àqueles que visitam seu blog. Isso não quer dizer que você tem que ser perfeita, usar 38, ter uma conta bancária maior que do Eike Batista e possuir uma Canon de cinco mil reais.
Aliás, essa diferença até é positiva. Assim como você não tem tudo isso, alguns leitores também não têm. Então, ter um corpo 42, uma conta bancária com um salário mínimo ou mesada dos pais e uma Sony Cybershot de trezentos reais não te torna pior que ninguém. Pelo contrário: prova que você não precisa de muito para fazer algo bom e que dinheiro não significa qualidade nem é motivo de sucesso.
Não é só porque você tem um blog que você deve ganhar dez mil reais por mês e gastar tudo no shopping. Não é só porque você fala sobre moda, tem um jeito divertido de ver a vida e gosta de se cuidar que você é uma tapada, sem cérebro e que só se importa com a próxima coleção da sua loja favorita. Acho que já passamos da época de rotular as pessoas, né?
Olha: eu tenho dezoito anos, faço faculdade de Jornalismo e tudo o que consegui até hoje foi por esforço e dedicação. E, também, muito estudo. Se não fosse assim, eu nunca estaria na faculdade, por exemplo. Foi por tudo isso que consegui a bolsa no Prouni para fazer o curso dos meus sonhos (e não tenho vergonha de admitir :D).
Só porque tenho um blog que fala sobre coisas “externas”, não quer dizer que eu não me preocupo com o mundo lá fora. Só porque tenho um blog que fala de moda, não quer dizer que eu não amo livros. Entendem o que quero dizer?
Antes de tudo, se eu não me preocupasse com a situação que vivemos, a uma hora dessas eu estaria lá na secretaria da faculdade para mudar meu curso. Eu não escolheria Jornalismo como profissão se eu não visse nela uma possibilidade de ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. Eu poderia estar fazendo algo mais (f)útil com minha vida se não quisesse ajudar ninguém. Aliás, se eu não quisesse ajudar, o JDB nem existiria, não é?
Indo mais além, também vou aproveitar para acrescentar outro assunto: haters. Nunca vi nenhum sentido em odiar algo sem conhecer. A Juliana blogueira é diferente da Juliana amiga, da Juliana aluna e da Juliana (quase) jornalista. Se não gostam do blog, não gostam do blog. Se me acham feia, não quer dizer que eu seja feia por dentro, também. Tudo é questão de conhecer.
Não estou dizendo que todos devem me amar. Só estou pedindo é respeito, não só comigo como para qualquer outra pessoa. Nada te dá o direito de falar mal. Nada te dá o direito de julgar através da internet – que, aliás, não chega nem 20% perto do que somos pessoalmente. Não gosta do JDB? O sistema operacional do seu computador tem um X lá em cima na janela que serve para fechá-la. Se quiser, tem até como bloquear o site. Se não curtiu, achou inútil ou perca de tempo, ótimo. Tem pessoas que gostam.
Então, antes de ir no Ask de alguém falar um monte de mentiras (e até fazer a pessoa acreditar nelas por um momento), se coloque no lugar. Não quero dar lição de moral nem nada disso. Mas, pelo menos, como eu disse antes, exercer meu papel de ser humano e tentar melhorar um pouco o mundo. E, para isso, eu não preciso compartilhar fotos no Facebook cheias de falso moralismo. Eu uso outra arma: palavras. E acreditem: elas exercem um poder bem maior do que uma imagem na rede social. Mesmo porque, nem sempre quem compartilha é aquilo realmente, né? Como dizem por aí… O mundo seria uma maravilha se todo mundo agisse como age no Facebook.
Se você chegou até o final do texto, obrigada. Espero que ele tenha servido para algo, afinal. Tanto para desabafar, tanto para servir de “olha, ela falou o que eu sinto” como para, também, colocar um pouco de juízo na cabeça de quem precisa. Eu disse isso no começo do texto e volto a repetir: não quero ofender ninguém. Se isso acontecer, peço desculpas com todo o meu coração e garanto que minha intenção nunca foi essa. E desculpa, também, pelo tamanho do post. Sei que ficou enorme e cansativo, mas foi a única maneira que encontrei para falar sobre o assunto.
Beijos de batom,
Julie.