Tag: desabafo

  • Mais um texto sobre idas, voltas, dúvidas e futuro

    Cropped e saia midi - Juliana Duarte, do blog Julie de Batom

    Oi, tudo bem? Faz tempo que eu não apareço por aqui, eu sei. A verdade é que eu estava realmente pensando se iria voltar. Tantas coisas aconteceram desde o último post… Foram várias dúvidas, certezas questionadas e até mesmo mudanças que contribuíram para essa minha distância do blog. Mas cá estou eu para tentar explicar – e até mesmo dar um feedback – sobre tudo isso.

    Bom, vamos lá.

    Eu me afastei por muitos motivos. Entre eles, a falta de tempo, de organização e de planejamento com meu trabalho na internet. A vida adulta é bem louca – fica aí a dica se você está ansiosa por ela – e, às vezes, nos obriga a deixar algumas coisas de lado para viver outras. Nem sempre as “outras” são aquelas que realmente queremos viver, mas, bom, nem tudo é da forma que a gente gostaria, certo?

    A vida adulta é bem complicada. E estou reforçando isso porque não quero fazer parte da galera que “vende” uma vida perfeita na internet. Porque, ó, nenhuma é. Por aqui, preciso acordar cedo para trabalhar – se você não sabe, eu sou formada em Jornalismo – e chego tarde em casa. Nas primeiras semanas, meu lado ~jovem~ e cheio de disposição me jurou que iria dar certo dar conta de tudo. Foram inúmeros os dias em que dormi mais tarde do que deveria para cuidar do blog. De repente, esses dias foram se tornando cada vez menos frequentes… Até acabarem.

    Não estou aqui reclamando, longe de mim. Mas chega um momento em que a gente vai deixando tudo para amanhã, porque hoje foi foda. Seja um problema muito complicado que te deixou exausta mentalmente ou até a viagem de ônibus, que, de tão cansativa, te tirou toda a energia restante. Aí a gente só quer chegar em casa, se jogar na cama e ter alguns minutinhos a sós com você mesma – porque cada centímetro do corpo dói ou cada espacinho da sua mente está tumultuada.

    Isso me fez mudar muito a visão que eu tinha da internet – e, principalmente, de quem produz conteúdo pra cá. Cara, não é fácil. Sério. A vida no Instagram está longe da real – ela não mostra nem 1% da realidade. E aí você percebe o quanto supervalorizam as pessoas que “conseguem dar conta de tudo”. Porque você se cobra. Você se sente incapaz, preguiçosa e mole pois, naquele dia, estava cansada demais para pegar o notebook e ser essa “Mulher Maravilha” que exigem da gente. Afinal, é “só” tirar uma foto, “só” fazer um vídeo e “só” escrever um texto. Fácil, né?

    Só que não.

    Eu adoro o blog, adoro produzir conteúdo. Só que chegou um momento em que eu me sentia na obrigação de fazer algo. Eu precisava ser essa super mulher que dá conta de tudo, porque só assim eu iria crescer. E se a outra influencer conseguia, por que eu não? Mas ela não fica fora de casa por 11 horas. Ela tem uma equipe que a ajuda. Ela… Simplesmente é outra pessoa, tem outra vida. Até eu entender isso, eu passei por muitas crises. Muitas mesmo.

    Nesse meio tempo, vi muitas pessoas crescendo no meio, enquanto eu ficava “para trás”. Mas e aí: o que era mais importante? Meu “crescimento” na internet ou minha saúde psicológica? Precisei optar pela segunda opção – e isso significava dar um tempo, me afastar, respirar outros ares antes de voltar. Se eu fosse voltar.

    Consegui me afastar por um tempo de tudo que envolvia meu trabalho na internet. Foi aí que percebi que eu não conseguia ficar longe disso tudo. Eu amo produzir conteúdo pra cá. Fiquei algumas semanas planejando o que fazer, como começar e criei um milhão de planilhas no Excel para organizar tudo. Até assisti cursos, workshops e vídeos sobre produção de conteúdo para web.

    Então, cheguei em outro questionamento: voltar ou não com o blog?

    Atualmente, quem lê blogs? Nós estamos rodeados de informação: no Youtube, no Facebook, no Instagram, nos Stories… Também estamos vivendo em um cenário onde o audiovisual se destaca – e cada vez mais há influenciadores que nem endereço na internet têm. Nesse turbilhão todo, resta espaço para o blog?

    Talvez não. Mas eu resolvi tentar.

    A ideia é que o Julie de Batom seja um espaço que vá complementar. Não quero que o conteúdo termine no Youtube ou nas redes sociais, sabe? Quero que meus posts nesses canais sejam suficientes, mas que o blog tenha algo a mais para agregar. A ideia é essa: aproveitar esse espaço “ilimitado” que eu não tenho nos outros lugares.

    Por isso, depois de muito pensar, de muito planejar e de ter muitas crises, eu acho que estou preparada para dar continuidade ao que comecei lá em 2012. De uma forma leve, espontânea, sem me cobrar tanto. Estou com muitas ideias para trabalhar todos os canais do Julie de Batom e espero muito que vocês curtam. Estarei voltando aos poucos, com mais certeza em setembro, então aguardo vocês por aqui, com muito conteúdo e espaço pra gente se amar <3

    Enquanto o blog não volta à ativa, aproveita pra me seguir nas redes sociais: Instagram pessoal | Instagram do blog | Youtube | Facebook | Pinterest

    Obrigada por tudo. Sempre!

    Beijos de batom,

    Julie

  • Eu sumi, mas voltei. E 2017, por favor, seja bonzinho!

    Blog Julie de Batom - Juliana Duarte2016 não foi um ano fácil. E tenho certeza que a maioria dos textos retrospectiva vão começar dessa forma. Acho que eu nunca tive um ano tão complicado, cheio de altos e baixos, como o anterior. Sério, gente. Época de vestibular e TCC foram bem mais leves.

    Eu comecei 2016 já em um período conturbado. Problemas aqui, problemas ali, e a virada foi tensa. Não muito diferente do ano, se querem saber. Foram tantos momentos complicados que eu gastaria diversos caracteres para, pelo menos, listá-los. Mas, né, vida que segue. A gente aprende, amadurece, usa como experiência.

    Isso é, talvez, envelhecer?

    Com tantos altos e baixos, o blog ficou de lado. Ok, nem tanto. Até houve um período em que eu consegui produzir mais conteúdo. Fiz vídeos, cresci o número de seguidores no Youtube, me esforcei para, pelo menos, ter quatro posts por semana no Julie de Batom… E assim foi. Mas, de 4 posts, diminuí para dois em uma semana. Na outra, apenas um foi ao ar. E, aí, com a vida corrida, se tornou zero.

    Admito que senti falta, mas também alívio. Eu estava me forçando a criar conteúdo. “Preciso alimentar o blog e o canal”. Ok. Mas com o quê? Eu queria postar, o problema era a criatividade. Com tanta coisa acontecendo, eu não conseguia pensar em boas pautas. E, aí, não sobrevivi, né?

    Eu me permiti ter essas “férias”. Viver um pouquinho o que tinha que viver. Sair, trabalhar, fazer uma maquiagem só por fazer – e não para gravar. Também deixar os pulmões, o rosto, a alma, respirarem. Esse tipo de coisa.

    Mas estou de volta. E prometi a mim mesma que 2017 será diferente. Será meu ano. Quero fazer meu passatempo favorito funcionar. Não na questão de grana ou fama. Mas de conteúdo – bom, leve, autêntico. Abrir o Julie de Batom e pensar “caramba, esse post é demais”. Ao invés de “ok, publicado”.

    Eu sei que já fiz postagens assim no blog antes e, novamente, sumi. Mas é a vida. A gente nunca sabe do amanhã. Eu não sei se vou cumprir minhas metas. Posso tentar. E estou ansiosa para isso. Todo ano é um recomeço. E, não à toa, todo dia 1º de janeiro o blog completa um ano a mais de vida. Já são cinco. Como o ano novo que chega e a gente se reinventa, o Julie de Batom também segue nessa linha. Não fiz nada de especial, eu sei, mas o recomeço é o maior presente que posso nos oferecer.

    2017, seja bonzinho. Cure as feridas do seu antecessor. É só o que eu – e todo mundo – precisa. Obrigada.

  • Por que eu decidi viver mais leve de agora em diante

    Por que resolvi viver mais leve?

    Acho que fiquei velha. Aquelas coisas complicadas, aquelas tempestades em copo d’água e aquelas confusões infinitas que vivia na adolescência já não me chamam mais atenção. Não que antes me seduzissem de alguma forma. Mas era algo que eu não queria controlar. Sabe aquele filme de ação que a gente assiste esperando, bem, a ação? Eu não tinha vontade de evitar essa parte da vida. Então todos os conflitos vividos não tinham um pingo de tentativa para não existirem. Eu estava passando por uma fase onde tudo era pesado demais. Até viver dentro de mim. Viver mais leve foi uma escolha que eu fiz mas que, talvez, amanhã tudo mude.

    Acontece. É a vida.

    Mas a minha realidade é que eu não quero que isso seja diferente. Estou tentando, e sempre mais, viver mais leve. Não que eu tenha deixado as coisas importantes de lado. Só deixei de transformar em algo enorme aquelas que não fazem tanta diferença.

    Tudo que eu quero é uma vida fácil. O máximo possível. Sei que nada é tão simples quanto queremos, mas por que dificultar ainda mais? Eu estava em um tornado de emoções, onde tudo era muito intenso. Qualquer coisa era demais. E aí eu estava transbordando demais. Não de uma forma boa, mas de uma forma cansativa.

    As coisas que eu mais prezava estavam transbordando junto. Eu não tive opção de escolher o que eu queria jogar fora. Dentro de mim, toda aquela intensidade não me deixava optar.  Então, me vi em uma fase da vida onde tudo era muito complexo. Desde me arrumar até coisas bobas no relacionamento. Eu me vi sozinha, cheia de problemas pequenos que se tornaram enormes e com minha saúde mental abalada. Muito.

    Eu poderia ter me deixado no nada. Poderia ter caído nesse mar turbulento e continuar transbordando. Porém, resolvi viver mais leve. Tudo que eu quero hoje é simplicidade. Sei que a vida não é perfeita. Muito menos fácil. Mas por que complicar ainda mais o que já é complicado?

    Entenda: eu continuo lutando pelos meus ideais. Continuo achando ruim o que considero errado. Eu só quero dar a proporção correta para as coisas. Não transformar em um problema nível 10 o que é um problema nível 2. Não considerar uma onda como se fosse um tsunami.

    Viver mais leve é uma atividade diária, que exige muito de mim. Talvez eu transborde um dia. Talvez eu me exceda um pouco em algum momento. Mas eu me propus a tentar. Propus que vou conseguir. É uma batalha diária me convencer que exagerei em algo. Principalmente com meu ascendente em Peixes.

    Mas eu garanto: tem sido mais fácil assim. Viver mais leve, sabe? Tratar cada problema com seu respectivo tamanho. Não considerar o fim do mundo quando há um túnel bem iluminado à direita. Não achar que estou trancada se a chave se encontra em cima da cômoda. Nem aumentar algo que eu posso resolver com algumas lágrimas, noites em claro e discussões a menos.

    O que eu quero com esse texto? Só dizer que você pode conseguir, também. Não perca sua vida aumentando tudo. Não estrague sua saúde com problemas que podem ser resolvidos em dois minutos. Não guarde coisas ruins. Conserve aquelas boas, sabe? Sei que é difícil e não se trata de ser exagerada. Mas, sim, de ser intensa.

    Seja intensa no que importa. No que te faz bem. Quando sua intensidade aumentar algo que vai te magoar ou te tirar boas horas de sono, deixe-a de lado. Viver mais leve pode ser complicado, mas é ótimo chegar no fim do mês com sua cabeça tranquila. Ou o mais próximo disso.

    E lembre-se: viver mais leve não é aceitar qualquer coisa. Nem deixar de brigar pelo que você acredita só para não esquentar sua cabeça. Mas, sim, tratar cada momento, problema e sensação por seu respectivo tamanho. Não tratar como 13 MP o que é um VGA – nem vice-versa, combinado?

  • Você quer ganhar brindes ou reconhecimento?

    Blogueira: você quer brinde ou reconhecimento?

    Antes de começar, eu já quero que você entenda: blogueiro é profissão. Sei que pode rolar diversas discussões sobre a afirmação, mas é verdade. Eu até brinco que nós somos uma mistura de jornalista, publicitário, social media, fotógrafo, produtor/editor de vídeos e, muitas vezes, administrador. Afinal, um blog é uma empresa. Muitos até já possuem CNPJ, funcionários e tudo.

    Estamos entendidos até aqui? Beleza. Podemos continuar.

    Quando você pensa em um trabalho, o que vem em mente? Local, atividade e, claro, remuneração. Todo trabalho merece ser remunerado. Uma empresa não contrata um funcionário e o paga com produtos ou serviços oferecidos por ela, certo? Imagina se você trabalhasse em uma produtora de sorvete e recebesse por mês uma quantidade referente ao “salário”, mas em sobremesa. Pode parecer maravilhoso, porém 1) sorvete não paga conta e 2) ninguém pode viver se alimentando apenas de sorvete.

    Então por que com a blogosfera é assim que funciona?

    Vocês já perceberam a quantidade enorme de empresas que “pagam” o trabalho da blogueira com produtos e serviços? Não estou falando daquelas que enviam presskits de forma “espontânea” para a dona do blog, pois é outro foco. Mas sim daquela marca que entra em contato e oferece um valor X de produtos (escolhidos por ela ou pela blogueira) em troca de um post ou banner no blog.

    É errado? Talvez não para você que está começando agora na blogosfera e não vê a hora de receber um mimo. Ou para você que entrou nesse mundo apenas para isso. Mas para nós, que levamos a sério essa profissão, é uma forma de desvalorizar a classe. E eu explico o motivo.

    Primeiro de tudo: nós somos trabalhadores. Nós somos profissionais. Pagamos internet, energia, telefone, ferramentas para produzir conteúdo (câmera, computador, tripé, etc), além de outros gastos para manter o blog funcionando (domínio, hospedagem e design). Essas coisas só funcionam à base de dinheiro, infeliz ou felizmente. Quando você aceita um produto em troca do seu trabalho, você está afirmando para a empresa que se vende por pouco. E outra: ainda leva todo mundo junto na desvalorização.

    Estou dizendo que você só deve postar em troca de dinheiro? Claro que não. Mas também não se venda por pouco. Não troque suas horas de trabalho por um batom (ou qualquer outro produto). Cobre. Mesmo que seja pouquinho, cobre. Se está no começo, se preocupe primeiro em produzir conteúdo e só depois pense em parcerias. Entenda que um espaço no seu blog vale muito mais que o produto que será enviado. Acredite: você tem um alcance que nem imagina. E a empresa se beneficia com isso – afinal, o “mimo” sai muito mais barato para ela do que pagar uma publicidade em si.

    Segundo: não seja uma profissional ruim. Nós temos esse tipo de profissional em todas as áreas, desde as mais simples até as mais valorizadas. Toda essa teoria que blogueira só quer produtinho começou, na maioria, por nossa culpa. Muitas aceitaram trabalhar em troca de presentes ou serviços, afinal até pouco tempo atrás a blogosfera nem era considerada trabalho. Mas hoje é diferente. Nós precisamos nos unir para valorizar o que somos. Duvido que a marca pague uma agência de publicidade ou uma emissora de TV com produtos. Por que conosco, que faremos o mesmo serviço (divulgar), é diferente? Vocês entendem a força que tem?

    Vale ressaltar que eu estou citando aquelas marcas que enviam produtos em troca obrigatória da divulgação. Aquelas que enviam seus presskits espontaneamente fazem isso para que as blogueiras conheçam seus lançamentos. Se ela quiser divulgar, é outro assunto (geralmente já fazem isso nos vídeos de recebidos).

    Um blog é um veículo de comunicação assim como a Globo, o G1, a Folha de S. Paulo, a Capricho e tantos outros formatos. Nosso alcance chega até a ser maior por ser ilimitado. Nosso conteúdo está aí na internet para qualquer um ver. O que eu quero com esse desabafo é alertar a importância que vocês, blogueiros, tem no mercado. Não se menosprezem, não se humilhem e não se vendam por pouco. Sejam profissionais. Afinal, nós precisamos mostrar que é o que somos.

    E vale lembrar que as empresas só nos tratam assim porque nós aceitamos.

    Portanto: converse com a marca. A divulgação não pode nem deve ser benéfica só para um lado. Ela quer enviar um produto? Ok. Mas explique que não é certeza que será divulgado. Se ela insistir, diga que cobra e, mesmo assim, só posta com sua opinião sincera. Vamos tirar essa imagem que as pessoas têm das blogueiras. Nós queremos chegar nas empresas sentindo orgulho do que somos, não achando que seremos menosprezadas porque estamos ali apenas pelo mimo.

    Queria completar que este desabafo nasceu após a Conferência Nacional de Blogs (CNB). O evento contou com diversas exposições de marcas, muitas boas, inclusive. Porém, algumas mal explicavam seus lançamentos. Chegávamos ao stand e só nos davam a sacolinha com alguns brindes (na maioria amostras). Ou seja: “toma aqui seu brinde, você não precisa entender o que é, só posta no blog e manda o link para nós”. Oi? Nem o básico, que era explicar o que faz o produto, composição e objetivo, eles queriam nos passar.

    Quando a empresa chega a esse ponto, sabemos o quanto mal vistas nós somos pelo mercado. E mudar esse cenário só depende de você, blogueiro. Valorize-se. As marcas sabem muito bem nossa importância. Se não soubessem, não estariam pedindo divulgação em nossos blogs. Elas sabem o quanto valemos. Só não querem pagar porque nós aceitamos qualquer coisa que oferecem.

    Portanto, fica o exercício: se valorize. Combinado?

  • Minha história na blogosfera e o que está acontecendo com ela hoje?

    Blogosfera

    Esse é um daqueles posts-desabafo que há muito tempo eu não faço aqui no blog. Sem técnicas de SEO, sem preocupação se as fotos estão combinando e sem aquela neura de ficar tudo perfeitinho. Não que eu esteja desleixada. A verdade é que ontem eu vi uma imagem que representa muito a blogosfera das antigas e desde então estou pensando muito sobre isso.

    E cá estou eu para compartilhar meus pensamentos com vocês.

    Como sabem, eu comecei na blogosfera no final de 2005. Caí no Zip Net (plataforma super simples da Uol) sem querer, pois meu objetivo era, na verdade, criar um site. Eu só queria um espacinho para chamar de “portal” e falar sobre minha banda e novela favoritas: RBD e Rebelde. Para mim era algo inovador, afinal eu não conhecia nenhum site com esse objetivo. Você vai me dizer: mas Julie, existiam vários. Sim, com certeza existiam. Mas naquela época eu era apenas uma garotinha de 11 anos com uma internet discada e sem muito conhecimento com relação a web, Google e essas coisas.

    Na minha cabeça eu era a primeira e tudo bem para mim.

    Então fiz meu e-mail na Bol (era necessário para criar a conta no Zip Net) e lá fui eu escrever as primeiras postagens. O blog se chamava RBD Brasil Oficial e os posts eram simplesmente comentários sobre a novela. Lembro até que tirei foto de uma revista e contei, achando ser em primeira mão, que a personagem Lola iria tingir o cabelo de ruivo (igual da Roberta) para impressionar o Diego. Todo mundo que comprou a revista já sabia. Eu mal tinha leitores. Mas lá estava eu, na inocência e com o carinho de postar, informando as boas novas.

    A blogosfera, na época, era pura curtição. A gente escrevia só por passatempo, mesmo. Eu nunca ganhei um centavo com meu blog simples hospedado no Zip Net. Mas ganhei muitas outras coisas que, para mim, são bem mais importantes.

    Vicky's Place - blogosfera anos 2000

    A internet há 10 anos não era como hoje. Não havia muito conteúdo e encontrar algo específico era bem complicado. Euzinha, com a internet e o conhecimento limitados, mal conseguia achar um tema para o blog que fosse do RBD. Novamente: havia, sim, vários por aí (que só descobri mais tarde). Mas, ó, ainda bem que eu não dei de cara com eles.

    Foi nessa dificuldade de encontrar um tema adequado para o meu “site” que eu comecei a pesquisar como fazer um. O Zip Net, na época, era praticamente o que o Blogspot é para nós hoje em dia (só que muito mais limitado). Havia uma quantidade considerável de artigos sobre a plataforma, pois era a primeira que nós, blogueiros, procurávamos para criar nossos cantinhos. Existia o Blogger, mas este era somente para assinantes da Globo. Na época, poucos queriam pagar por algo na internet, né? Ah, e também havia o WordPress, mas a maioria considerava complexo demais para fazer qualquer coisa.

    Encontrei diversos sites que ajudavam a criar layouts para o Zip Net. A linguagem era basicamente HTML e CSS, mas com alguns códigos próprios (assim como todas as plataformas possuem). O blog que mais me ajudou foi o Cristiny Online (não existe mais, mas vocês podem vê-lo neste site arquivo). Para vocês terem uma ideia: ela tinha uns três blogs para manter o domínio no ar. Explico: um era o endereço em si, outro para colocar os arquivos grátis e outro de postagem que era inserido na área de posts do blog. Louco, né? As coisas na época não eram nada fáceis.

    No Cristiny Online eu encontrei um tutorial explicando como fazer o tal template. Além de ensinar como fazer, ela ainda disponibilizava vários modelos para você escolher, já com código prontinho, e só alterar as imagens (no caso, do topo e fundo). E a aparência dos blogs não era como hoje, viu? Vou deixar uns modelos para vocês entenderem os “looks” famosos da blogosfera na época.

    Blogs 2000

    Links para conferir ao vivo: Pétalas da Emoção | Coração Rosa | Mundinho Rê Lua | Concurso RBD Brasil Oficial (um dos meus blogs haha)

    E lá fui eu colocar a mão na massa para criar meus templates do RBD. Foi nessa que eu descobri que precisava de um programa de edição de imagens. E nada de Photoshop. O computador (com seus humildes 120mb de memória, o que era comum na época) mal aguentava os programas básicos. Tive que baixar outro similar, o Paint Shop Pro. Ele era gratuito, muito parecido com o software da Adobe e quebrou um galhão (mas eu ainda queria o Photoshop original só para fazer um efeito na fonte que todo mundo na blogosfera fazia).

    Depois que aprendi mais ou menos a mexer no Paint Shop Pro, lá fui eu para os códigos. Mal sabia o que um “b” entre <> significava. Aí descobri que era negrito. Depois itálico. Depois fui conhecer as divs. E por aí foi. Por que estou dizendo tudo isso? Simplesmente porque foi por não encontrar um template pronto do RBD que eu aprendi tudo que sei hoje de Photoshop e linguagens de blogs.

    Hoje em dia as coisas são bem diferentes e, neste ponto, sinto dizer que infelizmente. Eu recebo muitos e-mails todos os dias de leitores ou visitantes pedindo para que eu faça o blog deles. Não oferecem um centavo, só jogam assim: Julie, faz um blog pra mim? Isso vale para outras modificações, como por exemplo: “Julie, edita tal foto pra mim?”, “Julie, faz um menu legal para mim?” e por aí vai.

    Cristiny Online

    O pessoal novo da blogosfera (não generalizando, mas uma boa parte) entrou neste mundo porque aqueles das antigas conseguiram algum destaque e disseminaram os blogs. Hoje em dia ser blogueiro é legal. Quando eu comecei, ter um blog era até motivo de vergonha. Ninguém queria os amigos, pais e familiares lendo sobre seus dias. Blog era um diário, por isso era mantido em segredo. Nós éramos e queríamos continuar sendo anônimos. Tanto que, no máximo, colocávamos nosso e-mail para contato. Nada de Orkut, MySpace e as redes sociais da época.

    O que me entristece hoje em dia é ver “blogueiros” querendo tudo pronto. Pedem layouts, alterações de código, edições de imagem e até mesmo divulgação. A impressão que eu tenho é que perdeu-se o tesão de correr atrás das coisas. Ninguém quer ter que levantar para conseguir seu objetivo. Querem que traga, de bandeja, nas mãos.

    E gente, isso é chato pra caralho – com perdão do palavrão.

    Pode parecer texto de gente velha, mas eu sou da época que ou você aprendia ou você não tinha. Sou da época que você pedia para alguém lhe ensinar algo, não fazer para você. Sou da época dos fóruns de ajuda, das comunidades do Orkut e dos blogs cheios de tutoriais. Você não chegava no blogueiro e pedia para ele fazer algo para você. E nem reclamava do conteúdo disponibilizado. Você o agradecia eternamente por tirar horas do seu dia e fazer algo que não iria render nada para ele.

    Porque blogosfera era assim. Você pelos outros, sem esperar nada em troca. E mesmo assim nós, beneficiados, tentávamos “pagar” linkando o blog que nos ajudou em nossas páginas. Não queríamos só o “vinde a nós”.

    Evelyn's Place na blogosfera

    Não havia pagamento por nada e essa sinceridade faz falta hoje em dia. Não só no conteúdo, como nas amizades. O que eu vejo hoje em dia são pessoas fingindo algum sentimento para ganhar em cima de outra. Pessoas falando de qualquer coisa em seus blogs em troca de dinheiro. Conteúdo perdendo a qualidade porque não pensam mais no público, só no próprio umbigo.

    Eu não vou me excluir do grupo que mudou. A blogosfera está em constante atualização. Vide os layouts que antes eram cheios de desenhos de menininhas e agora passaram para vários borrões de aquarela, design clean e sliders. E nós temos que nos adaptar a isso assim como nossos pais se adaptaram às novas televisões. O que estou dizendo é: cadê a essência? Eu tento levar o que aprendi lá em 2006 em cada postagem do Julie de Batom, mas com um toque da “atualidade”. Eu sinto muita falta de entrar em blogs e ler algo pessoal, resenhas sinceras e indicações de produtos de marcas que não pagaram para estar ali. Sinto falta de entrar em blogs que, pelo menos uma vez na vida, se importam em fazer um post pessoal, sem se preocupar em qual página estarão no Google. Isso é importante? Sim. Mas não deve ser único.

    O que eu quero com esse post é dizer que nós somos a blogosfera. Nós somos a mudança. Se achamos que está ruim, que esse mundo está vendido e superficial, nós podemos mudar. Eu não quero expor uma vida que não é minha, cheia de ostentação e máscaras. Eu quero continuar com a mesma essência, ingenuidade (no bom sentido) e simplicidade daquela Juliana de 11 anos que parou na blogosfera porque queria criar um “site”. Com a vontade de correr atrás de seus desejos do mesmo jeito que foi aprender como criar layouts, imagens, gifs com estrelinhas e códigos.

    E quero contagiá-los também.

    Se você leu esse texto completo, te faço um pedido: seja sincero. Seja honesto. Seja você. Não tente transformar seu blog em algo que ele não é. Não seja umbiguista. Ganhar dinheiro e mimos é legal? Sim, claro que é. Mas crie seu conteúdo pensando no público, nunca em benefício próprio. Seja como a Cristiny Online, a Vicky’s Place, a Evelyn’s Place (sim, é a mesma do É do Babado) que por anos criaram conteúdo só para ajudar o próximo. Só para oferecer algo que nem todos poderiam ou saberiam criar.

    Ainda em tempo: quero dizer que eu sou super a favor do blog virar um veículo de comunicação, do criador de conteúdo ganhar dinheiro, pois, sim, é um trabalho (e dá tanto trabalho como qualquer outro). O que estou salientando no post é que a blogosfera não é apenas grana, mimos e ostentação. Sinto falta da essência de antigamente, de você sentir carinho, amor e dedicação em cada página. E não interesse, sabem? Se misturar o carinho pela blogagem e a profissionalização dos blogs, tudo seria melhor.

    Por essa simplicidade, sinceridade e autenticidade, a blogosfera vota – e implora por – sim!

  • Só mais um texto escrito em dias ruins

    A vida é um pé no saco quando nada dá certo. Os textos da faculdade saem uma bosta, o trabalho não dá mais tesão e as lágrimas se tornam tão rebeldes que decidem abandonar o lar. Eu poderia até resumir todo esse momento em três letras se meu período não estivesse tão longe de acontecer. É foda, eu sei. 

    Nunca disseram que a vida seguiria no modo easy, mas me senti abandonada por não receber o manual. Jogaram o controle na minha mão e não se preocuparam em me passar as funções de cada botão. Entrei sem querer em um jogo mais complicado que aquelas equações chatas de Matemática do Ensino Médio. E não sei nem por onde começar a resolvê-lo.
    O jeito é fazer o de sempre: apertar todos os botões juntos e torcer para ativar algum poder especial. Sabe, nem precisa ser muito longo. Aceito, de bom grado, só algo que distraia as coisas ruins por alguns segundinhos. Pelo menos o suficiente para recompor minhas forças e seguir na próxima fase.
    Talvez seja só drama ou um momento ruim. Um jeitinho da vida ensinar que tudo tem seu lado bom. Disseram que o importante é não desanimar e continuar tentando. Treinar sozinho as partes do jogo enquanto não se sente preparado para enfrentar o chefão. Passar a madrugada inteira procurando sair daquela fase e sentir que, mais que dedos doloridos, você adquiriu forças e macetes. Entre erros e acertos, descobrir que o amarelo e o azul podem te ajudar a passar por aquele obstáculo. Ou que uma combinação diferente de botões é ainda melhor que um só.

    Só não seja egoísta e não queira fazer tudo sozinho. Tenha controles extras e permita que outras pessoas te ajudem. O mérito não precisa só seu, você pode dividi-lo com quem você ama. Uma coisa eu aprendi nesses últimos tempos e levo como lição: em grupo fica bem mais fácil, gostoso e divertido. Vai por mim.

    O que vale é lembrar que sempre haverá um amanhã. O jogo continuará ali, só te esperando tentar de novo. As fases são inúmeras e você só vai conhecer a última no tempo certo. Enquanto isso, paciência e controle na mão. A vida te espera para tentar um pouquinho mais. Sem desânimo, tá? Quando chegar lá, vai ver o quanto valeu a pena. Sempre vale, afinal.

  • Seu melhor acessório é ser você

    Assim que toda a papelada do estágio estava pronta, a primeira coisa que fiz (depois de pesquisar preços de notebooks), foi procurar modelos de óculos diferentes do que eu estava acostumada a usar (sim, eu uso óculos haha). Queria um modelo mais atual e que não fosse tão imperceptível. Passei toda a minha vida querendo usar óculos que fossem mais simples e “apagadinhos”, como se isso me fizesse sentir que não havia nada no meu rosto. Tudo isso por um motivo bem óbvio: vergonha (quem já percebeu que nunca estou usando óculos nas fotos?)
    Bom, antes de continuar com o texto, acho que vale contar como minha história oftalmológica começou, né? Vamos lá.
    Logo no maternal, em um dos projetos da escola, acabaram diagnosticando que eu tinha uma deficiência nos olhos. Aconselharam que minha mãe me levasse ao oftalmologista e lá fomos ela e eu (na época, com quase quatro anos de idade). 
    Na consulta, o especialista constatou que eu tinha hipermetropia e astigmatismo. Daí, depois de estar com a receita em mãos, fomos até uma ótima escolher que modelo de óculos iria ser o primeiro de toda minha vida. Nem preciso dizer que foi de um personagem, né? (se não me engano, da Turma da Mônica).
    Agora imaginem uma criança de quatro anos gordinha, tímida… E de óculos! Vou até pular essa parte porque com certeza vocês já entenderam! rs.
    Depois desse modelo de óculos vieram outros. Nos anos seguintes, ainda de personagens (Barbie, Disney, etc e etc). Aí mudei para modelos mais, digamos, adultos. Mas nunca me senti eu com nenhum deles, sabem?
    Como disse no começo do texto, sempre escolhi modelos que não fossem chamativos. Meu argumento? “Não quero que pareça que uso óculos”. Idiota, né? 
    Aí comprei um diferente, enorme. Um que eu nunca imaginei que usaria um dia. Acho que até cheguei a falar que não curtia em algum momento da vida. Queimei a língua, claro. 
    Assim que peguei o óculos pronto, senti como se fosse eu. É, eu. Eu de verdade. Ironicamente, senti como se não tivesse nenhuma armação no meu rosto. Como se fizesse parte de mim.
    Agora vem a parte que eu queria chegar.
    Hoje, meu primeiro dia com o óculos, recebi mil e um elogios. Dos pais, dos amigos e até dos colegas de trabalho. E, principalmente, de mim. Tudo isso por um acessório que resolvi usar. Ou, vendo meu passado de óculos, ousar.

    É incrível como uma coisa simples pode mudar toda sua autoestima. Passei o dia todo me sentindo confiante, super feliz com meus novos olhos. Agora estou enxergando super bem. A vida e eu.
    Nosso melhor acessório não pode ser comprado. Na verdade, a gente ganha de graça assim que nasce. Nosso melhor acessório é transmitir o que somos, do jeito que somos mesmo. Sem máscaras, sem fingimento e mostrando, através das roupas, dos óculos e até da maquiagem, um pouquinho de nós. 
    Não tem nada mais satisfatório que usar algo que você gosta e se sentir livre. Nada melhor que se olhar no espelho e gostar do que vê. E isso não está ligado só à armação dos seus óculos; vale para maquiagem, roupa, cabelo… Tudo. 
    Como dizem por aí: quando passamos por uma fase de baixa autoestima, não tem nada melhor que mudar algo em nós. Seja a cor do cabelo, seja a maquiagem do dia e até o guarda-roupa inteiro. Não importa a dimensão – não estamos falando dela e, sim, de você. Nossa beleza vem de dentro pra fora e disso eu não discordo. Mas, quando mudamos algo na aparência, nossa confiança aumenta muito. E quando a confiança e a autoestima estão lá em cima, fica perceptível por fora. Até nosso sorriso se torna diferente!
    E o mais engraçado nisso tudo é que eu tive que mudar de óculos para entender. Ou, numa metáfora bem tosca, enxergar melhor. Quem entende uma adolescente?
  • Desabafo: ser blogueira, julgar sem conhecer e outras coisas

    Desta vez, o texto não vai ser todo bonitinho, com devaneios e coisas do tipo, mas sim vida real. Estou aqui para um papo sério, de blogueira para blogueira/leitora, de garota para garota (o) e, principalmente, de ser humano para ser humano.
    Já faz uns dias que estou adiando esse post, pois estava com medo de pensarem que sou ingrata, que estou reclamando demais ou, sei lá, qualquer coisa que não seja verdade. Antes de tudo, já quero deixar claro que essas não são minhas intenções. O post é, realmente, um desabafo. Peço desculpas desde já se ele ficar muito grande – e sei que quase ninguém vai ler se ficar enorme – ou se ofender alguém (essa não é minha intenção e espero que não aconteça, viu?).
    Bom, vamos lá!
    O conteúdo do texto foi formado ao longo desses últimos dias e com base em uns comentários que vi por aí, tanto em sites, como em redes sociais e blogs. Acho que, pelo menos em um dos pontos, vocês – blogueiras – vão se identificar.
    O que mais me intrigou foi a forma que vi umas meninas generalizando as blogueiras. Nas palavras delas, “blogueiras são um bando de patricinhas que só querem mostrar suas últimas compras na Zara e suas maquiagens da MAC”. Algo assim.
    Bom, vou dizer por mim: o lugar mais caro que compro roupas é a C&A. Minha maquiagem mais cara é minha paleta de sombras e ela nem chegou ainda. Agora, o motivo de ter um blog é ser rica? Caramba! Se for, alguém avisa ao Blogspot que ele deve cobrar para ter conta no site?
    Ser blogueira é querer compartilhar o que você gosta, o que você pensa e, acima de tudo, ajudar àqueles que visitam seu blog. Isso não quer dizer que você tem que ser perfeita, usar 38, ter uma conta bancária maior que do Eike Batista e possuir uma Canon de cinco mil reais. 
    Aliás, essa diferença até é positiva. Assim como você não tem tudo isso, alguns leitores também não têm. Então, ter um corpo 42, uma conta bancária com um salário mínimo ou mesada dos pais e uma Sony Cybershot de trezentos reais não te torna pior que ninguém. Pelo contrário: prova que você não precisa de muito para fazer algo bom e que dinheiro não significa qualidade nem é motivo de sucesso.
    Não é só porque você tem um blog que você deve ganhar dez mil reais por mês e gastar tudo no shopping. Não é só porque você fala sobre moda, tem um jeito divertido de ver a vida e gosta de se cuidar que você é uma tapada, sem cérebro e que só se importa com a próxima coleção da sua loja favorita. Acho que já passamos da época de rotular as pessoas, né?
    Olha: eu tenho dezoito anos, faço faculdade de Jornalismo e tudo o que consegui até hoje foi por esforço e dedicação. E, também, muito estudo. Se não fosse assim, eu nunca estaria na faculdade, por exemplo. Foi por tudo isso que consegui a bolsa no Prouni para fazer o curso dos meus sonhos (e não tenho vergonha de admitir :D).
    Só porque tenho um blog que fala sobre coisas “externas”, não quer dizer que eu não me preocupo com o mundo lá fora. Só porque tenho um blog que fala de moda, não quer dizer que eu não amo livros. Entendem o que quero dizer?
    Antes de tudo, se eu não me preocupasse com a situação que vivemos, a uma hora dessas eu estaria lá na secretaria da faculdade para mudar meu curso. Eu não escolheria Jornalismo como profissão se eu não visse nela uma possibilidade de ajudar a tornar o mundo um lugar melhor. Eu poderia estar fazendo algo mais (f)útil com minha vida se não quisesse ajudar ninguém. Aliás, se eu não quisesse ajudar, o JDB nem existiria, não é?
    Indo mais além, também vou aproveitar para acrescentar outro assunto: haters. Nunca vi nenhum sentido em odiar algo sem conhecer. A Juliana blogueira é diferente da Juliana amiga, da Juliana aluna e da Juliana (quase) jornalista. Se não gostam do blog, não gostam do blog. Se me acham feia, não quer dizer que eu seja feia por dentro, também. Tudo é questão de conhecer.

    Não estou dizendo que todos devem me amar. Só estou pedindo é respeito, não só comigo como para qualquer outra pessoa. Nada te dá o direito de falar mal. Nada te dá o direito de julgar através da internet – que, aliás, não chega nem 20% perto do que somos pessoalmente. Não gosta do JDB? O sistema operacional do seu computador tem um X lá em cima na janela que serve para fechá-la. Se quiser, tem até como bloquear o site. Se não curtiu, achou inútil ou perca de tempo, ótimo. Tem pessoas que gostam.
    Então, antes de ir no Ask de alguém falar um monte de mentiras (e até fazer a pessoa acreditar nelas por um momento), se coloque no lugar. Não quero dar lição de moral nem nada disso. Mas, pelo menos, como eu disse antes, exercer meu papel de ser humano e tentar melhorar um pouco o mundo. E, para isso, eu não preciso compartilhar fotos no Facebook cheias de falso moralismo. Eu uso outra arma: palavras. E acreditem: elas exercem um poder bem maior do que uma imagem na rede social. Mesmo porque, nem sempre quem compartilha é aquilo realmente, né? Como dizem por aí… O mundo seria uma maravilha se todo mundo agisse como age no Facebook.
    Se você chegou até o final do texto, obrigada. Espero que ele tenha servido para algo, afinal. Tanto para desabafar, tanto para servir de “olha, ela falou o que eu sinto” como para, também, colocar um pouco de juízo na cabeça de quem precisa. Eu disse isso no começo do texto e volto a repetir: não quero ofender ninguém. Se isso acontecer, peço desculpas com todo o meu coração e garanto que minha intenção nunca foi essa. E desculpa, também, pelo tamanho do post. Sei que ficou enorme e cansativo, mas foi a única maneira que encontrei para falar sobre o assunto. 
    Beijos de batom,
    Julie.
  • Shift + del

    Se tem algo que me orgulho é o quanto amadureci no ano que se passou. Principalmente, com relação as coisas que escuto e leio por aí. Aprendi a me conhecer melhor e, assim, a me importar menos com qualquer coisa que fosse mentira a meu respeito. 
    Quando a gente conhece cada partícula do nosso corpo, cada qualidade e cada defeito, fica mais fácil bloquear da mente – e do coração – todas as palavras maldosas que escutamos. Fazer isso não vai fazer com que elas sumam (talvez tenha até o resultado inverso), mas filtra o que vamos levar a sério e o que vamos jogar fora.
    Por que estou falando isso? Porque hoje me deparei com um comentário bem maldoso no blog. Não me importo quem foi e, garanto, não me abalo com nada do que falaram. Só o que me entristece é ver pessoas que perdem seu tempo tentando deixar outras para baixo. Sabe como eu enxergo isso? Falta de algo melhor para fazer na vida. Algo que preencha o tempo – e o rosto com um sorriso. E algo que traga o bem que elas almejam tanto e o bem que nós corremos atrás.
    Só estou escrevendo um texto por um motivo: por vocês. Sei que muitas blogueiras ou pessoas que colocam a “cara a tapa” na internet passam por isso. A gente, quando mostra o que somos e o que sentimos, abrimos nosso mundo para que qualquer um faça parte. E nem sempre eles precisam se identificar. Mas, ainda assim, entram pela porta que dá acesso ao nosso “eu” e começam a alfinetar tudo. Como se fossem donos de nós.
    Por isso, conheçam-se bem antes de deixar qualquer palavra abalar vocês. A gente tem mania de dar mais ouvidos aos que criticam do que aos que elogiam. Mania boba essa. Principalmente quando as críticas não chegam nem a 1% de tudo o que recebemos. O que temos que fazer é criar um disco rígido dentro de nós. Lá guardamos tudo o que vale a pena relembrar. E o que for inútil… Só dar um shift + del e deixar pra lá.
  • Amor vazio

    Eu não sou uma daquelas pessoas cujo coração pode ser quebrado em mil pedaços e remendados tão fácil e rapidamente. Na verdade, invejo qualquer um que tenha esse dom – ou seja lá como chamam isso.
    O amor nunca foi justo comigo. Na última vez que nos encontramos, ele causou mais estragos do que eu poderia imaginar. Acho que, lá no fundo, nós não nos damos tão bem assim. É como se ele não fosse com a minha cara, simplesmente. De alguma forma, não fomos apresentados. Não da forma correta.
    Não é possível que meu coração continue sendo quebrado, pisado e torturado para, só depois de sofrer muito, encontrar um band-aid que funcione e não deixe vazar nem uma gota de sangue pelas bordas. É injusto que eu tenha que quase perder meu coração para, só depois, sentir que ele continua inteiro, intacto. Ou, de alguma forma, sem nenhum vestígio de dor.
    E ainda tem o tempo. As vezes, ele se torna mais injusto que qualquer outra coisa. Ele nunca está em sintonia com o que preciso e isso acaba com qualquer vontade de, simplesmente, amar de novo. Parece que, na minha vida, tempo e amor são sinônimos de desordem. Eles nunca funcionam juntos. Pelo menos, não como deviam funcionar.
    O tempo é quase imperceptível quando o amor se torna presente. Este some com a mesma leveza e facilidade com que chega e o tempo não é justo: faz o amor morrer aos poucos e rápido. Só o que permanece é aquele amor vazio, sem valor. Aquele amor que só há o sentimento abstrato, não o físico. E o tempo parece se dar melhor com este tipo de sentimento. É este que, afinal, deixa seus vestígios.
    Meu coração continua quebrado, dividido em mil pedaços nada iguais. As vezes, alguma parte some e volta com o passar dos dias. Em outras, nunca mais encontro. E eles se perdem aos poucos, sem nem uma chance de tentar reencaixá-los em seus devidos lugares. O vazio só se intensifica e os espaços ocos, multiplicam-se. E parece que o tempo (tão injusto) prefere prolongar-se nesse tipo de amor; aquele amor que não dura, que se torna só lembranças. Aquele amor que acaba com o coração. Que só deixa a dor, as feridas que não cicatrizam.
    E, ironicamente, o amor é a única solução para juntar todos os pedaços novamente, encontrar os que ficaram por aí e tentar, de novo, deixar esse sentimento ter o poder de fazer que eu tenha a sensação de voar. De que nada é impossível. Ironicamente, o amor se cura com… Amor. E tempo.
    Só não posso suportar ver meu coração se desmanchar em milhões de pedaços. Nem tentar remendá-los sem obter nenhum sucesso. Preciso ter certeza, antes de me jogar de corpo e alma mais uma vez, que o amor não vai me deixar vazia desta vez.
    E sim, de uma forma milagrosamente correta, cheia de vida, esperanças, sonhos e, claro, beijos quentes e momentos eternos.