Tag: desabafo

  • A vida em foco

    Eu procurei por muito tempo. Vasculhei em todos os cantos. Meti-me por caminhos desconhecidos e me perdi tentando encontrar alguma coisa que fizesse tudo valer a pena. Dei muita razão para o amor e esqueci de aproveitar o que estava a minha volta.
    O tempo passou. Deixei o mundo me guiar e os sentimentos foram ao meu lado. Nas estradas que percorri, apenas consegui contemplar um borrão de várias cores que ficaram para trás sem ter nenhum sentido. Meus dias passaram a ser assim: desfocados. Como se eu tivesse perdido meus óculos há muito, muito tempo.
    Perdi a vida tentando encontrar um motivo para vivê-la. Deixei de ser feliz para encontrar a felicidade. Ou, pelo menos, o que achei que fosse a minha. Não aproveitei a tranquilidade das estradas e tampouco descansei da viagem sob uma árvore e sombra fresca. A vontade de terminar o caminho deixou-me por completo… Eu não queria mais chegar ao final. Agora a única coisa que importava era aproveitar os meios.
    Parei de procurar e comecei a me surpreender. Aprendi comigo mesma – e com todos os erros que cometi – a não criar expectativas. Aprendi a não achar que o amor estava nos lugares que pensei que estaria. Cansei de correr atrás dele. Comecei a esperá-lo e a deixar que, pelo menos uma vez, ele viesse atrás de mim. E com tudo isso (e mais umas feridas nos joelhos com tantos tombos) entendi que, quando as coisas aparecem ao acaso, elas são mais sinceras. E duram bem mais.
    Também passei a aproveitar cada minuto. Abandonei meus medos e preparei meus escudos. Passei a não me importar com as feridas. Pelo contrário: atribui uma história à cada uma delas sem me preocupar em curá-las. E sem me preocupar se eram machucados visíveis ou não.
    Tudo isso me ensinou que o tempo sempre estará certo e que, quando algo não é para acontecer, não adianta forçar. O destino sabe o que fazer com as escolhas que tomamos. É só depois de muitas lágrimas e muitos tombos que reconhecemos sua razão. E, consequentemente, é só depois de quebrar (muito) a cara que o tempo nos mostra do quanto ele nos livrou.
    E, assim, deixei de passar pela vida apenas com uma visão borrada dela. Ajustei meu foco, preparei meus sentidos, fiz as malas e saí por aí a procura de tudo o que perdi. Só que, desta vez, registrando tudo e sem deixar nada me escapar.
    Da autora: este texto foi escrito para o De Ponto em Conto, um blog criado por mim e mais três colegas da faculdade. A ideia é praticar tudo o que aprendemos em sala de aula. Então, vocês podem esperar por muitos contos, crônicas, textos e coisas do tipo. A equipe está bem diversificada e atende a todos os gostos. Espero que vocês passem por lá e confiram o que já postamos. Beijos, Julie <3
  • O que o iTunes não pode oferecer

    O dia 12 de outubro está quase aí e as lojas começam a ficar quase tão bonitas quanto Natal e Páscoa. Os objetos de sempre saem da vitrine e dão lugar a bonecas, laptop, CDs infantis e cores, muitas cores. 
    Só que outro dia, enquanto conversava com a minha mãe, percebi como são as crianças de hoje em dia. Atualmente, as garotinhas não ficam o mês todo esperando a mãe receber para comprar aquela Barbie legal. Ou, no caso dos meninos, aqueles postos cheio de bugigangas que eu nunca consegui entender. Ganhar a casa da Barbie não significa mais nada. E olha que, entre tantos outros sonhos, esse foi um dos que ficaram para trás. E só na vontade.
    Lembro que ganhei meu primeiro celular aos 10 anos e que, se eu não fosse estudar em uma escola longe de casa, teria sido bem depois. Ainda consigo ver minha avó indo na Pernambucanas e comprando um modelo bem antigo da Kyocera. Só fui saber que era meu depois que saímos da loja.
    Hoje, garotas mal entram na terceira série e já tem os “ai” da vida. É iPhone, iPad, iPod… E aí me pergunto: onde fica aquela magia que é a infância? Onde fica aquela ansiedade pela chegada do dia das crianças só pra ir na Ri Happy escolher quem vai ser sua nova “filha”? E aquela pseudo-liberdade de encontrar os amigos na rua – com as mães na porta de casa – e brincar de pega-pega, esconde-esconde ou qualquer outra brincadeira enquanto as mães conversam sobre os vizinhos e a novela das 9?
    Então descubro como eu era realmente feliz e não sabia. Enquanto na minha infância eu fiz amigos, as crianças de hoje só sabem criar – e destruir – amizades no Facebook. Enquanto eu ia para a escola só pra brincar na Educação Física, as crianças de hoje só se preocupam em chegar na sala e mostrar o novo aplicativo do iPhone.
    Sinto falta dos parquinhos lotados na praça do meu bairro. Sinto falta de ver crianças se sujando de lama no meio da rua. Sinto falta de ver a banca cheia de revistas de uma novela mexicana infantil. Sinto falta de ver o corredor de brinquedos das Casas Bahia cheio de crianças, e não o balcão de celulares e câmeras legais. Sinto falta de ver a nova geração puxando a saia da mãe porque quer colo, e não porque quer entrar na internet pelo celular.
    Acho que a verdade é que, quanto mais cresço, mais dou importância a momentos que, hoje em dia, não voltam mais. A infância que tive não vai voltar. As garotinhas de 10 anos não vão saber como é legal espalhar os brinquedos e as Pollys pelo quarto e depois ver seus pais arrumarem enquanto você foge pra casa da amiguinha. Os garotinhos não vão se sentir mais mecânicos que sabem tudo sobre carros. Os “pirralhos” não vão sentir mais aquela sensação de inocência, de fazer algo porque sente que é a hora e não porque a coleguinha já fez… A menos que, para tudo isso, exista um novo app super cool no iTunes. Porque, cá entre nós, até os adultos estão mais preocupados com a web do que com o sentido real da palavra “vida”.

    Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze.

  • Cortinas – e máscaras – ao chão

    Incrível como pude ser tão trouxa a ponto de acreditar em tudo o que vi. Esqueci que, na verdade, nem sempre o externo é a versão oficial. Todos nós somos enganados, diariamente, por gestos, palavras e sinais, que conseguem ser tão falsos quanto quem se utiliza deles.
    Dizem que só o tempo e a convivência são capazes de definir alguém. Engano. Tempo não significa nada. Convivência não significa nada. Você é cheio de máscaras, cheio de caras diferentes e se abusou delas para me enganar. É como se você possuísse uma centena delas… Cada uma feita, especialmente, para envolver cada um que te cerca. E essa máscara criada sob medida, com meus gostos, com minha cor favorita e meus enfeites preferidos, me envolveu a ponto de nem me conhecer mais… Tudo feito para me prender e me enganar, me fazendo até duvidar daqueles que conheciam sua verdadeira face. Seu verdadeiro eu.
    É… achei que aquela era a sua única – e a verdadeira – versão. Quando, na verdade, você é apenas um personagem (com muitas máscaras) desse grande teatro que é a vida.
    Sua peça já está me deixando farta. Ela me enoja, não consigo mais assisti-la. Resolvi me levantar e ir embora… Não faço mais parte do seu público e me excluo do seu elenco. Quero o papel principal em uma história só minha. 
    Sua atuação foi ótima, mas o espetáculo em si é uma merda. Fique aí com seu roteiro, com suas falas e com suas farsas. Afinal, tudo já chegou ao fim: suas luzes se apagaram, sua cortina está no chão. E você, querido, foi pego. Trate de ensaiar melhor na próxima vez… Ou abandone seus personagens. Chega uma hora que a vida fica chata com tanta atuação, com tanta mentira. 
    Para todo caso… Aqui estão seus aplausos. Não por ter sido bom, mas por ter, finalmente, terminado essa porcaria. Espero que se sinta satisfeito e encontre outros tolos para apagar o brilho que você não tem. E lembre-se: na próxima vez que for mentir, assegure-se que não há espiões em seu público. Forme-o somente com pessoas burras e influenciáveis. Você me enganou, mas foi por pouco tempo. Agora, fique com o final dessa história mal escrita. Minha crítica foi feita, meu adeus foi dito. Mas o gran finale fica por minha conta: interferi em sua peça, modifiquei o enredo e descobri suas mentiras antes de me deixar levar. Então, chega… Essa merda acabou para você. E, principalmente, para mim.
  • Desabafo: eu, eu mesma… E eu de novo

    Antes de tudo, quero me desculpar pelo conteúdo do texto. Vocês não são culpados da minha mudança de humor… E confesso que ando abusando-os demais com meus problemas. Mas é como eu sempre digo: considero-os meus amigos. Meus confidentes. E é no blog que eu falo sobre tudo… Principalmente sobre mim.
    Ultimamente ando me sentindo estranha. Pensativa demais. Minhas mudanças de humor estão me sufocando e quase não consigo respirar com elas. Um dia, estou forte. Outro pareço um bebê chorão. Às vezes mal posso me olhar no espelho. Minha auto estima não anda tão alta assim. E quer saber? Essa variação me sufoca, também.
    Nunca fui a pessoa mais confiante do mundo. Em nada. Às vezes aparento ser forte só para não magoar quem amo. E acabo magoando a mim mesma. Preciso apenas de um colo, de um ombro, para encostar a cabeça e chorar, desabafar e receber palavras de conforto, de carinho. Preciso sentir que não estou sozinha. Que não dou mais do que recebo… É tanta coisa em minha cabeça no momento que mal consigo diferenciar o bom do ruim. Ou do indiferente. É como se cada dia fosse apenas mais um dia, sem nada novo. Só a rotina e suas consequências.
    E ainda tem aquela parte da crítica. Quando ela vem de fora, posso me segurar que não me importo. Aprendi a lidar com elas desde que percebi que, mais que ninguém, eu sou a única que me conheço perfeitamente. Mas há momentos em que não preciso de ninguém para fazer um comentário maldoso. Basta me olhar no espelho, ou olhar qualquer coisa que eu faça. Odeio isso… E quer saber? Não faz bem nenhum. Principalmente porque sei que é coisa minha. É a droga da autocrítica, que fere mais que qualquer coisa.
    Tem ainda aquele lance de querer ser algo na vida. De não passar por aqui só para ocupar espaço… E aí penso: o que eu estou fazendo com meus dias? Só saio de casa para ir à faculdade. Fim de semana se resume em internet, dormir, comer e esperar a segunda-feira. Ando exausta… E não é uma exaustão física. É íntima. 
    “Ah… Droga, olha o que eu estou falando!” Eu não tenho o que reclamar da minha vida. Umas espinhas no rosto, uma barriguinha a mais e óculos não deveriam ser motivo para se colocar pra baixo. Engraçado que eu sei disso… Mas é incrível como, a cada vez que me olho no espelho, não me sinto feliz. Miro em meus próprios olhos e não enxergo mais o brilho daquela garota de 15 anos cheia de sonhos para se cumprir que fui. No passado, eu sonhei tanto. Na idade em que me encontro (18), eu já deveria ter arriscado mais. Vivido mais. Realizado meus sonhos.
    E talvez seja isso: sonho muito. Vivo pouco. Tá na hora de inverter isso aí…
  • O momento em que a gente cresce

    Crescer é um acontecimento inevitável da vida. Não digo somente no físico, como também sentimental. Nós passamos por momentos que nos ensinam como levar os dias, como agir em certas circunstâncias, entre outros. Porém, olhando para trás, a gente nunca percebe. E nunca sabemos quando isso tudo começou.
    A verdade é que não há um momento exato. Nós crescemos aos poucos, sem pressa. Tratando-se do corpo, a parte mais perceptível, nós conseguimos enxergar as mudanças. E lá no fundo, no coração, é onde tudo acontece de verdade. E é a parte em que nós (e muito menos os outros) menos compreendemos. 
    Não há como dizer que passamos a amadurecer em certo ponto. Não há um dia. Um mês. Um ano. As coisas acontecem devagar. São momentos da vida que nos tornam como somos e vai acumulando através do tempo. E acredite: você pode continuar baixinha daqui em diante. Mas seu interior continua mudando. Sempre.
    Foi após refletir sobre meus dezoito anos que cheguei a essa conclusão. Nós vamos estar em fase de aprendizagem para o resto da vida. Vamos continuar crescendo aos poucos. E, ao olhar para trás daqui alguns anos, iremos perceber o quanto mudamos. Novamente.
  • Quando a ficha cai

    Estava quase indo dormir quando, sem querer, olhei para o contador de visitas do blog. De repente, não sei bem o motivo, me deu uma vontade louca de sorrir. De sair dançando por aí. De pular. De cantar qualquer música feliz ou assoviá-la enquanto arrumava a cama para mais uma noite de sono. Mas eu não poderia ir me deitar agora… Não sem vir aqui e publicar este post.
    Nunca na minha vida eu pensei que chegaria a mais de 92 mil visitas no blog. Quando comecei, era apenas uma garota tímida procurando um lugar para desabafar e mostrar ao mundo que tinha sentimentos como todos. Nunca pensei chegar onde estou… Na verdade, nunca imaginei que, algum dia, estaria fazendo um post como esse.
    Incrível como sou péssima com as palavras quando preciso delas. Nada, repito, nada que eu escreva aqui pode transparecer a felicidade que me encontro no momento. Eu não posso ir dormir hoje sem agradecer a cada um de vocês que estão entre os mais de 92 mil cliques no JDB. Eu não posso encostar minha cabeça no travesseiro sem, antes, dar um abraço virtual em cada um que passou por aqui. E principalmente aos que passaram e voltaram.
    É com um sorriso bobo no rosto que agradeço a cada um de vocês por tudo. Tudo mesmo! Não sei como agradecer, então a única alternativa é fazer do jeito que faço sempre: escrevendo. E hoje me dei conta de como isso tem mudado minha vida… De como passei por problemas através dos meus textos, de como tomei decisões através dos comentários de vocês e de como eternizei momentos através dessas páginas. Hoje parei para analisar como minhas palavras me fizeram bem durante esse tempo que tenho o blog. Somente hoje me dei conta de como o que faço é valorizado, mesmo com algumas críticas aqui e ali… Somente hoje me dei conta de que, quando é feito com amor, tudo dá certo. E espero que continue funcionando por muito tempo.
    Obrigada por tudo, leitores e seguidores do JDB! Aqui fica meu agradecimento, meu carinho e mais um texto para eternizar um momento super especial <3
    Com amor,
    Julie.
  • O que fazer

    Tell me what to do about you…
    Esse é o único pensamento vagando em minha mente agora. Poderia até dizer que as respostas à essa pergunta preenchem um pouco o vazio que resta. Mas seria mentira. E quando se trata do coração, mentir é errado. Muito errado.
    Sinceramente, não sei mais o que pensar sobre você. Sobre nós. Se é que existe um “nós” nesta história. Enquanto espero algo de você, escrevo o que sinto em um caderno velho, com a tela do meu celular como única fonte de luz. A única coisas que vejo é a tinta da caneta formando palavras nas linhas de uma folha qualquer. As linhas estão ficando cheias, mas meu pensamento continua em um único caminho. Você.
    Já não sei como agir quando se trata de você. Se te deixo livre, não voltas. E sua falta me atormenta. Se te busco, não correspondes. E a falta de você me atormenta. 
    Não sei o que quer de mim. Aliás, mal sei se você quer alguma coisa. Mas eu sim. Eu quero você.
    Do you think about it? Can you ever change? Finish what you started, make me wanna stay. Tired of conversation, show me something real. Find out what your part is, play it how you feel…
    Eu estou começando a desistir. Não deveria, mas esta batalha não pode ser de uma pessoa só. Queria poder viver o que sinto antes que se acabasse. Mas a vida não é feita somente de paixões. Nem de romances.
    Se algo em você pede por mim, apenas torne minha base mais forte, sustente-a. Ajude-me a ficar de pé e segure meu corpo para continuar caminhando e tentando chegar até você. Dê-me esperanças e não ilusões. Dê-me certezas… Eu estou me apaixonando por você, mas também estou desistindo. Então, por favor, me faça continuar.
    Tell me what to do about you…
    E me diga o que fazer com você. Com nós.
  • As minhas tentativas

    Fiquei uma semana sem te procurar, evitando seu perfil no Facebook, suas fotos nos meus álbuns e as músicas que tanto me lembram você. Tentei te dar espaço e me valorizar. Tentei não correr atrás. E aí, escutei nossa canção. A vontade de te mandar um SMS veio com a mesma rapidez que ficou. Lembrei o motivo para te ignorar, te deixar de lado… E o buraco no peito se formou de novo. 
    Já são quase 3 da manhã e aqui estou eu, cheia de sentimentos confusos como sempre. Ao meu lado, meu celular (com a mensagem para você nos rascunhos) tenta me tirar a atenção. Tento escrever para preencher o vazio que sua falta me deixou… Mas não adianta. Só sei falar de você. De nós. 
    Queria te contar como essa distância está me matando. Porém, ela não é a única culpada: você não ajuda. As mensagens no Facebook que enviei (todas marcadas como visualizadas) e que você não me respondeu. As vezes que tentei me aproximar e você ignorou. Os comentários fofos para outras garotas. Tudo me magoa. E sabe… Dói. Dói saber que todas as lágrimas que derramei foram por você. 
    E o que mais dói é não poder te contar. Saber que você vai fazer o mesmo que fez com as mensagens e as minhas tentativas de ficar por perto. Sei que vai ser só mais um SMS entre tantos não respondidos. Ou mais um não lido. Ele só vai servir para gastar meus créditos, minha paciência e, principalmente, minhas lágrimas.
    Você está se tornando um idiota. E isso dói para admitir também. Ninguém gosta de se apaixonar por um idiota. Mas às vezes é como você age. E não era para ser assim… 
    Só peço que se for para me iludir, pare agora. Você só atrapalha e, quando tenta ajudar… Adivinha? Atrapalha ainda mais. Pare com esses sorrisos para mim. Pare de me fazer achar que sou importante. Pare de me fazer sonhar com você. Por favor. Pare.
    Pare com tudo. E principalmente: pare de ignorar minhas tentativas de ter você. Diga o que está em seu coração. Não fuja desse sentimento… Pare de ser um completo idiota e se toca que eu estou apaixonada por você. Faça algo. Só não finja que essa paixão não existe, porque ela é real. Intensa. E me torna uma completa idiota. Assim como você.
  • Uma caixinha de surpresas

    Cada pessoa leva consigo uma história, um mistério. Nem sempre eles são revelados e, a cada vez que tentamos, nos afundamos mais e mais nesse desafio. Tentar desvendar alguém é como abrir um presente que foi embrulhado com muito capricho – e vários papéis: a gente demora para chegar ao final (ao que, cá entre nós, é o que interessa), corremos o risco de esperar demais – e sofrer uma decepção – e, só para fechar com chave de ouro, o que nos aguarda no final do embrulho ainda pode mudar nossa vida. De qualquer ponto de vista que se olhe.
    Se tentar entender a mente de alguém é difícil, imagine o coração. Ele é a parte do corpo que mais sofre. Não fisicamente. As mágoas se juntam ali no peito, e por mais que a razão grite o caminho certo para continuar, elas insistem em guiar nossas atitudes. As vezes dá certo. Outras, não.
    Ainda há a parte do enigma que tentamos desvendar por nós mesmos. Engraçado essa estranha mania de querer juntar os fatos, não é? Achamos que tudo o que fazem é por alguma razão. Nem sempre. A gente tem essa vontade de querer chegar ao fim do mistério, de saber os motivos por trás das ações… E nos esquecemos que os sentimentos não se baseiam apenas em amor e ódio. Há outros. Vários outros.
    E tanto devaneio, no final, só serve para concluir uma coisa: querendo ou não, nós não somos detetives para desvendar o interior do outro. Cada pessoa é uma caixinha de surpresas e leva consigo um mistério que nem a Agatha Christie poderia escrever – e descobrir. Cada coração é um mundo novo, cheio de prazeres, descobertas e decepções. Não cabe a nós querer dar fim ao caso. Afinal, nós não somos capazes nem de nos entender. Quem dirá (entender) os outros?
  • Dezoito anos… Mas já?

    Vou falar a verdade para vocês: parece que foi ontem que passei por esse mesmo processo de post. Primeiro, juntar imagens de todas minhas idades e, então, escrever o que sentia com esse novo ano que se passou para mim. O blog era outro (leia aqui), o momento também… Mas o sentimento é quase o mesmo.
    Engraçado como o tempo passou tão rápido. O ano de 2011 voou e, num piscar de olhos, saí do Ensino Médio, terminei o Espanhol, entrei e saí do Técnico, passei na faculdade… Ufa! Minha vida mudou totalmente. Hoje faço o que gosto, estudo para ter um futuro na carreira que admiro e ainda tenho amigos que nunca imaginei ter.
    Vocês sabem que fui uma criança tímida, gordinha e “zoada” por usar óculos e ser nerd. Não posso dizer que sou diferente por ter passado por tudo isso, aliás, tantas outras pessoas viveram o mesmo que eu… Mas de uma coisa tenho certeza: cada segundo da minha vida foi especial para me tornar o que sou hoje. Todas as decepções, as lágrimas, as raivas, as perdas… Tudo.
    Mas que se danem as coisas ruins. A vida não é feita só delas e elas não merecem ganhar destaque. Foram os momentos bons que fizeram tudo valer a pena. Todos os amigos que ganhei, os sorrisos que conquistei, os pensamentos que descrevi aqui no blog… TUDO. Cada virgula, cada ponto final, cada reticências e cada situação. 
    Hoje faço 18 anos. É. Dezoito anos. Nunca me imaginei chegar nessa data. Esperei muito por ela, mas também quis evitá-la. Porém, aqui estamos nós, 16 de junho de 2012, comemorando mais uma velinha em cima do meu bolo. São muitos anos que se passaram, muitos sentimentos que vivi e muitas palavras que formaram meus dias… 
    Nunca acreditei que idade define alguém. Mas é irônico chegar aqui dizendo que me sinto diferente. Esses últimos meses foram muito especiais para mim, em todas as partes de minha vida. E eu não poderia falar dela sem citar o blog. Seria injusto.
    Foi aqui no Julie de Batom que desabafei, ri e chorei quando precisava. Vocês sempre estiveram comigo e eu não posso esquecê-los numa data tão especial. Agradeço a todos que passaram por minha vida, aos que se foram e aos que ficaram. Cada um de vocês tem um espaço na minha memória e no meu coração. E vocês, leitores do #JDB, são como amigos para mim. Amigos que, quando preciso, estão por aqui, lendo o que sinto e comentando sobre o que escrevo. Só espero que continuem nessa nova etapa que vou viver. Nessa e em tantas outras, também.
    É dezessete, você foi incrível. Agora é hora de deixar os dezoito ter a oportunidade de…

    … deixar os amigos antigos sempre por perto

    e continuar trazendo outras pessoas especiais (que elas permaneçam também).

    Viver momentos incríveis ao lado de pessoas maravilhosas
    e ver esses momentos rendendo frutos.

    Receber o carinho de pessoas que gostam de mim – e que são correspondidas.
    Estar sempre em turmas que são únicas e especiais.
    Ver o mundo com meus próprios olhos
    e sonhar com o mundo descrito pela visão de outras pessoas.
    Pagar alguns micos
    e ter amigos para compartilhá-los.
    Viver momentos especiais, seja eles meus ou de quem amo

    e, claro, registrar tudo para mostrá-los por aí no futuro.
    Mais um ano se passou e o #JulieDay chegou. E espero que nos próximos vocês estejam sempre por aqui. Feliz aniversário para mim e que meu dia possa ser super especial. Afinal, ele é todo meu né?