
Eu não sou uma daquelas pessoas cujo coração pode ser quebrado em mil pedaços e remendados tão fácil e rapidamente. Na verdade, invejo qualquer um que tenha esse dom – ou seja lá como chamam isso.
O amor nunca foi justo comigo. Na última vez que nos encontramos, ele causou mais estragos do que eu poderia imaginar. Acho que, lá no fundo, nós não nos damos tão bem assim. É como se ele não fosse com a minha cara, simplesmente. De alguma forma, não fomos apresentados. Não da forma correta.
Não é possível que meu coração continue sendo quebrado, pisado e torturado para, só depois de sofrer muito, encontrar um band-aid que funcione e não deixe vazar nem uma gota de sangue pelas bordas. É injusto que eu tenha que quase perder meu coração para, só depois, sentir que ele continua inteiro, intacto. Ou, de alguma forma, sem nenhum vestígio de dor.
E ainda tem o tempo. As vezes, ele se torna mais injusto que qualquer outra coisa. Ele nunca está em sintonia com o que preciso e isso acaba com qualquer vontade de, simplesmente, amar de novo. Parece que, na minha vida, tempo e amor são sinônimos de desordem. Eles nunca funcionam juntos. Pelo menos, não como deviam funcionar.
O tempo é quase imperceptível quando o amor se torna presente. Este some com a mesma leveza e facilidade com que chega e o tempo não é justo: faz o amor morrer aos poucos e rápido. Só o que permanece é aquele amor vazio, sem valor. Aquele amor que só há o sentimento abstrato, não o físico. E o tempo parece se dar melhor com este tipo de sentimento. É este que, afinal, deixa seus vestígios.
Meu coração continua quebrado, dividido em mil pedaços nada iguais. As vezes, alguma parte some e volta com o passar dos dias. Em outras, nunca mais encontro. E eles se perdem aos poucos, sem nem uma chance de tentar reencaixá-los em seus devidos lugares. O vazio só se intensifica e os espaços ocos, multiplicam-se. E parece que o tempo (tão injusto) prefere prolongar-se nesse tipo de amor; aquele amor que não dura, que se torna só lembranças. Aquele amor que acaba com o coração. Que só deixa a dor, as feridas que não cicatrizam.
E, ironicamente, o amor é a única solução para juntar todos os pedaços novamente, encontrar os que ficaram por aí e tentar, de novo, deixar esse sentimento ter o poder de fazer que eu tenha a sensação de voar. De que nada é impossível. Ironicamente, o amor se cura com… Amor. E tempo.
Só não posso suportar ver meu coração se desmanchar em milhões de pedaços. Nem tentar remendá-los sem obter nenhum sucesso. Preciso ter certeza, antes de me jogar de corpo e alma mais uma vez, que o amor não vai me deixar vazia desta vez.
E sim, de uma forma milagrosamente correta, cheia de vida, esperanças, sonhos e, claro, beijos quentes e momentos eternos.
4 Comments
Que texto mais perfeito, Ju! Tudo que eu precisava ler :') Orgulho de você, cada dia se superando na escrita <3
http://www.ideiasdemenina.com/
OMG *–* Texto lindo meu bem. E, blog lindo também ^^ Já estou seguindo, se puder me ajudar e seguir devolta ficaria muito agradecida, Beijos Gio~
http://meninascommmaiusculo.blogspot.com.br
Lindo esse texto, me identifiquei com ele. Achei ele muito diferente dos textos que você está acostumada a escrever. AMEI!
Que lindo, adorei o texto, é como se a gente estivesse passando pela mesma coisa kk http://1mundoteen.blogspot.com.br/