
Nossos lábios nem sempre dizem o que nossa alma quer gritar. Eles travam. Perdem palavras. Deixam algumas no ar e outras subentendidas. Eles sobrecarregam nossas falas de sentimentos invisíveis, existente apenas entre as linhas. Não são explícitos. E por isso mesmo causam mais confusão.
E é no meio dessa confusão que encontro minha fuga. Escrevo. Escrevo de tudo. Encontro minha liberdade quando deixo meu coração transparecer em minhas palavras. Encontro meu refúgio. Deixo o medo de lado. Deixo meus sentimentos gritarem. Aqui eles têm essa permissão. E aqui eles não têm consequências.
É através dessas frases soltas que formo meu mundo. O real. O fictício. A mistura dos dois. O que meu coração quer viver e o que minha mente quer inventar. O que meu coração pensa existir e o que minha razão contradiz. É através dessas palavras que se encontram meus dias. Cada um com algo diferente… E confesso, até com um peso maior que outro. Mas ainda assim, para todos os efeitos, lá estão eles.
E junto com os dias, estão as noites, as madrugadas. Guardo entre o que escrevo toda a solidão que me encontrei. Os pensamentos que foram minha única companhia. Os devaneios que foram… E que ficaram. Os sonhos que tive e os pesadelos que tentei esquecer.
Entre tantas palavras e tantas folhas riscadas, tentei acertar e errei mais ainda. Usei as palavras para resolver de tudo. Tudo mesmo. Resolvi problemas através delas. Criei outros. Aprendi, ensinei. E principalmente: encontrei um modo de guardar as mágoas e os sorrisos em algum lugar. Não só em memórias… Mas por aí. Em folhas. Em páginas. Em rascunhos.
Então descobri que escrever pode ter mil e uma definições, cheia de antíteses. Pode significar dar um basta. Tentar continuar. Esquecer. Relembrar. Guardar no fundo do baú. Eternizar. Deixar de lado. Reler todo dia. Sentir que superou tudo. Sentir que nada mudou. Gritar ao mundo que vai tentar. Perder os medos. Ganhar outros. Viajar para outros mundos. Perder-se em suas próprias alucinações. Tornar real o que não deixará de ser ilusão. Tornar ilusão o que deveria ser real. Encontrar um refúgio. Superar as mágoas. Sentir-se vazio. Sentir-se completo.
E para todas elas: escrever é – literalmente – libertar-se. Sentir-se parte de um universo paralelo, onde este é o único modo de fugir disso tudo. De encontrar-se consigo.
5 Comments
Eu acho que escreve ajuda a alivia e como você disse gravar em folhas, tudo o que agente sente, flor aceita afiliação? beijo.
Para partcipar basta entrar em contato conosco pelo email do Blog : moda-purpura@hotmail.com
Muito verdade o que você disse. Eu criei meu blog justamente por causa disso, porque eu queria libertar sentimentos dentro de mim que me aprisionavam, e me faziam querer sumir, mas então eu descobri que podia escrever. E uma parte dessa descoberta cabe ao livro O Céu Esta Em Todo O Lugar, depois que eu li ele, eu quis escrever mais ainda.
http://my-history-restarted-again.blogspot.com.br/
Falou tudo! Você escreveu exatamente o que eu penso, eu costumo dizer que sou uma pessoa de mais palavras escritas que palavras ditas, porque eu planejo tudo na minha mente mas nem tudo sai da minha boca, então tenho que partir para a escrita.
Beijos
O melhor sinônimo pra escrever é liberdade. Escrever nos permite viver tudo que queremos e nos tira da realidade para nos levar ao mundo que o coração sonha.
verdade ju !