Category: Comportamento

  • Relacionamento abusivo: precisamos falar sobre isso!

    Rosas, ursinhos de pelúcia, chocolates, jantares caros… Quando se fala em Dia dos Namorados, esse é o cenário idealizado e até mesmo vivido por muitos casais, né? Porém, nem tudo são, literalmente, flores. Atrás de um momento agradável ou de uma foto amorosa nas redes sociais, pode estar escondido um relacionamento abusivo. São em datas comemorativas como esta que eles se tornam ainda mais mascarados, principalmente quando, quem pratica a violência, demonstra um lado mais amoroso, empático e com sinais de mudança.

    Relacionamentos abusivos

    Pode até parecer que o relacionamento abusivo é uma realidade distante ou “apenas” assunto de redes sociais. Infelizmente, a gente não precisa procurar muito para encontrar alguém que já viveu neste cenário. Prova disso é que uma amiga minha, a Pamela Dal Alva, de 26 anos, passou por uma relação tóxica e só fui descobrir após o artigo que ela publicou no blog Era Outra Vez. Foi aí que caiu a ficha: quantas pessoas à nossa volta já passaram pelo mesmo e a gente nem imagina?

    “No começo, eram altos e baixos, brigávamos por besteiras e insegurança da parte dele”, conta Pamela. “Ele me fez perder o gosto das coisas, me fez perder o sentido de amar, me fez ficar com dúvidas sobre as coisas e me fez questionar a minha capacidade de existência”. Além disso, ela se afastou de todos os amigos, saiu das redes sociais, perdeu festas de aniversário e casamentos, entre outras mudanças de comportamento. “No começo, foi opcional. Mas, depois de muita chantagem emocional que cedi, o que ele queria piorou muito mais porque eu dei a deixa para ele mandar em mim. Ele me fez acreditar que eu era inútil, que todas minhas lembranças eram falsas, que eu precisava dele”.

    Afinal, o que é relacionamento abusivo?

    Segundo a psicanalista Dra. Andréa Ladislau, relacionamento abusivo significa quando uma relação deixa de ser saudável para se tornar desconfortante, com atitudes que privam o outro de exercer sua própria liberdade. “Podemos citar os jogos de controle, ciúmes excessivos e abusos constantes que ferem a individualidade dos parceiros”, explica. Além disso, ela também traz para a lista: promessas infundadas, chantagens, punições, controles, invasão de privacidade, afastamento de outras pessoas, destruição da autoestima e invalidação de sentimentos.

    Relacionamentos abusivos

    É importante frisar que, diferente do que muita gente pensa, esse tipo de atitude não acontece apenas em relações amorosas. “Um relacionamento abusivo pode ocorrer em qualquer tipo de relação, seja entre homens e mulheres, pessoas do mesmo sexo, relações de poder no ambiente laboral, pais e filhos, relações familiares, ou entre amigos”, explica a Dra. Andréa Ladislau.

    Para Pamela, que namorou por um ano e meio, os sinais de que estava vivendo um relacionamento abusivo se tornaram mais evidentes após as discussões sobre deletar seu próprio blog. “Era a única coisa que eu tinha e não ia permitir ser tirada de mim”, relembra. Além disso, as suspeitas se tornaram ainda mais fortes após ajuda de uma amiga. “Ela me mandava vários vídeos e matérias sobre relacionamento abusivo. O processo nunca é fácil, mas foi algo muito além. Com os vídeos, comecei a perceber e a comparar”.

    No caso da Pamela, ela mesma reparou sua própria situação e tentou se livrar dela. Segundo a Dra. Andréa Ladislau, essa atitude é muito importante para sair da realidade em que a vítima se encontra. É necessário se conhecer como indivíduo e entender suas necessidades, limites, vontades próprias e, inclusive, redescobrir o amor próprio para não cair na mesma armadilha de novo. “Quando nos conhecemos bem, sabemos melhor quem são os tipos de pessoas que conseguimos lidar e quais os tipos nos ferem e incomodam. Trabalhar sua autoestima é fundamental, exaltando suas qualidades”, ressalta.

    Como saber se estou em um relacionamento abusivo?

    Perceber que você está vivendo um relacionamento abusivo não é um processo fácil nem rápido. Isso porque são inúmeros os sinais que apontam abuso por parte do outro em uma relação. Entre eles, a Dra. Andréa Ladislau citou:

    1 – A desvalorização frequente e a humilhação em situações em que sempre o outro aponta seus erros;

    2 – O abusador inverte sempre as situações, colocando a vitima do abuso em situações constrangedoras, distorce a realidade dos fatos, e insinua, muitas vezes, que a vítima faz drama;

    3 – O abusador manipula e controla a vida do outro todo o tempo sem respeitar os limites do individuo;

    4 – Nunca aceita não como resposta, força a barra e se faz de desentendido até conseguir o que deseja;

    Relacionamentos abusivos

    5 – Manipula a vítima e os outros, de forma a fazer com que esta e todos pensem que a vítima não é uma pessoa digna de amor. Ou seja, diminui a autoestima através da violência psicológica;

    6 – O abusador procura sempre afastar a vítima de outras pessoas que possam abrir seus olhos, demonstrando que este está vivendo uma situação de abuso. Muitas vezes, afasta essa vítima até da própria família e leva o individuo a acreditar que tudo que acontece de errado é culpa dela;

    7 – Receber comentários abusivos, ofensivos e constrangedores, principalmente na frente dos outros, é uma das situações mais comuns em caso de relações de abuso;

    8 – Ser monitorado constantemente, ser diminuído, obrigado a mudar seus hábitos e conviver com alguém que pensa só em si e não se importa com seus sentimentos. 

    Mulheres em relacionamentos abusivos: por que tão comum?

    Mesmo com a discussão cada vez mais intensa sobre relacionamentos abusivos, os casos continuam acontecendo com frequência, especialmente com vítimas do sexo feminino. Segundo a Dra. Andréa Ladislau, sair dessa situação é extremamente doloroso e difícil, pois o abusador diminui a companheira, domina, muitas vezes por meio do medo, ameaças e até afastamento de pessoas que poderiam auxiliar na mudança dessa realidade. “Ter uma visão completa desta relação e de como ela é na realidade, nem sempre é fácil para a vítima que está inserida dentro do contexto e, por este fato, não consegue se distanciar o suficiente para ver o panorama completo”, explica.

    Relacionamentos abusivos

    No caso de Pamela, ela mesma tomou a iniciativa de dar um ponto final no relacionamento. “Ao longo do tempo, foram vários términos, mas nesse, em particular, eu não quis voltar”, relembra. Após a experiência, a paulista conta que ficou com o psicológico muito afetado e, mesmo 6 anos depois do ocorrido, ainda guarda muitas marcas consequentes daquele período. “Estou trabalhando na insegurança, para voltar a ser como antes. Não exatamente como antes, mas pelo menos ter de volta a autoestima e acreditar em mim mesma”.

    Para quem passou por um relacionamento abusivo, é muito importante buscar ajuda profissional, de amigos e parentes próximos. De acordo com a Dra. Andréa Ladislau, o profissional de psicologia ou psicanalista pode auxiliar a vítima a se perceber dentro do processo e entender de que forma pode se libertar de um indivíduo manipulador, persuasivo e perverso. “A autoestima baixa também pode ser melhorada e, através do autoconhecimento, a vítima consegue perceber que não precisa do outro para seguir sua vida. Precisa de tranquilidade, paz e amor recíprocos para uma condição de relação sustentável e feliz”, completa.

    E se eu sou o abusivo da relação?

    Uma relação abusiva é formada pela vítima, que sofre as consequências daquela violência, e pelo abusador. Perceber qual é seu papel dentro desse cenário é essencial para tomar alguma decisão, seja terminar o relacionamento ou, no outro caso, mudar suas próprias atitudes.

    “A nossa interferência na vida do outro só pode ir até o ponto que não fere a autoestima, não impõe opiniões, respeita as características e percepções do parceiro. Tudo em excesso faz mal, até nas relações”, explica a Dra. Andréa Ladislau.

    De acordo com a psicanalista, existem chances do abusador melhorar, desde que exista a consciência e o desejo de mudança. “Ela tem que partir de dentro de nós. Se estamos magoando o parceiro e temos certeza de que essa relação é a que queremos, então o mais certo é respeitar o individuo que está ao nosso lado e buscar compreender que não somos seres iguais, pelo contrário, somos diferentes sim e também somos seres em constante evolução”, explica.

    Agora quero saber de vocês: já vivenciaram ou conhecem alguém que passou por um relacionamento abusivo? Conte sua história nos comentários! Se necessário, envie o link do post para quem está passando por uma relação assim. Nesse momento, tudo o que a vítima precisa é de ajuda e informação. Bora dar o primeiro passo? 🙂

  • O que temos para aprender com o nude vazado da Luísa Sonza?

    Pouco mais de uma semana atrás, a cantora Luísa Sonza, de 20 anos, viu seu nome receber destaque em portais, hashtags populares e comentários nas redes sociais. Infelizmente, não por uma música nova lançada, um recorde adquirido ou uma novidade sobre sua vida. Luísa era a nova vítima de cibercrime: a cantora teve uma foto sua, totalmente nua, divulgada em seu Instagram.

    No começo do burburinho, muitos internautas ainda não sabiam que aquela divulgação se tratava de um crime e não de uma vontade própria da cantora. E nenhuma das opções foi capaz de evitar os comentários machistas sobre o corpo de Luísa e a atitude de clicar um nude.

    O corpo feminino é julgado, objetificado e invadido todos os dias. São inúmeros casos de preconceito, comentários e abusos. Diariamente, nós, mulheres, somos vítimas de machismo, assédio, estupro e tantos outros péssimos “hábitos” que a sociedade, racional ou irracionalmente, vê acontecer em seu próprio terreno. E nada faz.

    Casos como o de Luísa não são capazes de vitimizar a mulher em nenhum dos passos do crime. “A culpa foi dela”, que tirou a foto. “A culpa foi dela”, que enviou a imagem. “A culpa foi dela”, que permitiu que a senha do Instagram fosse roubada.

    “A culpa foi dela”. É o que ouvimos de todos os lados, independentemente do crime em questão.

    Ser mulher em uma sociedade machista é ser a culpada, mesmo em situações em que somos vítimas. E, até quando alguém não aponta o dedo para nós, fortalecendo esse sentimento de culpa, ele já é presente. Quantas vezes você não se puniu por usar uma roupa curta e receber um assédio na rua? Ou quantas vezes você se impôs em uma situação visivelmente machista e se arrependeu por ser “grossa demais”?

    Nós não estamos livres nem de nós mesmas.

    A divulgação de um nude é só um exemplo de tudo que sofremos no dia a dia. E está longe de ser um risco apenas para mulheres famosas, viu? Pode acontecer com qualquer uma de nós, por diversos motivos: chantagem, relacionamento abusivo, zoeira, e por aí vai.

    A Cá (nome fictício para preservar a miga) também passou por esse turbilhão. “Eu tive um namorado em 2012 e tiramos uma foto juntos. Eu estava com ele, mas só de calcinha”, descreve. Na época em que o casal se separou, ela conta que pediu para apagar qualquer coisa dela. “Acontece que o celular dele foi roubado na época. Ele me garantiu que tinha deletado tudo e bloqueado o IMEI (código numérico único e global que identifica celulares internacionalmente)“. Mas, no início do ano passado, a história voltou à tona.

    “Ele me chamou, disse que um suposto cara havia publicado a foto nos comentários do Facebook dele. Falei que, se fosse uma chantagem, iria chamar a Polícia. Mas ele falou que conversou com o indivíduo, que disse saber de nada”, relata.

    Foi no meio da confusão que a Cá compartilhou o suposto print com uma amiga. “Ela me disse se tratar de uma montagem. Esse meu ex era web designer, ou seja, ele poderia ter feito para chamar a atenção, sabendo que sou super reservada sobre relacionamentos”.

    Na época, a Cá diz que ficou muito arrasada. “Ele tinha me traído, fiquei depressiva, emagreci… Quando praticamente nem lembro que ele existe, do nada, ele surge com uma foto que eu nem lembrava da existência. Confiei na palavra dele“, conta. O medo, também, era de pessoas próximas terem acesso à imagem. “Já pensou minha família vendo e falando que nunca pensou que eu era esse tipo de garota”?

    Mesmo após um ano, as cicatrizes ainda são presentes na vida dela. “Até hoje, me sinto vulnerável e com medo de ser exposta. Foi algo que fiz na adolescência, era apaixonada, não tinha autoestima nenhuma. Só queria agradar o cara que eu gostava“.

    A reação da Cá foi diferente da Luísa, que disse não se sentir tão abalada pela exposição. “É só mais um peito, é só mais uma foto, todo mundo tem isso aí, né?“, disse nas redes sociais. Segundo a cantora, a imagem foi enviada para o marido, Whindersson Nunes, quando os dois estavam longe. “Eu acho que alguém pegou minha senha, postou. Não sei por que a pessoa fez isso, eu não entendi“.

    As reações de ser vítima de uma exposição do seu próprio corpo, sua intimidade e sua vida, podem ser diferentes para muitas meninas. Já houve casos em que a vítima entrou em depressão, começou a se automutilar ou até cometeu suicídio. Muitas perdem seus empregos, o contato com a família e até com amigos. É assim que vamos continuar tratando as vidas das nossas meninas?

    Tudo isso por conta de uma foto. De um corpo. Como a própria Luísa disse, é só isso: um corpo. Com seios, virilha, bunda, vagina. Nada demais.

    Nós somos criadas para esconder nosso corpo, odiá-lo se estiver algumas gramas além do padrão, gostar do outro, mas não de nós mesmas. Aprendemos o que é bonito e o que é feio, como se houvesse uma regra. Nós passamos por dietas malucas, cortes em cirurgias, zoeiras em sala de aula… Como crescer com uma autoestima que se sustente? Dessa forma, quase impossível.

    Só pela foto existir, nós já somos erradas. Só pelo nude ser clicado, nós já somos as criminosas. “Como uma mulher pode se submeter a isso? Foto nua é coisa de pessoa errada. Mulher correta não faz essas coisas”. É isso que escutados.

    Porque mulher não pode se amar. Não pode se curtir.

    E é justamente a ausência do amor próprio que faz tantas garotas serem facilmente manipuláveis para tirar uma foto nua e enviar para alguém. Muitos homens sabem disso e se aproveitam para conseguirem o que querem. Veja bem: tirar uma foto pelada não é errado. Você pode tirar fotos do seu corpo, seja para se conhecer melhor ou para se sentir ainda mais linda. Pode enviar, se quiser, se for da sua vontade, se for para alguém totalmente confiável. Você não está errada! O crime é divulgá-lo sem autorização da vítima. Mas, infelizmente, invertem esse papel.

    Inclusive, em setembro de 2018, a Lei Nº 13.718 entrou em vigor para, entre outros pontos importantes, criminalizar a divulgação desse tipo de material, que inclui: cena de estupro, de sexo ou pornografia. Ou seja: é proibido oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar esse tipo de material por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual. Se o autor for identificado, pode pegar de um a cinco anos de prisão.

    Além disso, há também a Lei Carolina Dieckmann, de 2012, que proíbe a invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com objetivo de possuir, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa do dono do aparelho.

    É importante sinalizar, também, que compartilhar um nude ou qualquer material de incentivo à cultura do estupro e pornografia, seja por Instagram, Whatsapp, Facebook, ou qualquer outro meio, também configura crime!

    Infelizmente, mesmo com tantas leis, é difícil ter um punido. Geralmente, esse papel fica para a própria vítima, que muitas vezes vê sua vida virar de cabeça para baixo. Até quando?

    Crime é crime. E quem deveria pagar por ele é o criminoso. Mas, quando a vítima é mulher, pouquíssimas vezes somos poupadas. A culpa é da roupa, da confiança, do lugar onde estava, da provocação. Sempre pontos de responsabilidade da mulher. Nunca do agressor.

    Precisamos ensinar nossas meninas a se amarem mais. E, aos nossos meninos, a nos respeitarem mais. Quem sabe, assim, não teremos mais casos como da Luísa, da Cá e de tantas outras garotas que, diariamente, são vítimas do machismo desenfreado da sociedade. Precisamos parar isso. Pra já!

    Nota importante: se você está passando por chantagem sexual, entre em contato com a SaferNet Brasil. O canal é especializado em crimes online e pode te ajudar com a denúncia. Além disso, guarde as provas e converse com alguém de confiança. Não deixe para lá, sua voz importa. E muito!


  • Papo de BFF: a nova tag do Julie de Batom!

    Sabe aqueles posts onde um(a) leitor(a) envia um problema pessoal e a blogueira ajuda? Resolvi, finalmente, fazer uma tag só para isso aqui no JDB! Já tinha recebido muitas sugestões para abrir um espaço com esse objetivo no blog mas somente agora fui conseguir. Antes tarde do que nunca! haha
    A novidade se deve, principalmente, à Thâmara, colaboradora aqui do Julie de Batom. Ela me apresentou a ideia e, como queria fazer algo parecido, concordei na hora, já que eu só não tinha feito por culpa do tempo (ou, melhor, a falta dele).
    “Papo de BFF” vai funcionar da seguinte maneira: se você tem algum problema pessoal, seja na escola, na relação com o namorado, amigos ou família, ou até mesmo interno, basta enviá-lo para jdb.papodebff@hotmail.com e, no corpo do e-mail, colocar seu nome, estado onde mora, idade e um pequeno texto dizendo o que está acontecendo com você. Vale lembrar que seu nome não será divulgado, viu? 
    Seja bem claro no seu texto e conte o que te incomoda ou o problema que quer uma ajuda. Quanto mais objetivo, melhor poderemos ajudá-lo. Os posts da tag serão postados todas as terças-feiras e serão respondidos pela Thâmara. Em alguns, vou dar minha opinião, também. 
    Espero que vocês tenham gostado da novidade! E, já sabem: se acontecer alguma coisa, o Papo de BFF está aberto para ajudá-los. Até terça-feira que vem!
  • Um papo sobre autoestima, Facebook e Megan Fox

    Hoje, enquanto estava no meu Facebook, comecei a reparar algumas imagens e posts no meu feed. Entre frases bonitinhas e colegas de rede social tentando fazer graça, acabei reparando em uma dezena de imagens com frases exaltando os famosos e até partes do corpo (nada a ver!) deles.
    O surpreendente não foi o conteúdo dessas imagens e prints. Mas, sim, a presença deles. Se eu fosse fazer as contas, acredito que 90% das atualizações no Facebook têm esse tipo de conteúdo. 
    Comece a reparar nos amigos e até em você. Quantas vezes já se deparou com alguém (tentando ser engraçado, é claro) dizendo que até a unha do dedo mindinho do pé da Megan Fox é mais bonito que você por completo? Agora, responda: quantas vezes você já viu o dedo mindinho do pé da Megan Fox? Quantas vezes quem escreveu aquilo já viu você?
    Acontece que, infelizmente, estamos vivendo uma fase em que se sentir feio e indesejado é comum. Autoestima só existe na teoria e nos textos de revistas teen. É difícil conhecer alguém que valorize a imagem que vê no espelho e o que é por dentro. E quando isso acontece, ainda é rotulada de metida.
    E onde fica todo aquele papo de se gostar para que gostem de você? Imagina que aquele cara que você é apaixonada desde a 7ª série encontra seu perfil no Facebook (ou, sei lá, Twitter) e resolve vasculhar sua vida, suas atualizações e suas fotos. Já pensou o quanto ele ia achar chato encontrar mil e uma frases de você se jogando lá embaixo? Que garoto quer ficar com uma menina que, por qualquer motivo, começa a se inferiorizar? Garotos não curtem garotas inseguras. É um tormento se relacionar com quem se coloca pra baixo a cada vez que vê uma garota que se cuida e tem confiança. 
    E tem outro ponto: a Megan Fox é linda. Não nego. Consigo ver todos os pontos positivos no rosto e no corpo dela. Só que esquecem um porém, não é? Ela é uma pessoa pública. Ela ganha através da imagem que apresenta. Ela é linda, é claro. Mas é produzida. Lá existe uma mulher com maquiagem perfeita, cabelos super bem tratados e horas de academia. Que garota do mundo real tem uma vida assim?
    Entendem a diferença? Autoestima está mais ligada ao que somos por dentro do que o que vemos por fora. Se não exercitamos nossa confiança, sempre vamos nos enxergar como alguém indesejável e, no ponto de vista dos outros, feia e desinteressante. E ninguém é assim. Olhe a sua volta e perceba quantas pessoas gostam de você. Sabe aquela amiga que elogia seu cabelo? Não é querer ser falsa. É sinceridade. Apenas jogue essa barreira que te impede de acreditar na sua bff e passe a tomar os elogios como uma verdade. Tenha certeza que é.
    Você não é a Megan Fox e não é inferior ao dedo mindinho do pé dela. Você é melhor que isso. É única. Especial. E é isso que te torna tão linda. Apenas aceite e, na próxima vez que se olhar no espelho, veja suas qualidades. Elas são inúmeras, incontáveis. E, as vezes, invisíveis aos nossos olhos que só procuram por defeitos. Aliás… Todo mundo tem defeitos, viu? Até a Megan Fox. E eles são especiais, também, por formarem quem você é. 
    Ame suas qualidades, ame seus defeitos. E, acima de tudo: ame ser o que você é.
  • O momento em que a gente se (re?) encontra

    Sai de casa naquela manhã chuvosa. Dentro do estômago havia apenas metade de um pão integral e dois goles de café. Dentro da bolsa, apenas uns trocados (talvez mais moedas que cédulas, confesso). E, dentro da alma, uma vontade louca de me (re?) encontrar.
    Peguei o primeiro ônibus vazio que passou no ponto. Sentei ao lado de uma moça com cheiro de lavanda e um fone no ouvido. É, só um. O outro estava jogado e perdido no meio dos seus cabelos.
    Segundo o relógio dela, eram nove horas da manhã. Segundo o céu, o tempo chuvoso iria permanecer durante as próximas horas. Bom, não tenho muita certeza quanto a isso. Nunca fui boa tentando prever o tempo.
    Desci em um ponto depois de uma estrada sem prédios, casas nem pedestres. Meu destino? Quem sabe?
    Comecei a andar sem rumo. Queria encontrar algo e só sairia dali após conseguir. Não deixaria essa necessidade para trás (e muito menos para depois). Se fizesse isso, eu me deixaria ali também.
    Encontrei uma praça vazia com dois ou três bancos e incontáveis árvores. Cena perfeita para aqueles romances clichês (ou, dependendo o momento e a trilha sonora, filme de terror). Deitei embaixo de uma delas. A vista era acolhedora e, a sombra, deliciosa.
    Fui até ali à procura de mim. E encontrei. Embaixo daquelas folhas e encostada naquele tronco cheio de limo, fiz uma introspecção. E valeu (muito!) a pena.
    Nunca vou me esquecer o dia em que eu me (re?) encontrei. É, bem ali no meio de uma praça insignificante e sem atenção da prefeitura. Bem ali embaixo de uma árvore de cento em poucos anos. Ali eu entendi… Ou melhor, me entendi.
    A vida não é, nunca foi e não tem planos de ser fácil. Mas nem por isso ela não pode ser boa, ser deliciosa. E, sabe? A gente tem mais é que aproveitar. Se jogar nela. E ignorar o que vão pensar e dizer.
    O que importa é o que você sente. E o que vou contar agora, eu quero que você leve pra sua vida. Não deixe só numa página, numa folha ou nos dois minutos que você usou para ler tudo isso e chegar até aqui. Nem precisa de caneta e bloquinho de anotações para lembrar desse, digamos, conselho. É só ler com muita atenção. Vamos lá?
    Sinta-se como se estivesse embaixo de uma árvore. Não literalmente, é claro. De mentirinha, mesmo, só em devaneios. Sabe, metáfora pura.
    Embaixo da árvore só há você. Você, seus sentimentos, seus pensamentos e seu mundo. É isso o que importa: o que está embaixo das folhas. A opinião negativa de quem vive fora delas, você deve considerar como pinguinhos de chuva que a árvore vai impedir que cheguem até você. Ela vai ser sua proteção, seu escudo. 
    Mas se, por acaso, alguma gota passar por algum espaço entre as folhas lá em cima… Bom, é só uma gotinha minúscula, não é? Nada que passar a mão por cima para destruí-la não resolva o problema. (Agora você entende que é mais forte do que imagina?)
  • Shift + del

    Se tem algo que me orgulho é o quanto amadureci no ano que se passou. Principalmente, com relação as coisas que escuto e leio por aí. Aprendi a me conhecer melhor e, assim, a me importar menos com qualquer coisa que fosse mentira a meu respeito. 
    Quando a gente conhece cada partícula do nosso corpo, cada qualidade e cada defeito, fica mais fácil bloquear da mente – e do coração – todas as palavras maldosas que escutamos. Fazer isso não vai fazer com que elas sumam (talvez tenha até o resultado inverso), mas filtra o que vamos levar a sério e o que vamos jogar fora.
    Por que estou falando isso? Porque hoje me deparei com um comentário bem maldoso no blog. Não me importo quem foi e, garanto, não me abalo com nada do que falaram. Só o que me entristece é ver pessoas que perdem seu tempo tentando deixar outras para baixo. Sabe como eu enxergo isso? Falta de algo melhor para fazer na vida. Algo que preencha o tempo – e o rosto com um sorriso. E algo que traga o bem que elas almejam tanto e o bem que nós corremos atrás.
    Só estou escrevendo um texto por um motivo: por vocês. Sei que muitas blogueiras ou pessoas que colocam a “cara a tapa” na internet passam por isso. A gente, quando mostra o que somos e o que sentimos, abrimos nosso mundo para que qualquer um faça parte. E nem sempre eles precisam se identificar. Mas, ainda assim, entram pela porta que dá acesso ao nosso “eu” e começam a alfinetar tudo. Como se fossem donos de nós.
    Por isso, conheçam-se bem antes de deixar qualquer palavra abalar vocês. A gente tem mania de dar mais ouvidos aos que criticam do que aos que elogiam. Mania boba essa. Principalmente quando as críticas não chegam nem a 1% de tudo o que recebemos. O que temos que fazer é criar um disco rígido dentro de nós. Lá guardamos tudo o que vale a pena relembrar. E o que for inútil… Só dar um shift + del e deixar pra lá.
  • Seis atividades divertidas que ajudam a emagrecer

    No Natal e virada de ano, acabamos extrapolando um pouco e, assim, ganhando umas gordurinhas extras. É só depois que as festas passam que percebemos o quanto de quilinhos à mais nós ganhamos. E logo agora que estávamos quase chegando a nossa meta…
    Porém, o verão está aí e a praia/piscina nos chama todos os dias. Isso sem contar a preguiça que consome nossos corpos nessas férias, né? Dá vontade de ficar na cama o dia todo, só tomando sorvete de flocos e escutando música.
    Como também faço parte desse clube (alôw preguiça!), resolvi pesquisar atividades legais que ajudam a perder aquelas calorias chatas que ganhamos nas últimas semanas. Separei as minhas seis atividades favoritas para inspirar vocês a sair do computador por algumas horinhas e se dedicar a ter um corpo saudável. Aliás, essa é uma das minhas metas de 2013, lembram? Sair um pouquinho da vida online para aproveitar o mundo lá fora. Quem sabe eu não consigo unir o útil ao agradável?
    1. ANDAR DE BICICLETA
    Acho que todo mundo tem ou conhece alguém que tenha uma bicicleta, né? E também acho que essa é a atividade mais fácil de fazer e se adaptar. Além de ser um ótimo exercício, andar de bicicleta também é livre de custos. Ou seja: sabe aquele lugar que você vai de ônibus mas que não é tão longe? Dá para ir pedalando. E você ainda gasta entre 300 e 600 calorias (fonte). 
    2. ANDAR OU CORRER NA PRAIA
    Quem mora no litoral, pode aproveitar as praias para andar ou correr. Ainda dá para chamar as amigas e aproveitar o fim de tarde perto do mar. É um programa super divertido e saudável!
    Se na sua cidade não tem praia, vale aproveitar os parques, praças e ruas do seu bairro. O importante é praticar o exercício. E caminhar faz muito bem para a saúde, viu? 
    A caminhada pode te fazer perder entre 280 a 390 calorias. Já a corrida (na areia) vale 740 calorias a menos (fonte).
    3. ANDAR DE PATINS
    Quando eu era menor, tinha um par de patins e vivia andando com ele. Sempre reunia as amigas na rua e ficávamos horas apostando corrida e coisas do tipo. Acabei perdendo meus patins e só agora vejo como tê-los seria ótimo nessas férias, né?

    Andar de patins é outra atividade que você pode fazer com suas amigas e que, além de super divertido, ainda ajuda a perder aqueles quilinhos chatos. Vocês podem fazer a atividade na rua de casa, no parque ou até na praia. Em 30 minutos de exercício, vocês podem perder mais ou menos 350 calorias (fonte).

    4. PULAR CORDA
    Quem nunca teve uma corda quando era criança e vivia brincando com os amigos? Então, é hora de tirar a sua do armário ou comprar uma nova e voltar a “brincar”. A atividade pode ser feita em casa, sozinha, com os amigos ou até com seus pais. Dá para colocar sua música favorita e aproveitar! E o exercício ainda pode te fazer perder entre 350 e 750 calorias (fonte). 
    5. PRATICAR ESPORTES
    Os esportes são as atividades que mais nos ajudam a ter uma vida saudável. E o melhor é que há várias modalidades legais e diferentes para você escolher. 
    Esportes como a natação são ótimos, principalmente nessa época do ano onde o calor não dá uma trégua. Quando eu fazia, me sentia muito bem comigo e com meu corpo (menos com meu cabelo, mas isso é outro assunto haha). Ao sair da piscina, a gente se sente renovada, mais leve e até melhor. É um exercício ótimo! E você pode perder, em média, 350 calorias (fonte).
    Além disso, há outros esportes como futebol, handebol, vôlei… Esses, além de serem um passatempo super divertido, ainda são de graça. Basta ter uma bola e alguns amigos, né? Outro programa incrível para reunir o pessoal nas férias.
    6. DANÇAR
    Outra atividade que você pode fazer em casa, seja sozinha ou com as amigas. Basta colocar suas músicas favoritas para cantar e sentir-se uma diva da música. Cante, dance, pule… Sinta-se num palco. Além de ser super divertido (e ajudar muito a tirar o stress), a atividade ainda pode te fazer perder, em média, 200 calorias (fonte). Ótimo, né?
    Com tantas atividades legais aqui, fica até difícil escolher por qual começar. Seja qual for, lembre-se: ter um corpo saudável não se resume só a exercícios, viu? É super importante ter, também, uma alimentação saudável, principalmente neste calor. Substitua as comidas gordurosas por vegetais e legumes, os refrigerantes por sucos naturais e os doces por frutas. Vale, também, fazer uma visita à nutricionista. Além de tirar suas dúvidas, ela ainda vai fazer um cardápio super saudável pra você, adequando a dieta ao seu tipo de corpo e estilo de vida. E não esqueçam: bebam muita água, especialmente enquanto estiverem fazendo exercícios. 
    Agora quero saber de vocês: curtiram o post? Qual atividade gostam mais? Pretendem fazer alguma? Conta pra gente!
  • Sobre o amor de fã

    Todos nós temos um ídolo, principalmente nessa fase da adolescência. Nos identificamos com alguém por sua voz, seu modo de abordar sentimentos e, claro, pelas músicas ou textos que, muitas vezes, conseguem traduzir o que sentimos melhor que nós mesmos. Não importa se sua celebridade favorita canta, atua, escreve ou faz de tudo um pouco. Amor de fã é o mesmo, independente do estilo musical ou atuação.
    Porém, assim como todo amor, amor de fã também tem seus exageros. Ou vai dizer que você nunca se imaginou namorando seu ídolo ou sendo BFF da sua atriz favorita? Não adianta, todos nós passamos por isso.
    A diferença é que, muitas vezes, “imaginar” não é o suficiente. Já vi vários casos de fãs que, além de stalkear o ídolo em todas as redes sociais, ainda passa a viver em função dele e somente para ele. Esse “amor” acaba virando obsessão e nem preciso dizer como isso faz mal, né?
    Por isso, depois de um pedido lá na página do blog no Facebook, trouxe um post especial – aproveitando a tag comportamento – para falar, pelo menos um pouco, sobre a relação ídolo-fã. Algumas dicas que, se usarem ou tentarem usar, vão conseguir levar esse amor pela sua celebridade numa boa, sem deixar de viver para passar horas na internet pesquisando sobre a vida dele. Tenho certeza que muitos de vocês já passaram por isso, ou até passam. Não se preocupem: já fui assim também!
    Deixar de estudar pelo seu ídolo
    Parece que nossos professores fazem questão de marcar provas logo no dia daquela premiação onde nosso ídolo vai ganhar uma homenagem linda. E aí, o que fazer: se jogar nos livros ou assistir à premiação?
    Deixar a escola em segundo plano nunca é correto. Pode parecer frase de mãe, mas é a verdade. Seu ídolo não vai te dar futuro e o único que pode fazer isso é você. Quer assistir a premiação? Aproveite os canais dos fã clubes no Youtube. Sempre tem alguém que grava, especialmente, para pessoas que não podem ver ao vivo.

    Correr riscos pelo seu ídolo
    Na época em que o RBD virou febre, era comum ver milhares de fãs dormindo na fila do show, acampando por lá durante semanas e se jogando em frente dos carros onde a banda estava. Não é a toa que, sempre que eles visitavam o Brasil, comentavam que nós éramos os fãs mais intensos.
    Porém, antes de ficar semanas acampando na fila do show, brigar com sua mãe ou arriscar sua vida, pense se vale a pena. Chegar de manhã ao local do show é normal, afinal todo mundo quer conseguir a famosa grade. Mas lembre-se: sua saúde vem em primeiro lugar, assim como sua segurança. E olha, um segredinho: quando fui ao show do McFLY, vi muitas fãs deixando a grade porque estavam passando mal. Sabem por quê? Porque estavam acampando durante dias na fila e não aguentaram!

    Quando o amor vira obsessão…
    Amor em excesso vira obsessão, não tem jeito. Quando você começa a colocar seu ídolo como prioridade na sua vida, é porque algo está errado. A solução é mudar as preferências na sua vida e repensar sobre o que vale mais a pena.
    Com o tempo, essas prioridades vão mudando, principalmente por culpa das responsabilidades que aumentam. Na época do RBD, eu era realmente fã, queria todas as revistas, CDs… Agora, com o McFLY, cheguei a ter esse mesmo comportamento. Porém, de uns meses para cá, mesmo amando a banda, isso mudou. Tenho tantas coisas para fazer (faculdade, blog, cursos, etc) que aquele tempo que eu tinha para ler Twitter e novidades da banda se esgotou. Acabo sabendo sobre o que acontece pelas outras fãs que dão RT ou compartilham informações no Face. E isso não é amor que acabou. São minhas responsabilidades virando prioridade para mim.
    Brigar pelo ídolo
    Barraco no Twitter por algum ídolo. Quem nunca? Já vi tantas intrigas (e hashtags) entre fãs na rede social que até perdi as contas. Pior ainda: muitas vezes eram fãs da mesma banda, que a única diferença era a nacionalidade (fãs brasileiras do McFLY contra fãs da banda pelo resto do mundo). E vale a pena? Claro que não.
    A mídia é um lugar imenso que tem espaço para todo mundo. Claro que muitos artistas têm mais destaque que outros, porém, mesmo assim, cada um tem seus fãs. Brigar não adianta nada, principalmente quando os ídolos são amigos. Ou vocês acham que eles sentem orgulho de ver seus fãs discutindo por nada?
    Amar uma banda, uma cantora, um ator, uma escritora ou até sub-celebridade é normal. Todos nós precisamos de alguém para nos inspirar e nos identificar. O que não vale é deixar de viver ou se isolar de todos só por um ídolo, viu?
    E vocês? Curtiram o post? Conhecem alguém que vive em função da sua celebridade favorita? Conta pra gente!
  • Transformando sentimentos em palavras

    Sempre que escrevo um novo texto, recebo replies e mensagens no Facebook perguntando de onde tiro tanta inspiração. Minha resposta acaba sendo sempre a mesma (“momentos que vivo”), mas além de ser bem incompleta, acabo deixando de lado tudo o que realmente sinto ao escrever.
    Porém, foi um e-mail que recebi há um tempo (não lembro quem enviou) que me deu a luz de fazer esse post. Na mensagem, uma leitora perguntou como eu fazia para transformar sentimentos confusos em palavras. Assim como ela, outras pessoas já haviam perguntado o mesmo e, como isso não é algo fácil de responder e não exige técnica, resolvi escrever o post e (tentar) explicar o que eu faço para organizar tudo o que sinto em um ou mais textos.
    Escreva tudo sem se preocupar com formatação
    A primeira coisa que faço é abrir o Word (ou o próprio Blogspot) e digitar tudo o que me vem em mente. Vou escrevendo, sem me importar com palavras repetidas, parágrafos mal fechados e pontuação mal feita. Apenas coloco na página o que sinto, o que meu coração está gritando. Pode parecer que não, mas acredite: essa é a pior parte.
    Deixe seu íntimo falar por você e não se preocupe se está grande demais, com palavras erradas e várias frases soltas. Isso acontece no começo e vai acontecer sempre. O importante é não perder a inspiração, não perder a essência. Digite tudo o que está pensando/sentindo e fim. Deixe para se preocupar com erros e beleza do texto no final.
    Tenha paciência e não se force
    Escrever sobre sentimentos não é fácil e acho que ninguém nunca disse que seria. Já é difícil explicar o que temos quando alguém pergunta, quem dirá escrever? O fato é que nem todos os momentos vão, necessariamente, virar textos. Ou então, não serão escritos na hora. Posso confessar uma coisa para vocês? Há textos meus que foram escritos pensando em momentos que vivi há dois anos ou mais e somente agora consegui expressar tudo o que vivi naquele dia. 
    Também vale lembrar que forçar a inspiração para escrever não dá certo. Quando eu escrevo meus textos, não escrevo somente para ter o que postar no blog. Sempre que há um novo texto aqui no #JDB, tenham certeza que é porque eu precisava desabafar ou não aguentava mais prender a inspiração. E é isso que “precisa” acontecer: você tem que sentir algo forte, que seja capaz de falar através de você. Seus dedos não vão explicar o que sua mente quer, mas sim o que seu íntimo está sentindo.
    Escreva para você
    Antes de tudo, escreva para você, para desabafar e não para ter um post novo em seu blog. Não se preocupe com o que os outros vão pensar ao ler (principalmente quando é uma indireta para alguém), pois nem todos os seus textos vão ser interpretados da mesma maneira. Você pode escrever palavras lindas para um amigo e alguém pode pensar que foi para seu namorado. Acontece. 
    Não tenha vergonha
    Não segure sua inspiração por vergonha ou por medo de que aquela pessoa especial leia o que sente. Desde o momento em que você decide expor sua mente e seus sentimentos em um blog, o risco de um texto virar indireta é normal. Todo escritor já passou por isso, assim como compositores e blogueiros. Se não houvesse alguém “real” (ou musa/o inspirador/a) para ser o centro da nossa inspiração, as músicas de amor não teriam graça. E quando quem amamos lê o que escrevemos, acaba sendo melhor. Ou vai dizer que você não ia adorar ver a cara de confusão dele?
    Hora de organizar
    As palavras já estão no Word/Blogspot e agora chegou o momento de “embelezar” o texto. Hoje em dia, acabo fazendo tudo ao mesmo tempo, pois já acostumei a escrever (faço isso desde 2006, é tempo!). Porém, quem ainda tem dificuldade em unir inspiração com formatação, deixe o segundo por último, como falei no começo.
    Tente não mudar o sentido do texto nem estragar a essência. O resto, é o mesmo que vale para qualquer trabalho escrito: nada de erro ortográfico, pontuação correta, tentar não repetir palavras… Só isso, sem mistérios.
    Sei que esse não é um tema fácil de abordar e nem todo mundo fala sobre isso. Só o que quero deixar claro é que nem sempre escrever é somente dom. Prática é uma grande parte do resultado e isso é algo que só ganhamos aos poucos, com paciência e muitos erros.
    Espero que as dicas tenham ajudado e servido para vocês entenderem como escrevo o que sinto nas páginas do blog. Qualquer dúvida, só perguntar!
    E então… Bora escrever?
  • O respeito na prática versus o respeito na teoria

    Todo mundo vive exigindo respeito. São tantas frases poéticas no Facebook e Twitter que, na teoria, respeito é algo que todo mundo tem. Pena que não é bem assim.
    Nós somos seres humanos, temos nossos preconceitos, nossos erros e nossos gostos. Também somos diferentes, com personalidades variadas e jeitos de mostrar sentimentos de formas distintas. É claro que ninguém precisa gostar de tudo, muito menos escutar uma música que não faz seu estilo. Mas e o respeito pelo outro, onde fica?
    Esses dias, entre os posts que ficam na inicial do Facebook, alguém dos meus amigos compartilharam uma tirinha que me inspirou a escrever aqui (veja). A frase me fez pensar bastante sobre o que nós (sim, eu me incluo nisso) fazemos: criticamos pessoas que não conhecemos e que, assim como a gente, só querem ter seu lugar ao sol, fazer a diferença com o que sabem. No fundo, não somos tão diferentes. Então, pra que desrespeitar se, afinal, essa é a última coisa que queremos para nós?
    Ninguém é obrigado a gostar de Luan Santana, curtir as músicas do Justin Bieber ou assistir Rebeldes. Os três entraram na mídia sem saber se dariam certo e, por sorte (e muita divulgação dos fãs e da imprensa) chegaram onde estão. Agradando ou não, hoje eles têm milhares de pessoas que os seguem e se inspiram. Ou vai me dizer que você não tem nenhum ídolo?
    Eu não curto a Manu Gavassi mas isso não me torna superior. Aliás, ninguém é superior a ninguém. Cultura é algo que se adquire dependentemente da sua experiência de vida. E amar Beatles não significa ser melhor que seu amigo que ama Mc Catra. Cada um tem sua opinião sobre o que gosta, e se isso o torna feliz, se as músicas falam por si ou transmitem algo bom, é o que importa.
    É fácil exigir respeito para si. É fácil compartilhar frases no Face pedindo respeito. É fácil. Agora, na prática, tudo se complica. Lute pelos direitos dos homossexuais, afrodescendentes, pessoas com síndrome e violência contra humanos e animais. Tente corrigir aquilo que acha que é errado e faça isso da forma que acha melhor – seja ela via web ou via passeatas, greves e etc. Mas não se esqueça que eles não são os únicos que merecem nosso respeito.
    A única coisa que não entendo é como alguém que pede tanto respeito para os outros pode desrespeitar tantas pessoas. Respeito é respeito, ele não muda dependente de quem o recebe. Um homossexual merece o mesmo respeito que uma idosa. Uma idosa merece o mesmo respeito que um adolescente. E as “modinhas” (como são chamadas) merecem o mesmo respeito que os clássicos. 
    Então, que tal rever o que você twitta? Ao contrário do que você pensa, artistas leem o que vocês escrevem. A Demi Lovato é um exemplo real que sofreu uma grande consequência por culpa disso. Palavras machucam e quando são má usadas, podem trazer vários problemas. Se nós que somos pessoas “comuns” já somos alvos de críticas (e nos sentimos mal com elas), imaginem quem está na mídia, na frente de câmeras prontas para registrar qualquer errinho, por menor que seja.
    E isso não vale só para celebridades. Os fãs precisam de respeito, também. Se sua amiga curte Selena Gomez, mas você ama Avril Lavigne, entenda o gosto dela e a ensine a entender o seu. Ela pode ver nas músicas da Selena as soluções para os problemas que sofre, assim como você vê na voz da Avril Lavigne todos os momentos que passou. Fã é aquele que se identifica com seu ídolo. Fã é aquele que encontra a felicidade ou o ombro amigo no seu ídolo. E se isso é ser feliz para o fã, ótimo. Ninguém deve criticar, mas sim apoiar.
    Vamos respeitar as diferenças, seja elas musicalmente, culturalmente ou o que for. O mundo é cheio de diversidades, com espaço para todos encontrarem sua felicidade e terem bom uso dela. Do mesmo jeito que, um dia, você vai realizar seu sonho, Restart, Cine, Manu Gavassi, colírios, Luan Santana, Crepúsculo, Justin Bieber (entre outros) também realizaram os seus. Todos somos diferentes, isso é verdade. Mas, no fundo, só queremos ser felizes fazendo o que amamos.