Faz tempo. Muito tempo. Tempo até demais desde que eu acordei com saudade de você.
Todo dia tem sido difícil começar e terminar o dia tentando te encontrar. Nunca foi sobre mim, foi sobre você. E saber que te perdi no percurso só me faz ansiar, ainda mais, pelo nosso reencontro.

A vida por aqui tem sido estranha. Objetiva demais. Robótica. Numérica. Com os coraçõezinhos na tela, mas sem emoção alguma por trás dela.
Eu escrevo sobre tudo, menos sobre nós. Sobre você. Sobre mim. Sinto falta de quando a gente se encontrava à noite, quando você aparecia minutos antes de eu finalmente encostar no travesseiro.
Dormir sem esse reencontro era quase improvável. Você me motivava a me (re)encontrar, me desafiar, me entender.
E onde tudo isso foi parar? Onde eu deixei de te ter aqui?
Hoje eu acordei com saudade de você. Queria saber se ainda estava por aqui, se minhas palavras ainda faziam parte de mim. Se elas ainda podiam me relembrar como era quando você estava por aqui.
Foram tantas horas juntos tentando nos entender. Muitas noites em claro procurando respostas. E talvez eu tenha encontrado aquela que preciso hoje: a saudade de ti me fez te (re)encontrar.
Ou, pelo menos, me colocou no trilho que me leva até você. Mas estou no caminho certo? Não sei.
Só sei que hoje acordei com saudade de você, coração. De te ter à frente de tudo, guiando minhas palavras para finalmente entender o que acontece.
Espero te ver novamente por aí. Espero (re)encontrar as palavras que por tanto tempo me escaparam.
O que a gente ama nunca se desconecta de nós. Não importa quanto tempo avance, sempre estará lá. No fundo, escondido, talvez. Mas lá.