
Uma vez li em algum lugar que nós somos completos. Somos completos porque temos uma casa, uma família e um cachorro. Somos completos porque temos amigos, estudos e condições para viver. Somos completos porque temos nossa aparência, nossa essência e nosso jeitinho de ser. Somos completo com tudo o que temos. E só.
Quer saber? Acho que nós somos mais completos ainda por não ter algumas coisas. Estranho? Sim, eu sei. Mas explico. Não ter alguns bens me faz querê-los e lutar para tê-los. Não ter alguns sentimentos, momentos e lembranças me faz querer lutar para consegui-los. Tudo isso faz parte do que sou. Tudo isso me faz sonhadora, me faz correr tanto atrás dos meus desejos e me torna única. E nem por isso sou incompleta. Pelo contrário.
Não ter tudo é uma característica que também me define. Hoje, por exemplo, meus maiores sonhos são, entre muitos, conhecer Londres e escrever um livro. Quando realizá-los, ainda terei muitos outros para ver acontecer. Cada caminho que passo, eu realizo um desejo. E ganho mais uns dez.
E por aí vai. Ganhando sonhos aqui, ganhando memórias ali. Sentindo-se completa com alguém, e depois sentindo-se vazia sem esse alguém. E nem por isso se sentindo incompleta. Entendem?
Os vazios e as faltas fazem parte de tudo o que somos. Quando se preenche um vazio, ganha-se (ou descobre-se) alguns mais. E cada vez que mergulhamos em um, aprendemos alguma coisa, que acabam mudando nosso ponto de vista, nossa maneira de pensar e várias, várias outras coisas dentro de nós.
Eu acredito que nós vivemos em uma eterna mudança. Cada dia é responsável por algo novo que adquirimos ou jogamos fora, seja um bem material ou até uma característica. Sempre estamos sujeitos a mudar em todos os sentidos. Seja o estilo de se vestir, o jeito de falar, o grupo de amigos, o que “ser quando crescer”… Tudinho.
Nós somos completos com tudo o que temos. Sim. Não nego. Mas o que não temos também nos completam, porque nos dão características únicas. Tudo o que temos a conseguir são sonhos próprios, só nossos, e que nos tornam do jeito que somos. Somos completos pelo que possuímos, mas somos completos pelo que (ainda) não. Pelo menos é assim que vejo tudo.
2 Comments
Adorei seu texto, Julie. Ficou demais mesmo, gostei muito. Beijoss ^-^
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Nossa, muito bom! Você escreve muito bem. Parabéns ♥
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