
Todo mundo vive exigindo respeito. São tantas frases poéticas no Facebook e Twitter que, na teoria, respeito é algo que todo mundo tem. Pena que não é bem assim.
Nós somos seres humanos, temos nossos preconceitos, nossos erros e nossos gostos. Também somos diferentes, com personalidades variadas e jeitos de mostrar sentimentos de formas distintas. É claro que ninguém precisa gostar de tudo, muito menos escutar uma música que não faz seu estilo. Mas e o respeito pelo outro, onde fica?
Esses dias, entre os posts que ficam na inicial do Facebook, alguém dos meus amigos compartilharam uma tirinha que me inspirou a escrever aqui (veja). A frase me fez pensar bastante sobre o que nós (sim, eu me incluo nisso) fazemos: criticamos pessoas que não conhecemos e que, assim como a gente, só querem ter seu lugar ao sol, fazer a diferença com o que sabem. No fundo, não somos tão diferentes. Então, pra que desrespeitar se, afinal, essa é a última coisa que queremos para nós?
Ninguém é obrigado a gostar de Luan Santana, curtir as músicas do Justin Bieber ou assistir Rebeldes. Os três entraram na mídia sem saber se dariam certo e, por sorte (e muita divulgação dos fãs e da imprensa) chegaram onde estão. Agradando ou não, hoje eles têm milhares de pessoas que os seguem e se inspiram. Ou vai me dizer que você não tem nenhum ídolo?
Eu não curto a Manu Gavassi mas isso não me torna superior. Aliás, ninguém é superior a ninguém. Cultura é algo que se adquire dependentemente da sua experiência de vida. E amar Beatles não significa ser melhor que seu amigo que ama Mc Catra. Cada um tem sua opinião sobre o que gosta, e se isso o torna feliz, se as músicas falam por si ou transmitem algo bom, é o que importa.
É fácil exigir respeito para si. É fácil compartilhar frases no Face pedindo respeito. É fácil. Agora, na prática, tudo se complica. Lute pelos direitos dos homossexuais, afrodescendentes, pessoas com síndrome e violência contra humanos e animais. Tente corrigir aquilo que acha que é errado e faça isso da forma que acha melhor – seja ela via web ou via passeatas, greves e etc. Mas não se esqueça que eles não são os únicos que merecem nosso respeito.
A única coisa que não entendo é como alguém que pede tanto respeito para os outros pode desrespeitar tantas pessoas. Respeito é respeito, ele não muda dependente de quem o recebe. Um homossexual merece o mesmo respeito que uma idosa. Uma idosa merece o mesmo respeito que um adolescente. E as “modinhas” (como são chamadas) merecem o mesmo respeito que os clássicos.
Então, que tal rever o que você twitta? Ao contrário do que você pensa, artistas leem o que vocês escrevem. A Demi Lovato é um exemplo real que sofreu uma grande consequência por culpa disso. Palavras machucam e quando são má usadas, podem trazer vários problemas. Se nós que somos pessoas “comuns” já somos alvos de críticas (e nos sentimos mal com elas), imaginem quem está na mídia, na frente de câmeras prontas para registrar qualquer errinho, por menor que seja.
E isso não vale só para celebridades. Os fãs precisam de respeito, também. Se sua amiga curte Selena Gomez, mas você ama Avril Lavigne, entenda o gosto dela e a ensine a entender o seu. Ela pode ver nas músicas da Selena as soluções para os problemas que sofre, assim como você vê na voz da Avril Lavigne todos os momentos que passou. Fã é aquele que se identifica com seu ídolo. Fã é aquele que encontra a felicidade ou o ombro amigo no seu ídolo. E se isso é ser feliz para o fã, ótimo. Ninguém deve criticar, mas sim apoiar.
Vamos respeitar as diferenças, seja elas musicalmente, culturalmente ou o que for. O mundo é cheio de diversidades, com espaço para todos encontrarem sua felicidade e terem bom uso dela. Do mesmo jeito que, um dia, você vai realizar seu sonho, Restart, Cine, Manu Gavassi, colírios, Luan Santana, Crepúsculo, Justin Bieber (entre outros) também realizaram os seus. Todos somos diferentes, isso é verdade. Mas, no fundo, só queremos ser felizes fazendo o que amamos.