
Sempre que escrevo um novo texto, recebo replies e mensagens no Facebook perguntando de onde tiro tanta inspiração. Minha resposta acaba sendo sempre a mesma (“momentos que vivo”), mas além de ser bem incompleta, acabo deixando de lado tudo o que realmente sinto ao escrever.
Porém, foi um e-mail que recebi há um tempo (não lembro quem enviou) que me deu a luz de fazer esse post. Na mensagem, uma leitora perguntou como eu fazia para transformar sentimentos confusos em palavras. Assim como ela, outras pessoas já haviam perguntado o mesmo e, como isso não é algo fácil de responder e não exige técnica, resolvi escrever o post e (tentar) explicar o que eu faço para organizar tudo o que sinto em um ou mais textos.
Escreva tudo sem se preocupar com formatação
A primeira coisa que faço é abrir o Word (ou o próprio Blogspot) e digitar tudo o que me vem em mente. Vou escrevendo, sem me importar com palavras repetidas, parágrafos mal fechados e pontuação mal feita. Apenas coloco na página o que sinto, o que meu coração está gritando. Pode parecer que não, mas acredite: essa é a pior parte.
Deixe seu íntimo falar por você e não se preocupe se está grande demais, com palavras erradas e várias frases soltas. Isso acontece no começo e vai acontecer sempre. O importante é não perder a inspiração, não perder a essência. Digite tudo o que está pensando/sentindo e fim. Deixe para se preocupar com erros e beleza do texto no final.
Tenha paciência e não se force
Escrever sobre sentimentos não é fácil e acho que ninguém nunca disse que seria. Já é difícil explicar o que temos quando alguém pergunta, quem dirá escrever? O fato é que nem todos os momentos vão, necessariamente, virar textos. Ou então, não serão escritos na hora. Posso confessar uma coisa para vocês? Há textos meus que foram escritos pensando em momentos que vivi há dois anos ou mais e somente agora consegui expressar tudo o que vivi naquele dia.
Também vale lembrar que forçar a inspiração para escrever não dá certo. Quando eu escrevo meus textos, não escrevo somente para ter o que postar no blog. Sempre que há um novo texto aqui no #JDB, tenham certeza que é porque eu precisava desabafar ou não aguentava mais prender a inspiração. E é isso que “precisa” acontecer: você tem que sentir algo forte, que seja capaz de falar através de você. Seus dedos não vão explicar o que sua mente quer, mas sim o que seu íntimo está sentindo.
Escreva para você
Antes de tudo, escreva para você, para desabafar e não para ter um post novo em seu blog. Não se preocupe com o que os outros vão pensar ao ler (principalmente quando é uma indireta para alguém), pois nem todos os seus textos vão ser interpretados da mesma maneira. Você pode escrever palavras lindas para um amigo e alguém pode pensar que foi para seu namorado. Acontece.
Não tenha vergonha
Não segure sua inspiração por vergonha ou por medo de que aquela pessoa especial leia o que sente. Desde o momento em que você decide expor sua mente e seus sentimentos em um blog, o risco de um texto virar indireta é normal. Todo escritor já passou por isso, assim como compositores e blogueiros. Se não houvesse alguém “real” (ou musa/o inspirador/a) para ser o centro da nossa inspiração, as músicas de amor não teriam graça. E quando quem amamos lê o que escrevemos, acaba sendo melhor. Ou vai dizer que você não ia adorar ver a cara de confusão dele?
Hora de organizar
As palavras já estão no Word/Blogspot e agora chegou o momento de “embelezar” o texto. Hoje em dia, acabo fazendo tudo ao mesmo tempo, pois já acostumei a escrever (faço isso desde 2006, é tempo!). Porém, quem ainda tem dificuldade em unir inspiração com formatação, deixe o segundo por último, como falei no começo.
Tente não mudar o sentido do texto nem estragar a essência. O resto, é o mesmo que vale para qualquer trabalho escrito: nada de erro ortográfico, pontuação correta, tentar não repetir palavras… Só isso, sem mistérios.
Sei que esse não é um tema fácil de abordar e nem todo mundo fala sobre isso. Só o que quero deixar claro é que nem sempre escrever é somente dom. Prática é uma grande parte do resultado e isso é algo que só ganhamos aos poucos, com paciência e muitos erros.
Espero que as dicas tenham ajudado e servido para vocês entenderem como escrevo o que sinto nas páginas do blog. Qualquer dúvida, só perguntar!
E então… Bora escrever?
7 Comments
O post realmente é muito bom, isso vai me ajudar quando eu ter os famosos bloqueios criativos. Eu amo escrever e muitas vezes, escrever mesmo o que sentimos não é fácil, somente com o tempo conseguimos. obrigada pelas dicas e eu adoro seu blog, eu acho ele bem fofo e me identifico com algumas coisas nele, pois sou uma leitora de carteirinha haha. Beijos.
ladystronger.blogspot.com.br
Disse tudo. Se eu não conseguisse tranformar meus sentimentos em palavras, com certeza seguiria seus conselhos.
Adorei o texto Julia, bem o que eu precisa ouvir.
http://www.caiquemedeiros.com/
Por falar de sentimentos acho que tu disseste o essencial Julie, o importante de falar de sentimentos é deixar o coração falar, ele vai saindo de dentro, preenchendo páginas e no fim é tudo que poderíamos dizer, é o que um coração quer falar e nada mais poderia resultar do que um belo post.
http://iasmincruz.blogspot.com.br/
Eu sempre uso a metáfora da ostra. Ela sofre pra produzir uma pérola pois um grão de areia tem que lhe arranhar pra fazer uma pérola. Tipo, um texto só sai com uma experiência ou até com uma opinião. É preciso ter uma mente aberta pra fazer um texto e um bom português. Bjs ;*
Garota de All Star
Gostei demais das dicas, vou deixar seu post salvo aqui pra quando eu precisar desabafar e não souber como começar 😀
Bjs!
http://qualquerlink.blogspot.com
Adorei o post, faço exatamente isso, vou escrevendo tudo o que vier na cabeça sem pensar se está fazendo sentido ou não! hahah