Category: Textos

  • Aquela aula

    Parece que, ultimamente, começo de aula significa sono para mim. Estava tão exausta que a voz da professora servia como canção de ninar para meus ouvidos. Apoiei meus braços na carteira e deitei minha cabeça sobre eles, ainda – tentando – entender algo que a senhorita Veloso ensinava. Era um esforço e tanto da minha parte.
    – O trabalho de hoje é simples, turma. – Começou a professora – Vou formar duplas e vocês terão que criar um texto sobre as consequências do preconceito para a sociedade. Bom, vamos lá!
    Demorei alguns segundos para entender o motivo de tanto movimento na sala. Peguei minha bolsa (que a essa hora já estava no chão) e acompanhei meus colegas. Estava procurando minha amiga, Rafaela, quando a professora nos interrompeu. 
    – Eu disse que eu formaria as duplas, pessoal! Quero todo mundo nos seus lugares, vou informá-los seus parceiros em alguns segundos.
    A senhorita Veloso se escondeu atrás de uns papeis e, momentos depois, levantou-se novamente. Aquilo já estava me dando sono, de novo.
    Toda a turma recomeçou a se movimentar assim que a voz da professora foi informando quem ficaria com quem. Gritinhos aqui, suspiros de decepções ali e eu quase caindo em minha inconsciência. Até que ela falou minha dupla.
    – Lia Dourado e Diego Martins. Dupla número 5.
    Escutar meu nome e o dele ao mesmo tempo foi como um ar gelado em meu rosto quente. Não tinha certeza se era aquilo que ela havia dito e fiquei com medo de levantar. Olhei para o outro lado da sala e ele ainda estava ali, parado, como se não importasse com quem faria a atividade. Diego me olhou, esperando que eu me levantasse ou fizesse algum gesto para que ele se sentasse ao meu lado. Congelei onde estava.
    A professora ainda me encarava, esperando algo de mim, com certeza. Juntei minhas coisas, levantei e, sob olhar da senhorita Veloso, fui sentar-me ao lado de quem eu deixaria por último na minha lista de parceiros.
    Diego me olhou, indiferente, e começou a prestar atenção na lousa. A professora escreveu o tema da atividade no quadro, explicou como queria que fosse feito e se sentou. 
    – E então, quem começa? – Diego me perguntou enquanto procurava seu caderno e sua caneta. Ele escreveu seu nome, número e a classe. Depois, empurrou a folha para o canto da mesa, em minha direção. Fiz o mesmo e escrevi meus dados ali, ainda com o olhar baixo.
    Diego aproximou sua cadeira da minha, talvez porque pensasse que eu não o escutava. Seja lá quais eram suas intenções, permaneci intacta. Até que senti algo grudar em minha cabeça, quente.
    – Olha, Lia, somos nós no quadro! – Ele riu. – Nossas cabeças estão juntas, parecemos um casal.
    – É… Parecemos mesmo. – Encarei nossos rostos na lousa, que por culpa da luz, agora refletia algo que lembrava nós dois. Fitei nossas cabeças coladas, querendo rir daquilo ou, quem sabe, acordar do sonho idiota. 
    – Sabe, ver isso faz meu coração doer. – Diego comentou, ainda com sua cabeça colada na minha. Senti seu olhar abaixar.
    – Por quê? – Perguntei, realmente curiosa.
    – Porque não ajuda em nada nos ver assim. – Ele voltou a sua posição normal, assim como eu. Nos olhamos e fiquei surpresa com o que ele havia dito. Se não o visse pronunciar as palavras com tanta clareza, pensaria que estava alucinando.
    Não resisti e, sem me importar se alguém nos assistia, sem ligar para a redação idiota da professora e sem lembrar de que eu evitava sequer olhar para Diego só para não entregar o que sentia, eu uni nossos lábios. Comecei com um selinho, e mesmo sendo tão bobo, meu estômago se encheu de borboletas. Eu nunca o tocara assim, e fazer isso de uma hora para outra, poderia vir de qualquer uma. Menos de mim.
    – Isso ajuda? – Perguntei, tonta.
    – Não, não ajuda. – Ele retribuiu o selinho. E, mesmo sem querer, eu sorri. Meus lábios se puxaram automaticamente, assim como minha boca colou novamente na dele.
    – Acho que ajuda.
    – Não, acho que isso, sim, ajuda.
    Diego colocou suas mãos em meu pescoço, me olhou com seus olhos penetrantes e, antes de me beijar, sorriu, do jeito que eu nunca o vira sorrir, não para mim. Sua boca tocou na minha e nossas línguas não demoraram a se encontrar. Não sei quanto tempo ficamos ali, curtindo um ao outro, curtindo o que havíamos descoberto em alguns minutos. Mas nada nos deteve: nem a professora e seus papéis, nem nossos colegas de sala e suas redações.
    Nós sorrimos um para o outro e sentamos mais perto. Encostei minhas costas em seu peito e ele fechou seus braços por minha cintura. Eu não tinha certeza se aquilo era um sonho. A única certeza que eu tinha era que, se fosse, eu queria permanecer dormindo por muito tempo.
    – Lia, você vai de transporte escolar? – Perguntou-me, após um tempo.
    – Não, vou de ônibus. Tenho curso depois daqui. Por quê?
    – Ah, queria que você fosse comigo. – Lamentou-se. – Ia ser tão bom te ter do meu lado por mais tempo…
    Eu olhei em seus olhos, sem saber o que dizer. Entrelacei nossos dedos, esperando que esse simples gesto fosse o suficiente para mostrar como eu queria aquilo também. 
    Diego puxou nossas mãos para seu coração e me beijou novamente. E enquanto nossas línguas se reencontravam, minha mão sentia o calor da mão dele. Era como uma cena de um filme: tudo perfeito, sem nada que pudesse nos atrapalhar. E, como complemento, nossos corações agiam como trilha sonora, deixando tudo mais perfeito… Deixando tudo se explicar.
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    Da blogueira: Quero que me perdoem pelo texto bobo, enorme, romântico e meloso. Na verdade, só reescrevi um sonho que tive esses dias (que me inspirou para este texto também). Eu queria guardá-lo e transformar tudo isso em conto foi o melhor que pude fazer. Não sou boa para lembrar de meus sonhos quando acordo, mas grande parte é real. Sei que vocês vão me entender melhor que ninguém… Afinal, sonhos nunca tem sentido. Principalmente quando há algo mais envolvido neles. Beijos, Julie.
  • Puts, tô famosa na internet!

    A internet tem o poder de levar informações para lá e para cá com uma rapidez incrível. Com isso, a facilidade de se destacar nesse meio está cada vez maior. É tanta gente famosa vindo desse universo gigante que até se tornou comum.
    Pense em quantas pessoas começaram a se tornar conhecidas aqui na web? Eu poderia citar várias aqui: blogueiros, vlogueiros, artistas… É tanta gente, não é? Mas é inegável que isso pode acontecer com qualquer um. E, se esse “qualquer um” for você…
    Seja sempre humilde
    É a regra número um. Eu odeio conhecer alguém que começou por baixo e, quando ficou famoso, passou a ser ignorante e metido. O certo é mostrar como você é desde o começo, com seus defeitos e qualidades. Quem te conhecer assim, sem nenhuma máscara, vai gostar de você pelo que é, não pelo que inventou.

    Não deixe seus “fãs” para trás
    Lembre-se que tudo que você é hoje, foram seus fãs que conseguiram. Se não fosse pela divulgação deles, pelo trabalho que têm para te colocar lá em cima, talvez, sua fama nem chegasse. Então, nada de ignorá-los ou deixá-los na mão, principalmente em eventos em que eles estão lá para te ver.

    Mostre carinho e se importe com quem gosta de você
    Agradeça seus seguidores sempre que puder, faça alguma surpresa, tire uma foto para eles… Qualquer coisa que mostre o quanto se importa com quem gosta de você. Hoje em dia, com as redes sociais, os ídolos estão mais perto de nós… Então, deixe essa distância ser o menor possível.

    Tire um tempo para fazer algo por seus fãs
    Reserve um tempo em sua agenda para responder algumas mentions, olhar sua caixa de entrada e atualizar suas redes sociais. Responda as perguntas dos fãs e, se possível, crie um lugar só para isso, como o Formspring. Quem tem blog ou vlog, vale fazer um post especial, contando suas últimas conquistas.
    Conte tudo para os fãs
    Deixe eles sabendo o que acontece com você, o que tem feito, se tem alguma novidade… Fãs gostam de se sentir BFF do ídolo. 
    O importante é ser o que você é, sempre! Nada de máscaras, nada de deixar a fama subir a cabeça… Lembre-se que, do mesmo jeito que hoje você está por cima, amanhã pode cair no esquecimento.
    As dicas também valem para quem ainda não é famoso, viu? Principalmente quem tem algum meio na internet de divulgação, como blog, Youtube e etc. Amanhã, você pode ser o novo queridinho da blogosfera ou do mundo virtual.
    E vocês? Curtiram as dicas? Compartilha com a gente!
  • Para entrar, de uma vez, na minha cabeça

    Toda minha vida fui severa comigo mesma: tracei um perfil que deveria seguir, à risca, ingenuamente pensando ser esse o certo, sem defeitos nem erros. Estava tão preocupada em esconder minhas falhas que não percebi como estava sendo boba por esquecer que perfeição não existe.
    Quanto mais tentava estar dentro dos padrões, mais eu percebia que sempre seria criticada, mesmo que, no meu ponto de vista, tudo estivesse no lugar. Tirei os rótulos que me cercavam e minhas fantasias se foram: passei a demonstrar o que era, o que pensava e sentia. E voltei a estar em frente às censuras.
    Ensinaram-me que ninguém está livre de ser julgado. Por saber disso, resolvi não me importar, ser criticada por ser sincera, não por usar máscaras. A teoria era fácil, enjoativa e de nada me valia.
    Então, chegou a hora de colocar o que construí em prática e juntar forças para me colocar à prova. Eu sei que o forte ao meu redor não é imune à ataques tentando penetrá-lo e enfraquecê-lo, assim como, em vários momentos, tudo que o formei vai estar prestes a desabar. De qualquer forma, nada está protegido da opinião alheia. Você pode estar sendo transparente, deixando tudo à mostra, mesmo assim, ainda haverá alguém para te acusar. Pode estar sangrando, sempre terá alguém para assistir sem prestar qualquer ajuda. É difícil, é complicado e são poucos aqueles que conseguem driblar as dificuldades e transformá-las em força. E espero estar nesse meio.
    Essa é a vida, eu sei. Só não entendo.
  • Eu só quero dizer: MUITO obrigada!

    Desde que criei o Pronta para Crescer, há pouco mais de um ano, várias coisas na minha vida mudaram. Quando digo isso, não me refiro só a mim, mas a tudo a minha volta. Ganhei amigos novos, pessoas que estavam sempre ali para me apoiar, para entender o que eu tinha e me dar conselhos. Hoje, sei que o blog não é o mesmo e que os amigos que fiz no #PPC se “misturam” com os do #JDB. Mas mesmo assim, juntos, sempre estão ali, esperando para aplaudir minhas vitórias e me acolher em minhas derrotas.
    Deixando o que é ruim para lá, estou fazendo todo esse texto somente para agradecer. Só para dizer um muito obrigada a todos aqueles que torceram por mim, que me desejaram só o melhor. Vocês, que sempre estiveram aqui para ler tudo o que eu tinha que falar, merecem saber, também, tudo o que acontece comigo. Não só as coisas ruins, como também as boas.
    Por que estou falando isso? Porque hoje o resultado do Prouni saiu, e eu estava lá, em primeiro lugar na minha faculdade e curso dos sonhos. E, nesse melhor momento da minha vida, vocês estavam comigo, me dando energias boas e palavras animadoras. Vocês foram ótimos como amigos… E agora, é a minha vez de fazer o meu papel de amiga e agradecer. Então… Obrigada por tudo, desde sempre!
  • Do outro lado do oceano

    Há coisas que não foram feitas para durar. E minha vida está cheia delas.

    Percebi isso enquanto voltava para casa, depois de um dia cansativo de escola e técnico. Enquanto a brisa fria e confortadora entrava pela pequena janela do ônibus, bagunçando meus cabelos, o mar dançava em um ritmo agitado e perfeito, mas não o suficiente.

    Perguntei-me se isso soaria tão estranho se alguém escutasse meus pensamentos. Era óbvio que sim. Qualquer um diria que estava louca por querer sair dessa cidade repleta de oportunidades e belezas naturais. Certamente, me chamariam de louca por desejar estar em um outro “mundo” que não fosse aqui.

    Mas, não depende de mim: é o meu corpo que se sente desconectado à este lugar, é a minha mente que procura se adaptar, sem sucesso, aos costumes que nunca fizeram sentido. São meus pensamentos que tentam seguir os daqueles que, de alguma forma, pertencem a esta cidade e, por mais que eu tenha vivido aqui desde sempre, não consigo me situar. E nada poderá mudar isso.

    Talvez eu não faça parte desta pequena cidade ou a este pais enorme, lindo e invejável aos olhos gringos. Meu corpo necessita andar por aí, sem rumo, procurando um lugar onde se sinta bem, em paz. Não sei bem a onde pertenço, mas estou louca para descobrir.

    E enquanto penso onde desejaria estar, o ônibus continua correndo e trazendo a brisa suave do oceano. Oceano este que eu adoraria estar na outra ponta, admirando as estrelas de um outro céu.

  • Nos(otros)

    É pedir demais para esquecer os outros e se focar somente em nós? Não sei se você percebeu, mas nossa relação não é a mesma há muito tempo. Enquanto tento salvar o que restou, você finge estar tudo bem e não move um dedo para me manter ao seu lado. Pelo visto, só sua imagem importa, só o que os outros pensam de você.
    Eu me lembro de quando nos conhecemos; seu sorriso foi o primeiro a me ganhar. Tudo em você era perfeito: seu perfume, seu jeito de andar e até o modo como cruzava os braços quando se zangava. Era tudo bom demais para ser verdade, e não tente negar: nós dois sabemos o que houve aqui.
    Sua segurança é só uma imagem. Você é só uma farsa. Tudo o que há por fora é o contrário por dentro. E eu descobri isso da pior forma.
    Nós nunca vamos dar certo. Nunca. Você se importa com o que pensam de você, eu não ligo. Você quer postura, eu quero amor. Você faz o que seus amigos querem, eu acho todos eles idiotas. Somos o tipo perfeito de opostos que não se atraem.
    Enquanto os outros estiverem interferindo em nós, nada nunca será como deve ser. Se realmente acha que vale a pena continuar, você sabe a regra: é só eliminar os parênteses e depois continuar com a equação.
  • Falando sobre coisa séria: bullying

    Bullying
    Atualmente, o termo bullying se tornou comum nas mídias, redes sociais e até no nosso dia-a-dia. Vários artistas – inclusive os que são vítimas desse ato – tem apoiado, cada vez mais, instituições contra sua prática. Porém, infelizmente, essa agressão anda tão comum na nossa rotina que mal percebemos quando presenciamos ou temos esse tipo de comportamento.
    De acordo com o Wikipedia, “o termo bullying (do inglês bully: valentão) é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia”. A gravidade é tanta que vítimas desse ato acabam sendo afetadas em sua vida pessoal e até em seu corpo, sofrendo distúrbios alimentares, de sono, isolamento social, agressividade e indo chegar em tentativas de suicídio.
    O bullying, esse crime – como eu o considero – está presente em lugares que costumamos frequentar: escola, trabalho, bairro e, principalmente, na internet, onde se torna mais comum por sua facilidade de anonimato. A prática é tão grande que acabou ganhando um nome próprio, cyberbullying.
    Como sou totalmente contra o bullying, trouxe esse post para tentar, pelo menos, mudar alguns pensamentos por aí. Fui vítima dessa prática na infância (xingamentos como quatro olhos, gorda, nerd, etc), já superei e não me atinjo mais com essas coisas, porém só quem sentiu pode dizer como a sensação é horrível. São feridas que demoram para curar, isso quando chegam a ser curadas. E toda a família acaba sendo atingida.
    Então, trouxe um “mini guia” para vocês usarem e, assim, tentarem extinguir essa violência horrível. Sei que o assunto é muito abordado pelos blogs mas não custa nada fazer sua parte, não é? Afinal, nunca sabemos se vamos chegar a ser vítimas, também.
    Proteja quem sofre: Que tal parar de xingar aquele colega de sala tímido e repreender os amigos que fazem isso? É super importante começar por você mesmo e, depois, pelos que te cercam. Tentar chegar aos poucos é uma ótima maneira de mostrar que você se arrependeu e quer fazer amizade. Comece pedindo o caderno emprestado, perguntando se tem alguma dúvida ou até comentando sobre a aula.
    Fique na defensiva: Ninguém está livre de apelidos de mal gosto e xingamentos, seja na escola, trabalho ou internet. Não deixe que isso se torne comum e, logo de primeira, corte. Mostre que você é segura – mesmo que não seja – e que não vai se deixar abalar por comentários maldosos. Pessoas que querem nos ver deprimidos odeiam quando contestamos, acreditem!
    Converse com seus parentes e amigos: Peça ajuda de quem se preocupa com você e não fique com medo de contar o que aconteceu. Seus pais sempre sabem o que fazer e vão tomar a decisão correta e correr atrás das soluções certas.
    Aborde o tema: Tenha conversas com seus amigos e familiares sobre a prática do bullying. Dê sua opinião, coloque seu ponto de vista e deixem perceber a seriedade com que você trata o assunto. Pra quem tem blog, se torna bem mais fácil: conscientização nunca é demais!
    Não temos a cultura de sair nas ruas fazendo passeatas e coisas do tipo como nossos pais e avós, mas temos uma força gigante: as redes sociais. Agir por meio delas é super importante, principalmente com um problema que acontece nelas mesmas.
    Vale lembrar que quem tiver alguma história sobre superação e quiser vê-la aqui no
    blog, basta enviar para o email prontaparacrescer@hotmail.com. Se quiser ficar no anonimato, avise no corpo da mensagem.
    Espero ter conseguido atingir o objetivo que tive ao criar o post e, quem sabe, conscientizar quem ainda comete essa agressão. Conte suas histórias, desabafe… Os comentários estão livres. Ah, e vale lembrar: use o anônimo para compartilhar suas experiências e, se for criticar, se identifique. Se não tem coragem para mostrar quem é, então não xingue.De covardes o mundo já está cheio, não seja mais um.
    Post originado do meu outro blog, Pronta para Crescer.
  • Pronta para Crescer?

    Um dia, ao acordar, percebemos que algo está diferente. Nosso corpo, nossa imaginação, nossos desejos e ambições… É como se ontem nosso desejo fosse a boneca do comercial na tv, que falava 200 frases e fazia xixi, e que hoje, se transforma naquela roupa super na moda que está na melhor loja do shopping.
    Indo muito mais que o material, crescer também muda os sentimentos: o amor continua, assim como a amizade, a vontade de diversão e descobertas. Porém, atualmente amor não é só de mãe, amizade não é só a coleguinha da escola, diversão não significa esconde-esconde e descobertas não tem nada haver com o sabor de um novo doce. Agora, amor se transforma em lágrimas, amizade se revela mais complicada, diversão é estar na balada do sábado e descobertas de novos sentimentos e experiências. Tudo mudou, e isso significa crescer.

    Crescer vai muito além do físico: não tem nada haver com o tamanho que os seios tem agora, nem com a altura que ganhamos e muito menos com a gordurinha que tanto nos tira do sério. Crescer também significa amadurecer, aprender e aplicar o que conheceu na vida. Crescer é ganhar responsabilidade, confiança e tarefas, saber lidar com novos sentimentos, perdas, ansiedades e curto prazo.

    Não vejo mais onde crescer em meu corpo: minha altura está de bom tamanho, e nada que fique maior vai me trazer mais bem estar. Porém, dentro de mim, onde sei que a importância é maior, ainda falta muita coisa, e tem muito, muito o que melhorar e aprender. Mas sei que isso só vai acontecer quando as experiências de meus dias se converterem em forças e sabedoria. E que venha as batalhas da vida, pois estarei pronta para enfrentá-las. Amadureci com meus erros e acertos, e isso eu nunca vou perder. Nunca!