A vida é um pé no saco quando nada dá certo. Os textos da faculdade saem uma bosta, o trabalho não dá mais tesão e as lágrimas se tornam tão rebeldes que decidem abandonar o lar. Eu poderia até resumir todo esse momento em três letras se meu período não estivesse tão longe de acontecer. É foda, eu sei.
Nunca disseram que a vida seguiria no modo easy, mas me senti abandonada por não receber o manual. Jogaram o controle na minha mão e não se preocuparam em me passar as funções de cada botão. Entrei sem querer em um jogo mais complicado que aquelas equações chatas de Matemática do Ensino Médio. E não sei nem por onde começar a resolvê-lo.
O jeito é fazer o de sempre: apertar todos os botões juntos e torcer para ativar algum poder especial. Sabe, nem precisa ser muito longo. Aceito, de bom grado, só algo que distraia as coisas ruins por alguns segundinhos. Pelo menos o suficiente para recompor minhas forças e seguir na próxima fase.
Talvez seja só drama ou um momento ruim. Um jeitinho da vida ensinar que tudo tem seu lado bom. Disseram que o importante é não desanimar e continuar tentando. Treinar sozinho as partes do jogo enquanto não se sente preparado para enfrentar o chefão. Passar a madrugada inteira procurando sair daquela fase e sentir que, mais que dedos doloridos, você adquiriu forças e macetes. Entre erros e acertos, descobrir que o amarelo e o azul podem te ajudar a passar por aquele obstáculo. Ou que uma combinação diferente de botões é ainda melhor que um só.
Só não seja egoísta e não queira fazer tudo sozinho. Tenha controles extras e permita que outras pessoas te ajudem. O mérito não precisa só seu, você pode dividi-lo com quem você ama. Uma coisa eu aprendi nesses últimos tempos e levo como lição: em grupo fica bem mais fácil, gostoso e divertido. Vai por mim.
O que vale é lembrar que sempre haverá um amanhã. O jogo continuará ali, só te esperando tentar de novo. As fases são inúmeras e você só vai conhecer a última no tempo certo. Enquanto isso, paciência e controle na mão. A vida te espera para tentar um pouquinho mais. Sem desânimo, tá? Quando chegar lá, vai ver o quanto valeu a pena. Sempre vale, afinal.
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