
Você chegou em um momento que eu não sabia bem onde eu estava. Meu caminho seguia a mesma direção há anos e por muito tempo eu não encontrei uma curva, algo para sair do monótono. Sempre permaneci na mesma estrada, à procura de tudo e de nada ao mesmo tempo, sem saber se deveria parar ou seguir em frente.
Parei.
E aí você me encontrou.
No fundo da estrada, te vi chegando aos pouquinhos. De começo, era como se algo te ofuscasse, o suficiente para te manter longe – de mim e daquela barreira que criei. Eu estava fechada, trancada, e meu coração permanecia silencioso por tanto tempo que, em alguns momentos, tive medo de não escutá-lo mais.
Você enfrentou minha falta de atenção, minha barreira e meu medo de me arriscar. Enfrentou a escuridão em que eu me encontrava e, aos poucos, me convenceu a dar uma nova chance para a claridade. Eu não tinha muita certeza de onde ela chegava, mas gostava da sensação de senti-la em minha pele, senti-la pertinho de mim.
Eu gostava da sensação de ter você por perto, conversando sobre nada, conversando sobre tudo. Foram conversas até 2h da manhã e posso jurar que, em uma dessas madrugadas, a gente pegou no sono depois das 5h. Você estava ali, a um clique de distância, e ainda assim me trazia conforto. O que era? Não sei.
Mas acho que descobri.
Você fez mais que me trazer de volta a luz. Fez mais do que ajudar a derrubar aquela barreira que me impedia de dar uma chance aos meus sentimentos. Fez mais que tudo isso. Você foi a razão de tudo isso. Eu saí da minha zona de conforto, mas a reencontrei em você. Primeiro, nas suas palavras. Depois, na sua presença. E, um pouco mais tarde, nos seus braços.
Vi meu sorriso mudar, meus olhos ganharem brilho e até posso jurar que dei vida a algumas borboletas no estômago. Senti minha mão soar de ansiedade e senti meus braços procurarem por você, também. Senti falta do seu sorriso, do seus lábios e até do seu jeito de me deixar com raiva. Posso dizer que encontrei em você o meu lugar favorito no mundo.
E, ó, eu poderia ficar nele para sempre.
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