
Entrei naquele restaurante que a gente jantava todos os sábados. Já fazia muito tempo que eu não passava por caminhos que me lembrassem você. Mas hoje, sei lá o motivo, eu senti que devia refazer a rota. A nossa rota.
Sentei na mesa de sempre. Sabe… Aquela que, se estivesse ocupada, você me fazia esperar só para vê-la vazia. Hoje, não havia ninguém naquelas cadeiras de sempre. Assim como no meu coração.
Pedi meu prato favorito junto com o sabor do suco que você sempre bebia – e eu odiava. Nem me importei. Talvez meu subconsciente só estivesse querendo, de alguma forma, sentir você por ali. Não que eu precisasse disso. Mas tudo seria incompleto sem uma dose de você.
Em algum lugar dentro de mim, eu desejei que o suco não fosse minha única recordação de nós. Eu queria enxergar seus olhos do outro lado da mesa. Queria que sua mão tocasse a minha quando eu ficasse nervosa demais para conseguir falar. Queria que você fosse bem mais que uma cadeira vazia a minha frente. Meu coração já não era seu. Mas as lembranças continuavam sendo minhas.
Olhei ao meu redor. Não havia nenhum rosto conhecido. Talvez, só o do cara do caixa ou da garçonete que uma vez te cantou.
O garçom chegou com meus pedidos. Antes de levar a comida à boca, tomei um gole do seu suco favorito. Manga. Eca. Odiava esse sabor. Mas, pela primeira vez, não senti tanta repulsa assim. Eu ainda achava ruim o gosto. Só que, ao contrário das outras noites, algo me fazia gostar do sabor. Talvez fossem só as lembranças aparecendo.
Olhei para a janela logo ali ao meu lado. Então, entendi o motivo de você sempre querer este lugar; tudo era tão lindo! O reflexo do sol nas casas e nos edifícios formava uma paisagem única – que ficava ainda mais completa com as pessoas e carros passando pela rua. Eu nunca tinha reparado em nada disso. Antes eu tinha algo melhor para ocupar meus olhos…
Sorri. Pela primeira vez em muito tempo, sorri. Sorri por você não estar ali e não ver como eu estava sendo boba. Sorri por você não começar a dizer que eu não deveria estar ali… Que eu não deveria me afundar tanto no passado. Principalmente quando não era saudável fazer isso.
Levantei-me da cadeira e, com o papel na mão, fui até o caixa. Desta vez, era outro funcionário que estava atendendo. Não o reconheci. Eu não sabia se isso era bom ou ruim… Sabe, mudar tudo. Como se o antes nunca tivesse existido.
Acho que as coisas estavam mudando em todos os lugares. E não só dentro de mim…
8 Comments
Ás vezes queremos de qualquer forma nos prender há algo que não existe mais,que já não faz mas sentido,queremos de qualquer forma voltar atrás e queremos sofrer só um pouquinho.Mas chega um dia que não dá mais pra continuar,a realidade bate á porta e é preciso deixar ela entrar.Entender que o que passou ficou pra trás,o tempo não volta e nem pode parar mas nos dá a chance de recomeçar.Beijos Julie,você escreve muito bem,só queria te pedir mais sentimento em textos assim,porque talento e criatividade você tem,mas sinta o que você escreve,bom domingo.
http://vivendocomsurpresas.blogspot.com.br/
Amei a narrativa Ju, você escreve muito bem esse tipo de texto, parabéns! Beijos
http://www.caiquemedeiros.com
Texto muito lindo .. goste (yn)
http://doiisdefevereiro.blogspot.com.br/
Adorei o texto
http://decididaamudar.blogspot.com.br/
Olá flor,amei seu blog.Parabéns você merece muito mais por ter esse blog lindo.Gostaria que visitasse o meu(mundodaspink.blogspot.com)e se gostar segue pvf to tendando chegar em 1000 seguidores eu sigo de volta é só deixar um comentário.Beeijos fica com Deus e muito mais sucesso linda <3
Oi amr, o título do post não deveria ser uma CADEIRA vazia, ta escrito caideira
OPS! HAUHAUHUAHUA Erro de digitação. Obrigada por avisar *-*
Adorei o texto, gostei de ler textos que desde o inicio a gente se prende na história e isso aconteceu quando li o seu. Beijão <3
@keithpappen
http://www.detalhesamor.blogspot.com