Category: Textos

  • Essa coisinha chamada amor

    Você me abraçou naquela noite fria de segunda-feira e me ofereceu seu casaco. Não precisei dele. Estava no melhor abrigo de todos. Agarrei seus braços e acariciei seus cabelos enquanto nossos corações cuidavam da trilha sonora. Acho que o meu alterou algumas notas e subiu o tom em alguns momentos. 
    Cara, você tem o poder de mudar as coisas por aqui. Mudou meu sorriso. Mudou minha forma de ver – e sentir – o amor. Mudou meu rumo. Meus sonhos. Meus planos. Tornou tudo tão mais fácil e simples que me pergunto porque compliquei tanto até hoje. Se soubesse o quanto a vida era melhor ao seu lado, teria esbarrado em você bem antes.
    Mas talvez essa seja a graça da coisa: nada de apressar nem prever o que virá. Se tem algo que você me ensinou é que tudo funciona melhor se deixamos rolar. Nosso chat de setembro se tornou uma conversa sem fim. Em janeiro deixou de ser só desejo para se tornar um beijo no meio da tarde. Um beijo levou a outro e se tornou um eu te amo em março. Você me ganhou aos pouquinhos e deixei que se tornasse o maestro do meu coração. Te permiti comandar as batidas, as alterações, as notas. E garanto que o concerto ficou bem melhor desde que você o assumiu.
    Eu nunca amei ninguém dessa forma e, até certo tempo atrás, jurava de pé junto que isso nunca iria acontecer comigo. Aí veio você com suas artimanhas e me mostrou que a vida pode surpreender se nós a permitimos. Foi difícil me jogar, mas você me deu a mão e garantiu que tudo daria certo. Deu. E continua assim. 
    Hoje eu cheguei em casa com o seu cheiro, um sorriso nos lábios e uma vontade de expressar o quanto você é especial para mim. Escrevi demais e deixei meus sentimentos me guiarem. Já passam de 3h da madrugada e eu continuo tentando explicar algumas coisas que eu gostaria que você soubesse.
    E lá vou eu me arriscar.
    Eu amo quando você sorri e diz que nunca se sentiu dessa forma. Amo quando compartilhamos Trento de chocolate e ficamos com os rostos sujos. Quando você me oferece seu casaco sem saber que meu agasalho favorito é seu abraço. Eu amo quando você sussurra que me ama e beija meus lábios. Quando toca minha pele, elogia meu cabelo e o que estou usando. Amo quando você reclama da minha mania de só pedir milk-shake de Ovomaltine, tentando me convencer de que outro sabor é melhor (mas sempre se rende ao meu mimimi e deixa que eu opte pelo de sempre). Eu amo quando você tenta me levar no colo e jura que consegue me aguentar até a esquina. Quando finge que sou mais baixa. Quando me envia SMS de bom dia e me faz sorrir no ônibus. Amo quando insiste em me elogiar, mesmo se não fiz nada de diferente. Quando aceita minhas gordices. Quando cala minha boca com um beijo e me faz esquecer como respirar. Amo quando me deixa inspirada para escrever, sorrir e viver. E quando, no fim da noite, me faz ansiar pelo amanhã para reviver essa coisinha chamada amor. De novo, de novo, de novo e de novo…
  • Piegas

    É estranho olhar para o bloco de notas e se sentir tão completa a ponto de não ter o que dizer. Tento me distanciar das lembranças, mas elas insistem em aparecer sempre que penso em transformar o que sinto em palavras. Estranho. Nunca fui tão completa e isso ainda é novo para mim. O culpado? Você, talvez. Mas acho que meu coração merece umas broncas, também. Ele anda desobediente demais nesses últimos tempos. Tão desobediente que deixou você entrar.

    Sorte que, às vezes, algumas rebeldias acontecem para o bem.

    Ainda lembro do primeiro dia que você puxou conversa no Facebook e comentou um dos meus projetos. Nós conversamos por pouco tempo, mas o pouco permaneceu durante os dias. Quando percebi, lá estávamos nós com o celular na mão, com o bate-papo aberto e conversando até 5h da madrugada. Meu coração estava rodeado de muros na época e eu poderia jurar que eles permaneceriam por aqui para sempre.

    Talvez ainda existam. Mas você deu seu jeitinho de contornar a situação. Construiu uma porta, entrou e foi aperfeiçoando a obra. Fez uma janela, derrubou um muro e tornou meu coração um lugar mais habitável e limpo. Usou o local por uma ou duas vezes, só de passeio.

    Aí resolveu ficar. Te entreguei as chaves permanentemente, sabendo que dali não iria sair tão cedo.

    Ainda lembro de tudo que você me disse e sei que cada palavra foi verdadeira. Lembro dos nossos abraços, nossos beijos e das vezes que você entrelaçou nossos dedos. Até hoje, meu coração ainda bate meio assim quando você sorri. Piegas? Até pode ser. Mas é verdadeiro. Cada frase.

    Queria te dizer como esses últimos meses estão sendo para mim. Por aqui as coisas mudaram muito. Pra melhor. Cada dia que passamos juntos é como uma caixinha de surpresas, onde cada vez que abro encontro algo incrível. Às vezes, em você. Outras, em mim. Achava que era feliz sozinha, mas você me mostrou que faltava um pedacinho, que poderia melhorar ainda mais.

    E você foi a parte que fez tudo melhorar.

    Você tapou os buracos que eu desconhecia a existência. Trouxe luz aos locais que eu nem imaginava serem sombrios. Me deu mais motivos para sorrir do que poderia julgar ter um dia. Fez as borboletas retornarem ao meu estômago – e elas me lembram que existem a cada vez que você está por perto.

    Por mais piegas que possa parecer ou ser, você mudou muita coisa por aqui. A começar pelo brilho dos meus olhos. Até mesmo o meu sorriso. E, principalmente, aquela parte de mim que insistia em não sei arriscar: o meu coração.

  • Cada vez mais

    O sol brilhava forte quando meu coração se acelerou ao te sentir por perto. Você usava meu modelo de óculos escuros favorito, mas nada conseguia ser melhor que seu sorriso. Sorri também. Nas costas, você levava sua mochila. No topo da cabeça, aquele boné que tomei de você por algumas horas no domingo anterior. E, em alguma parte de você, estava um pouquinho de mim, também – aquele pouquinho que ficou para trás quando precisei ir.

    Nós trocamos de cenário e ficamos mais perto do sol. O céu mudou de cor algumas vezes. Foi azul. Foi laranja. Foi os dois ao mesmo tempo. A cada vez que o sol se despedia, um novo tom dava sua beleza ao nosso momento. Você falou sobre seus dias antes e depois de mim. Fez meu sorriso aparecer e minha voz sumir. E posso jurar que algumas borboletas ganharam vida em meu estômago quando você me beijou.
    Você me fez voltar no tempo, quando eu não conhecia as consequências de um coração partido. Também me fez sentir como se fosse uma pré-adolescente curtindo sua primeira paixão. Você deu vida a um eu que nem sabia mais existir. Fez meu sorriso se tornar mais frequente e fez meus medos ficarem guardados no fundo do baú. E você foi a chave que o trancou.
    Eu disse o quanto você me fazia bem. Você puxou seus lábios em um grande sorriso enquanto suas bochechas coravam. Olhei seus olhos, sua boca e cada parte do seu rosto. Guardei cada detalhe em mim para que minha memória nunca falhasse ao lembrar aquele momento.

    Percebi que ter você pertinho de mim assim é quase tão estranho quanto saber que nós compartilhamos o mesmo sentimento. Há muito tempo eu não sei o que é ver meu sorriso refletido em outro alguém. Ou saber que meu coração não é o único batendo em um ritmo distinto. Se tem algo que eu posso afirmar é que você encontrou e despertou em mim sentimentos que eu pensei não sentir nunca mais. Posso pedir um favorzinho? Permaneça por aqui. Porque eu estou me apaixonando por você. Cada vez mais.

  • Meu lugar favorito no mundo

    Você chegou em um momento que eu não sabia bem onde eu estava. Meu caminho seguia a mesma direção há anos e por muito tempo eu não encontrei uma curva, algo para sair do monótono. Sempre permaneci na mesma estrada, à procura de tudo e de nada ao mesmo tempo, sem saber se deveria parar ou seguir em frente.

    Parei.

    E aí você me encontrou.

    No fundo da estrada, te vi chegando aos pouquinhos. De começo, era como se algo te ofuscasse, o suficiente para te manter longe – de mim e daquela barreira que criei. Eu estava fechada, trancada, e meu coração permanecia silencioso por tanto tempo que, em alguns momentos, tive medo de não escutá-lo mais.

    Você enfrentou minha falta de atenção, minha barreira e meu medo de me arriscar. Enfrentou a escuridão em que eu me encontrava e, aos poucos, me convenceu a dar uma nova chance para a claridade. Eu não tinha muita certeza de onde ela chegava, mas gostava da sensação de senti-la em minha pele, senti-la pertinho de mim.

    Eu gostava da sensação de ter você por perto, conversando sobre nada, conversando sobre tudo. Foram conversas até 2h da manhã e posso jurar que, em uma dessas madrugadas, a gente pegou no sono depois das 5h. Você estava ali, a um clique de distância, e ainda assim me trazia conforto. O que era? Não sei.

    Mas acho que descobri.

    Você fez mais que me trazer de volta a luz. Fez mais do que ajudar a derrubar aquela barreira que me impedia de dar uma chance aos meus sentimentos. Fez mais que tudo isso. Você foi a razão de tudo isso. Eu saí da minha zona de conforto, mas a reencontrei em você. Primeiro, nas suas palavras. Depois, na sua presença. E, um pouco mais tarde, nos seus braços.

    Vi meu sorriso mudar, meus olhos ganharem brilho e até posso jurar que dei vida a algumas borboletas no estômago. Senti minha mão soar de ansiedade e senti meus braços procurarem por você, também. Senti falta do seu sorriso, do seus lábios e até do seu jeito de me deixar com raiva. Posso dizer que encontrei em você o meu lugar favorito no mundo.

    E, ó, eu poderia ficar nele para sempre.

  • Minha música favorita

    Eu sempre adorei música. Sempre. Era como se nada fosse tão completo sem uma trilha sonora para marcar o momento. Eram as canções que davam magia às lembranças, quando fosse pensar nelas lá na frente. Cada ritmo, cada letra e cada voz não eram só um conjunto que formava uma nova música. Para mim, eram bem mais que isso.

    Aí eu conheci você. 
    Você chegou em um momento onde eu nem me importava muito com a canção naquele instante. Não porque você estava nele. Mas, sim, porque minha vida estava indo por aquele caminho do tanto faz. Você chegou como aquela música que, de começo, é só um barulho no carro e que, de repente, estamos sussurrando o que achamos ser a letra. Aí ela entra na nossa playlist, no nosso iPod e, principalmente, no nosso coração.
    Você foi como uma música nova em uma tarde gelada e qualquer. Foi como aquela música que no começo parece sem sentido, mas que só o ganha depois de prestarmos muita atenção na letra. Foi como aquela música em outro idioma, que de começo só o ritmo causa boa impressão. Aí fui ler a canção traduzida e me surpreendi.
    Isso foi o que você significou pra mim na primeira vez que te vi. Que te toquei.
    Esse momento não tem uma trilha sonora. Nem este, nem todos os que já compartilhamos. Na verdade, me arrisco a dizer que você é a minha música favorita. Quando lembro de nós dois, não me lembro de nenhum cantor, nenhuma banda e nenhum som. Só de você.
    Você é a minha canção favorita de todos os tempos. É aquela canção inexplicável que, como diria o livro As vantagens de ser invisível, me faz sentir infinita. Você é aquela canção que só faz sentido para mim. Que é linda – de som e letra – e que, em qualquer momento lá na frente, vou me lembrar e assoviá-la por ai. Não só com a boca. Não só com as lembranças. Não só com o cérebro.
    Mas, querido, com o mais importante: o coração.
  • Ano novo e 2 anos de Julie de Batom

    E mais um ano se foi para dar lugar a um novinho em folha! 2014 chegou com suas emoções, promessas, desejos, sorrisos e alegrias para realizar. São novos 365 dias, cheios de novas oportunidades para dar uma chance a felicidade. Afinal, merecemos, né?
    Meu ano já começou super bem! Passei a virada na praia do Itararé, aqui na São Vicente city, mesmo. Fomos meu pai, minha mãe, meus tios e eu. Eu nunca tinha passado a virada de ano na praia (mesmo morando no litoral! haha) mas depois de ontem… Quero ir para lá todos os finais de ano!
    A experiência foi tão incrível, tão gostosa. Quando o relógio marcou meia-noite, o show começou no céu. Então, foram abraços para lá, beijos para cá, fogos para acolá! Foi um momento inesquecível para todos, tenho certeza. Todos ali, reunidos para ver um novo ano chegar com seus sonhos para serem realizados… Lindo!
    No lugar onde ficamos, deu para ver a queima de fogos tanto de São Vicente quanto de Santos. Então, eram luzes para todos os lados. Foram uns 17 minutos de show no céu!
    Depois, meus pais, meus tios e eu fomos andar pela praia. Tinha um palco com show, mas preferimos continuar no calçadão, colocando o papo em dia. Lá pelas 1h da madrugada, resolvemos voltar para casa. Meus pais e eu passamos a noite na casa dos meus tios, já que eles moram mais perto. Ficamos um bom tempo conversando e eles relembraram muitos momentos que viveram juntos. Adoro essas conversas!
    Como foi o primeiro ano que passamos a virada na praia, meus pais e eu decidimos não levar objetos muito valiosos, o que inclui minha câmera. Só que não queríamos ficar sem recordações desse dia, então levamos minha câmera compacta, mesmo. Poucas fotos ficaram boas, já que estava escuro e o flash era necessário (odeio fotos com flash! ç.ç). A qualidade não está lá essas coisas, mas fiz questão de registrar os fogos e o pessoal reunido. Ah, e claro: o primeiro look do ano!
    ~brisa no cabelo~

    Eu encontrei esse vestido lá na C&A e foi paixão à primeira vista! Se não me engano, custou R$59,90. Fiquei in love pelo modelo, principalmente porque a renda tem formato de corações. Isso tudo até eu usar… O vestido fica soltando bolinhas brancas, sabem? No fim da noite, meu braço estava cheio delas! Já estou imaginando quando for lavar 🙁
    Como eu já tinha planos de ir para a praia, tive que descartar a possibilidade de usar salto. Procurei alokmente por uma rasteirinha, mas não encontrei nenhuma tão legal. Essa foi um achado de última hora. E ainda bem que a encontrei, porque ela é super confortável! O modelo é da Grendha e custou em torno de R$25.
    Bom, eu só tenho a agradecer pela noite incrível que tive ontem! Para mim, foi muito importante começar o ano ao lado de pessoas que amo e quero sempre por perto. Espero que 2014 seja um ótimo ano para minha família, para meus amigos, para mim e para vocês. Todos nós merecemos felicidade <3 
    Ah, e tem mais uma coisinha…
    O primeiro dia do ano também é o aniversário do Julie de Batom! Há dois anos, cá estava eu na ~internetzzzz~ criando um novo blog. Eu queria algo novo, algo que mostrasse quem eu era de verdade e o quanto havia mudado. E o Julie de Batom foi o resultado disso. Hoje, a cada dia que passa, vejo que acertei ao criá-lo. Aqui eu compartilhei meus amores, sentimentos, desejos e sorrisos. E agradeço a todos que fizeram parte disso. Cada um de vocês é uma parte do JDB! Então, obrigada. Obrigada por serem meus amigos e me apoiarem tanto. Obrigada por serem tão incríveis. Obrigada, obrigada, obrigada <3 
    Lá na fanpage do blog eu fiz um agradecimento especial (e maior RSRSRS). Quem quiser ler, basta clicar aqui.
    É isso, pessoal! Um ótimo começo de ano para todos nós. Que 2014 possa ser inesquecível – e por bons motivos. Feliz ano novo! <3
  • Em um ano…

    É… 2013 está indo embora, mas seria injusto não falar sobre ele no blog. Afinal, este foi um ano mais que especial para mim. Teve seus momentos bons, teve seus momentos ruins. Teve suas estreias e suas repetições. Teve suas surpresas e suas decepções. Mas, no geral, significou muito para mim. E é isso que importa: as lembranças, os aprendizados. Tudo o que ficou.
    2013 foi um ano de mudanças. Mudei a decoração do quarto. Uma. Duas. Três vezes. Mudei a cor e o corte de cabelo. Mudei minha forma de enxergar o mundo. De enxergar a blogosfera. De enxergar a mim mesma. Mudei de óculos, de prioridades e de ângulo nas fotos. Mudei a cor do batom, o delineador, o layout do blog e até minha relação com a moda.
    Este também foi um ano de descobertas. Descobri que nem sempre o barato sai caro. Que o valor das coisas está no valor que elas têm para nós. Que nem sempre uma espinha no rosto pode acabar com meu dia. Descobri novas cores de batom e minha coleção aumentou um pouco mais. Descobri novos amores e deixei a magia fazer parte dos meus dias por meio da minha série favorita. Descobri o que é heel less. E, principalmente, deixei que os outros também fizessem suas descobertas. E, desta vez, sobre mim.
    Contei cinco curiosidades sobre minha vida. Depois, aumentei-as para cinquenta. Abri meu coração, minha mente e meus ouvidos para escutar o que tinham para falar. Li sugestões, li críticas e li elogios. Palavras bonitas chegaram aos meus olhos e ficaram guardadas no meu coração. Conheci pessoas que, até ontem, eram só um @. Outras continuaram em anônimo. Algumas por vergonha de mostrar quem são. Outras somente para se esconder atrás de um perfil na internet. E, assim, falar o que acham que deveriam. Nem sempre foram coisas boas, mas me fizeram crescer. Amadurecer.
    Compartilhei minha experiência com a acne, com os meus sentimentos e com o curso que escolhi na faculdade. Compartilhei meus aprendizados de fotografia, de design e até me aventurei em ajudar novos blogueiros a entenderem o que é a blogosfera. Compartilhei meus planos para as férias e para os próximos 1001 dias. Compartilhei minhas dores, minhas confusões e, principalmente, amores. De todos os tipos.
    Em 2013 meu rosto apareceu em mais lugares, meus pulmões conheceram novos ares e meus pés pisaram em lugares que nunca imaginaram pisar. No mundo virtual, como blogueira, tive meu espacinho no site da Capricho. Como pseudo-web-designer, tive meu nome em novos projetos. E, como estudante de Jornalismo, conheci novas realidades, novos mundos, novos olhares e novas pessoas. Histórias diferentes da minha em vários aspectos. Mas que, de certa forma, me lembraram de que, lá no fundo, somos todos iguais. É o que importa.
    2013 também foi o ano de me libertar. Primeiro, me libertei financeiramente. Depois, sentimentalmente. Continuo presa a algumas coisas, mas sei que é que só questão de tempo. Aliás, aprendi muito sobre o tempo. 
    Conheci sentimentos que não conhecia. Relembrei alguns que pensei ter deixado para trás. Conheci novas histórias, mesmo que fictícias. Decidi que ficaria ruiva. Não consegui e deixei meus planos para o próximo ano. Expandi meus conhecimentos, meus limites e até meus locais de compras (ah, o Ebay…). Ganhei chefes, amigos e colegas. E, principalmente: momentos para nunca deixar para trás.
    Fiz viagens sozinha. De casa para a faculdade. Da faculdade para casa. Daqui a São Paulo. Daqui até o Centro de Convenções. Conheci três vezes a capital do estado onde moro. Abracei a Babi Dewet. Cantei “ela não anda, ela desfila…” para a Bruna Vieira. Tive alguns segundos com a Paula Buzzo. E alguns outros com a Karol Pinheiro. Entrei na Capricho e na Veja. Tirei fotos na Editora Abril, mesmo que proibido. E ainda deixei alguns lugares novos para conhecer nos próximos anos. Quem sabe neste que está batendo aí na porta?
    Em 2013, aprendi, ensinei, vivi, revivi, ganhei novas memórias, compartilhei todas por aí. Fui amiga, fui colega, fui companheira, fui filha e fui funcionária. Conheci novos meios de fazer Jornalismo, de fazer blogs e de fazer valer a pena. Afinal, tudo valeu a pena. Os erros, os acertos e as dúvidas. Os sorrisos e as lágrimas. Os amigos que fiz e os amigos que ficaram para trás. Que 2014 seja assim, também. Cheio de momentos, de lembranças e de sorrisos. Lágrimas, também. Mas de felicidade. Espero que esses próximos 12 meses sejam repletos de amor, paz e alegrias. Para mim. Para você. Para nós. 
    Nos vemos no próximo ano, galera! <3

  • Quinze

    Confesso: até hoje sinto falta dos quinze. Sei lá. Parece que foi minha melhor idade. Ou, pelo menos, a que mais deu certo. Em tudo.
    O coração estava calmo. Em paz. Tranquilo. Completo. A aparência eu prefiro nem comentar. Eu tinha o cabelo mais curto e era loira. Ou melhor, quase. Um ano antes fiz a besteira de fazer luzes. Ah, vai. Quem nunca? Histórias sobre erros no cabelo fazem parte de qualquer passado feminino. Não é?
    Eu cabia direitinho nas calças número 38 que ficaram anos no fundo do guarda-roupa à espera de que, um dia, eu voltasse a entrar nelas. Quatro anos depois, duas numerações a mais, desisti. Vão para doação.
    Parte física de lado, os quinze foram especiais. Eu fazia parte de um grupo legal de amigos na escola. Tinha boas notas. Comecei a não suportar matemática. E a amar português. Queria ser web designer. Descobri a paixão pela escrita. Tinha fake. Descobri a paixão por fotografia. Ah, 2009…
    Mais que tudo isso, os quinze foram tão especiais quanto a ansiedade de ser princesa por uma noite. E ter um príncipe. Ou um sapo fantasiado de príncipe. Mas que, na época, ganharia a coroa de “cara da minha vida”. Ok, foi. Por um curtinho espaço de tempo. Mas foi.
    Aí veio os 16. Passo. Os 17. Passo. Os 18. Passo. Entrei nos 19. Daqui menos de um ano, completo os dedos dos pés. Aí volto para as mãos. Haja dedos.
    E ainda assim, cá estou eu falando do passado. É, dos quinze. Saudade é pouco perto do que sinto. Sei que vão pensar que é por alguém especial. Mas não. É tudo. A agitação de ir para a escola. De rever pessoas importantes. De voltar no ônibus com uns cinco amigos legais fazendo alguma palhaçada. Da falta de tantas responsabilidades. E, quer saber? Até das bronquinhas dos pais eu sinto falta (e tenho que confessar que elas foram muitas nessa época).
    Depois dos quinze (não, não é o blog, tá?) tudo mudou. Alguns exemplos? Vou voltar um pouquinho no texto e dizer os mesmos. O coração está vazio. Solitário. Cheio de buraquinhos, como diria uma música das Chiquititas. As notas são baixas, tão baixas que a Juliana dos 15 odiaria só de pensar. Matemática se tornou só uma matéria que tive na escola um dia. Web designer virou um hobbie e não uma profissão. O loiro se foi. O cabelo mais curto, também. Paixão pela fotografia e escrita, ok, continuaram. Pelo menos algo, né?
    Voltando… Depois dos quinze vieram as responsabilidades. Principalmente aos 18. Engraçado. A gente pensa que, até essa idade, tudo vai ser só diversão. Ou, pelo menos, grande parte do tudo. Valorizamos mais a mesada do que o esforço dos pais para gerá-la. Valorizamos mais a quantidade de caras que ficamos do que aqueles que, realmente, fizeram alguma mudança. Valorizamos mais a quantidade de amigos do que a intensidade de cada um. 
    Hoje vejo que nada disso era tão importante. Sinto falta de cada momento e cada pessoa que significou algo, não pela quantidade que elas foram, mas pelas marcas que deixaram. Os caras que conheci pouco importam perto daquele que, algum dia, vai fazer alguma mudança. Dinheiro é algo que, agora sim, entendo o valor. Não porque passei uma semana guardando o troco do lanche. Mas, sim, porque passei um mês trabalhando – e depois vejo tudo voar quando as contas chegam.
    É como se, aos quinze, tudo ainda fosse só sonhos. E hoje, quatro anos depois, tudo fosse… Tá, sonhos. Mas com os pés mais grudados ao chão. Talvez essa seja a vida de adulto que tanto falavam. E que a gente só entende quando estamos dentro dela. 
    Bem vinda à vida de gente grande. 
  • Borboletas

    Uma vez, li em algum lugar que as borboletas não aparecem em locais poluídos, devido a sensibilidade delas. Na época, lembro que achei mais que certo. Não seria justo colocar um dos seres mais bonitos do planeta em um local tão sujo. Elas merecem um lugar melhor para chamarem de lar.
    Talvez seja assim com o amor, também. Ele está por aí, em um jardim limpinho, cheio de tulipas, rosas e violetas. Em um jardim com cheiro de grama, flores e natureza. Não em um local repleto de gás carbono e tantos outros que desconheço o nome.
    Imagino que nós somos esse local poluído, cheio de partículas ruins e devastadoras. Talvez seja sem querer; ninguém se polui de propósito. Acontece aos poucos, com um cara errado aqui, um que achamos o certo ali e um sapo alá. 
    São beijos roubados com a desculpa de uma embriaguez. Abraços sem carinho e sem braços firmes. Noites em claro com um alguém qualquer. Tudo isso nos contamina um pouquinho mais. Suja. Detona. Devasta. Começa pelo coração e termina na alma. Deixamos de ser um jardim para ser uma metrópole – onde tudo é tão comum que não deixamos nada nos surpreender. Abandonamos as tulipas, as rosas e as violetas. No lugar delas, trazemos aquele tanto de tralha. É, isso mesmo. Tralha.
    E ainda culpamos o amor por não vir.
    O amor é como a borboleta. Ele não quer poluição. É sensível demais. Não vale a pena correr o risco de morrer para tentar salvar o que não quer ser salvo. Não vale a pena jogar algo tão puro em tanta sujeira. Afinal, o amor é tão raro, tão único. E tão pouco. 
    Ficamos por aí, procurando-o em qualquer boca e qualquer coração poluído. Nem nos damos conta que nem sempre nós somos o jardim. As vezes, também somos a cinzenta cidade grande. Talvez, seja só falta de aceitar que o amor é um daqueles hóspedes especiais, que sentimos que precisam e merecem uma casa limpa antes de sua chegada.
    Temos é que dar uma geral no coração, na mente e na alma. Dar espaço no estômago para aquelas famosas borboletas. Deixar a sensibilidade retornar. Não só aquela que nos faz chorar ao ouvir Adele ou ler Nicholas Sparks. Mas, sim, a que nos permite reconhecer que a polução está em nós, não nos outros.
    E deixá-la reconhecer aquele alguém que possui as borboletas para o nosso jardim.
  • A garota da rodoviária

    Ela estava sentada em um banco da rodoviária, esperando o ônibus que a levaria para casa. Ela não queria voltar para seu quarto nada acolhedor. Era uma noite fria após um dia sentimentalmente frio, e ela se abraçava tentando livrar-se daquele vento gelado que pairava sobre sua pele. 
    A garota vestia um short jeans, um moletom antigo e milhares de sentimentos inexplicáveis. Alguns ela conhecia. Dor. Mágoa. Solidão. Ela olhou para os lados pela primeira vez. E se viu sozinha. Como nunca havia estado em toda sua vida.
    Mexeu no celular a procura de alguém com quem pudesse puxar uma conversa por SMS. Tentou criar coragem para dizer um “olá” àquela amiga que há muitas semanas não tinha contato. Escreveu uma mesma mensagem aproximadamente dez vezes antes de criar coragem para enviar.
    A coragem não veio.
    As lágrimas, finalmente, ganharam vida e percorreram todo seu rosto. Eram lágrimas solitárias, assim como a garota sentada em um banco da rodoviária. Ela olhou para o local onde seu ônibus deveria estar.
    Estava tudo vazio. 
    Ela nem sabia mais onde queria estar, e isso a aterrorizou. As lágrimas pararam de sair de seus olhos, e aquelas que insistiam em ganhar liberdade, a garota enxugou-as. Ela juntou as pernas e as colocou sobre o banco, abraçando-as. Sentido-se sozinha, como nunca esteve antes, com apenas uma pessoa como companhia. Ela mesma.
    A garota olhou para os lados, procurando um alguém que pudesse conversar e choramingar um pouquinho, contando os dramas que enfrentava agora. Eram tantos que ela nem saberia por onde começar. Todos intensos demais, misturando-se aos traumas que ganhara durante a vida inteira. Ela queria livrar-se de tudo aquilo que fazia suas lágrimas escorrerem por seu rosto, ultimamente. Mas não havia remédio. Não havia fita crepe que pudesse recolar seu coração, nem tornar inteiros seus sentimentos quebrados.
    Seu ônibus chegou. Ela juntou umas moedas perdidas na bolsa, subiu os degraus e entregou-as ao motorista. Antes de passar pela catraca, olhou novamente a rodoviária gelada. Em seus olhos, era claro perceber a vontade de sair correndo dali e pegar um transporte para outro lugar. Qualquer um.
    Assim que escolheu um lugar, encostou a cabeça no vidro e, de novo, visualizou todas aquelas pessoas felizes ao lado de fora do veículo. E antes mesmo deste dar partida, a garota deixou uma última lágrima cair. 
    Era um último sinal de fraqueza antes de vestir a máscara de “está tudo bem”.