Category: Textos

  • Conflitos de uma paixão: capítulo 4

    – Bom dia, Mandy! 
    – Bom dia, Stuart! 
    Cheguei à biblioteca 30 minutos antes do horário marcado. Stuart estava separando alguns livros antes de levá-los às estantes. Juntei-me a ele, ajudando-o em sua tarefa. 
    – Você sabe que não precisa fazer nada disso, Amanda! – disse, pegando um livro de minha mão. – Sua tarefa aqui é ler para as crianças. E só! 
    – Desculpa, senhor corretinho! – sorri. – Sou voluntária aqui e posso ajudar no que eu quiser. – peguei o livro de sua mão e o coloquei na prateleira. – Aliás, falando em trabalho voluntário… A Regina não está hoje aqui, não é? 
    – Acho que não, Mandy. – respondeu enquanto pegava outra pilha de livros para guardar. – Aliás, parece que ela deixou a biblioteca, sabia? 
    – Sério? – perguntei, sabendo a resposta. Regina nunca tinha gostado de ler para as crianças. Ela só estava ali para tentar algo com Stuart. 
    – Sério! – ele respondeu. – Falaram que ela conseguiu um estágio e não conseguiu conciliar os horários. 
    – Stuart, nós dois sabemos porque ela largou a biblioteca! 
    – Por quê? – perguntou. Peguei mais três livros e coloquei-os na prateleira correspondente à inicial do autor. 
    – Você sabe… Vocês dois… – hesitei. – Ela estava tentando algo com você há meses, Stuart! – respirei fundo e continuei. – Você e eu sabemos o que ela sente por você. 
    – Mas eu não sinto nada, Mandy. – respondeu, constrangido. – Você sabe por quem eu sinto essas coisas. 
    Felizmente, antes que eu ficasse desconcertada com o comentário de Stuart, a bibliotecária chegou e veio me dar bom dia. Aproveitei a oportunidade e fui com Martha até seu escritório para acertar os horários da próxima semana. 
    Subi até o espaço de leitura e escolhi o livro que iria ler para as crianças hoje. Como sempre acontecia em dias em que eu estava para baixo, peguei O pequeno príncipe na estante infantil. Esse era, sem dúvidas, o meu favorito. 
    As crianças chegaram e foram sentando pela sala. Os pais as levaram até o cantinho de leitura e desceram para ver outros livros e conferir lançamentos. 
    Assim que todos estavam sentados, iniciei mais uma leitura. 
    – Bom dia, crianças! – disse. – Hoje eu vou ler O pequeno príncipe. Ele foi escrito por Antoine De Saint-Exupery. Vamos começar? 
    Enquanto lia as palavras que tanto me faziam bem, meus ouvintes não tiravam os olhos de mim. Em alguns minutos, a sala ficou em um silêncio total. 
    Martha chegou, anunciando o término da leitura. Marquei a página que parei e avisei às crianças quando seria nosso próximo encontro para a continuação do livro. Elas foram ao encontro de seus pais e eu fiquei algum tempo na sala. 
    Estava no meu local favorito: o cantinho de leitura. Lá, rodeada por palavras, conseguia pensar melhor em minha vida. Ou, pelo menos, o que restou dela. 
    Matt e eu parecíamos dois estranhos. O que era uma amizade virou um casamento fracassado. E o que eu sentia – aquela paixão lá no fundo – virou sabe-se lá o quê. 
    Eu sentia falta dos meus anos de faculdade. Sentia falta do abraço quente de Matthew e das tardes que passávamos juntos. Sentia falta dos intervalos com música, onde o violão nos acompanhava. Sentia falta da nossa sintonia intensa, dos nossos olhares brilhando e dos nossos momentos que, agora, não passavam de lembranças. 
    Lembranças que, se eu não as tivesse vivido, diria que eram só sonhos.
  • Conflitos de uma paixão: capítulo 3

    Leia o segundo capítulo.

    – A senhora quer suco de laranja ou limão? 
    – Laranja. E que você pare de me chamar de senhora, Marta. – sorri. Marta era nossa empregada que, às vezes, agia mais como mãe e amiga. 
    – Desculpa, Amanda. – ela pegou a jarra de suco e serviu-o num copo. – Às vezes esqueço como o tempo voa. Parece que foi ontem que cheguei aqui… E não perdi algumas manias, ainda. 
    Marta sorriu e deixou-me sozinha na mesa. Apesar de não querer admitir, ela tinha razão: o tempo voa. 
    – Mãe! 
    Rupert chegou correndo à cozinha e sentou em meu colo. Sorrindo, entregou-me um desenho que tinha feito na escola no dia anterior. 
    – Pra você, mamãe! 
    Peguei a folha de sua mão. Entre os rabiscos indecifráveis, consegui enxergar Matthew e eu de mãos dadas. Incrível como Rup ainda levava essa cena na memória. Já fazia tempo que, nem em minhas alucinações, isso acontecia. 
    – Que lindo, meu amor! – apertei-o em meus braços, arrancando um sorriso seu. – Então quer dizer que meu pequeno vai ser artista? 
    – Não, mamãe! – respondeu, ainda sorrindo. – Eu quero ser fotógrafo. Ah, não… Quero ser astronauta. Ah, não… 
    – Calma, Rup! – sorri, beijando-o a testa. – Você tem tempo para pensar. Mas, se continuar assim… – sorri – você vai acabar sendo um grande desenhista, viu? 
    Rupert sorriu e saiu de meu colo, correndo novamente. Aproveitei aquela boa aura que meu filho deixou e subi para meu quarto. Evitei olhar-me no espelho. Não suportava ver que aquele brilho no olhar havia se perdido ao longo dos anos. 
    Peguei a roupa em cima da poltrona, tomei um banho e vesti-a. Apanhei as chaves do carro na mesa ao lado da cama e corri para a garagem. Antes de tocar no volante, respirei fundo. Tentei deixar a tristeza e a nostalgia para trás, lá embaixo do travesseiro ou misturado aos cobertores. Precisava me acalmar. Afinal, umas duas dúzias de crianças me esperavam na biblioteca, ansiosas para conhecer a história do dia. 
    E, para falar a verdade, um pouco de ficção era tudo o que eu precisava para fugir, nem que por algumas páginas, da realidade em que me meti.
  • Um dia fora da rotina, um caminho diferente e um cobertor surrado

    O dia já estava acordado há muito mais tempo que eu. Levantei-me da cama e deixei o cobertor jogado de qualquer jeito. Não importava se meu pai iria implicar comigo depois. 
    Coloquei uma roupa qualquer, peguei a bolsa em cima da cadeira e saí sem comer nada. Já tinha decidido que o dia iria ser diferente e ninguém poderia mudar isso. 
    Modifiquei o percurso de casa para o trabalho. Peguei um ônibus diferente daquele de todo dia. Na verdade, precisei pegar dois… E cheguei bem atrasada por isso.
    Recebi uma bronca do meu chefe e segui com minhas tarefas. Antes de começar a preencher aquela papelada super chata, fui até a sala onde ficavam algumas tralhas do escritório e peguei a cadeira com forro verde. Ninguém gostava dela por ser diferente das demais. Para mim, isso é o que a tornava tão especial.
    Peguei meu espelho na bolsa e encontrei meu batom vermelho bem no fundo. Abri-o, passei em meus lábios e conferi o resultado. Ótimo.
    Prossegui com o resto dos papéis e resolvi mudar minha rotina outra vez. Baguncei tudo e tirei da ordem. Quem se importava se eu fosse começar pelos arquivos da semana passada ou do dia anterior? Eles seriam feitos de qualquer forma. Mas me senti especial por isso. Dane-se.
    Abri a gaveta a procura de uma caneta e encontrei uma tiara há muito tempo abandonada ali. Ela era bem colorida e deve ter pertencido a uma prima mais nova. Lembro que a usei um dia para vir ao trabalho, mas acabei tirando-a por receber muitos olhares tortos. Com um sorriso no rosto, coloquei-a sobre meus cabelos.
    Meu expediente continuou assim, com tudo fora da rotina. Visitei as mesas dos meus colegas de trabalho, sempre com um sorriso de lábios vermelhos. A cada visita, entregava-lhes um papel diferente. As vezes, correspondia ao dia anterior. Outros, ao mês passado. Eles olhavam perplexos para as datas e depois voltavam às suas tarefas. Ou, na pior das hipóteses, chegavam à minha mesa com uma dezena de palavrões e blá blá blá.
    Saí do 9º andar e desci pelas escadas. Esbarrei em pessoas que nunca tinha visto em todos os 12 anos que trabalhava ali. Cada vez que encontrava um rosto novo, dava um sorriso. Recebi uns 2 em troca. 
    Na volta para casa, fui andando. Eu morava depois de umas cinco quadras. Parece muito… Mas hoje estava tudo estranho, então fui sem reclamar. Antes mesmo de chegar, parei em umas duas padarias (que não conhecia) e comprei cupcakes e sorvete de pistache. Duas coisas que eu nunca tinha experimentado.
    À noite, liguei a TV em um canal qualquer de filmes. Terminei meu dia com uma história de comédia romântica. Depois entrei no quarto, peguei o cobertor e guardei-o no armário. Lá dentro, no fundo, encontrei um outro surrado, antigo e vermelho. 
    Deitei na cama e me embrulhei com o cobertor que usava há uns 5 anos. Senti-me mais confortável que nunca, do mesmo jeito que me senti ao mudar minha rotina e aplicar à ela coisas que sempre quis fazer e usar. No fundo, eu sabia que aquele dia não tinha nada demais. Também sabia que ele nunca iria se repetir… Mas também sabia que, antes mesmo de cair no sono, eu devia registrá-lo. Assim, lá no futuro, quem sabe eu posso encontrar esse texto bobo e fazer uso dele, novamente, como faço agora do meu antigo cobertor. 
  • Conflitos de uma paixão: capítulo 2

    Leia o primeiro capítulo.

    Conheci Matthew na universidade. Ele era veterano em Música. E eu, caloura de Letras. Como diziam: ele tinha a melodia e, eu, as palavras. Era a melhor maneira de nos descrever na época. 
    Não havia um casal de amigos mais ligados que nós. Nossa amizade começou no primeiro dia, assim que esbarrei em suas coisas e deixei seu violão cair. Após xingar baixinho, Matt me ajudou com meus livros. E, na desculpa de me guiar para encontrar minha sala, ele me acompanhou pelo campus. Conversamos sobre tudo. Tudo, mesmo. Era como se eu já o conhecesse há anos. 
    Nossa amizade continuou após Matt se formar. Continuamos nos vendo fora dos corredores e além dos intervalos. Seus problemas eram meus problemas. E um deles se tornou, literalmente, meu. 
    George, seu pai, sempre foi apegado aos negócios. Preocupado com o andamento da empresa de sua família, George queria, mais que tudo, um neto. Sua saúde não ia bem. Assim como o medo de perder a herança que recebeu. 
    Matthew era filho único. E, como garantia, George precisava de um neto. Só assim, segundo ele, seu “reinado” poderia ser passado ao filho. Claro que, assim como eu, Matt achava tudo isso uma tremenda bobagem. 
    Porém, George estava pior a cada dia. Espalhava aos quatro cantos da casa que, antes de morrer, necessitava conhecer seu pequeno herdeiro. Queria mais que tudo – até mesmo que saúde – que Matthew tivesse um filho. 
    É aí que entro na história. 
    E é aí que minha paixão – mesmo que confidencial – arruína tudo. 
    Matthew estava desesperado. Queria se livrar da ideia maluca do pai. Mas, por outro lado, também queria deixá-lo partir feliz. Ele sabia que a morte de George era inevitável. Seu coração já não aguentava mais e, a cada dia, sua aparência piorava. Os dois ataques cardíacos haviam acabado com o pai. Até Matt, que sempre vivera sorrindo e cantando, tinha uma aparência mais doentia. 
    Era pressão para todos os lados. 
    Matt queria agir logo. Desesperado, ligou para a escola onde eu estagiava. Após o fim do meu expediente, encontrei-o em um pub no centro da cidade. Matthew estava exausto, sonolento e, principalmente, nervoso. 
    Não me lembro de suas palavras exatas. Apenas consigo lembrar de seus olhos cheios de lágrimas, suplicantes. 
    Seu pai queria um neto. 
    Matt queria ver seu pai feliz. Seja onde estivesse e seja como fosse. 
    Eu queria que meu melhor amigo tivesse uma solução para esse problema. 
    E a solução apareceu. A solução era eu. Eu e uma inseminação artificial que, apesar das complicações, me deu o melhor presente do mundo: Rupert Brown.
  • Conflitos de uma paixão: Capítulo 1

    Leia o prólogo.

    Tive uma noite difícil. Sonhos complicados. Sonhos que, na verdade, são partes de meu passado. 
    Aquele passado que te marca para sempre. 
    Tentei fechar os olhos e me forçar a dormir. Besteira. Meus 25 anos parecem que não me ensinaram nada sobre mim. Pesadelos não se curam com sono. Afinal, sono é a última coisa a aparecer após um sonho ruim. Pelo menos é assim comigo. 
    Desisti de não pensar naquelas cenas que minha mente fez o favor de relembrar. Incrível como alguns anos fazem toda a diferença. E, na minha vida, eles carregam muito mais que decisões difíceis. Guardam muito mais. 
    Não queria pensar no sonho. Ou pesadelo. Ainda não sei como chamá-lo. 
    Na verdade… Às vezes me sinto confusa. Não tenho certeza se o passado foi tão ruim. Não tenho certeza se minhas lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto por arrependimento ou por nostalgia. Ou pelos dois. 
    Queria me obrigar a não lembrar de tudo. Mas é impossível. 
    Voltei minha vida há, pelo menos, três anos. Não tem como não sentir falta daquilo. Ou ter vontade de voltar e mudar tudo. Essa minha fase passa por meus olhos a cada vez que vou dormir. Não admito que sinto falta. Este é um segredo meu. E só meu. 
    Enquanto penso em um momento mais feliz que este, Matthew se levanta da cama. Como sempre, seu lado se torna só mais um espaço vazio. Apenas mais um, entre tantos outros que se formaram ao longo dos anos. 
    Anos que se passaram sem que eu percebesse. E é incrível como, às vezes, ainda sinto que vivo neles. Lá no passado, onde Matthew e eu éramos algo mais que hoje.
  • Contando uma canção: Tentando ter você de novo

    Entrei em um táxi, apressada, apenas com um pensamento em mente. Entreguei um dos papéis que estava em minha mão ao motorista e pedi que me levasse àquele endereço. Ele assentiu e ligou o carro.
    Sabia que a viagem não era curta e foi com impaciência que passei todos aqueles minutos. Enquanto outros carros corriam lá fora, tentei lembrar dos últimos minutos que passei ao lado de Daniel. Gritos, lágrimas, adeus… Erros. Sempre eles.
    Tentei ignorar suas razões. E eu sabia que elas eram muitas. Não consegui conter o choro enquanto corria – desesperada – para sua casa, tentando fazê-lo voltar mais uma vez. 
    Automaticamente, lembrei de nossos momentos juntos. Minha mente se encheu de lembranças de dias melhores, onde escrevíamos nossos nomes na areia da praia ou até corríamos para o mar. Sorri com todas essas memórias que, se tivesse azar, seriam apenas isso. Memórias.
    O carro parou no semáforo. Ansiosa, não conseguia parar de balançar os pés. Eu queria chegar na casa de Daniel logo. Eu precisava dizer tudo o que estava guardado… 
    Indiquei um atalho ao motorista e ele seguiu sem falar nada. Depois de alguns minutos (que me pareceram horas), cheguei à porta de Daniel. Paguei o taxista, desci do carro e respirei fundo. Já estava ali, agora era só fazer o que preparei durante o caminho inteiro.
    Bati na porta três vezes antes de, finalmente, Daniel vir ao meu encontro. Ele me olhou de um jeito estranho, uma mistura entre raiva, mágoas e um sorriso forçado. Tentei retribuir antes de entrar na sala.
    – O que faz aqui, Mary? – perguntou. 
    Hesitei por um instante e me fiz a mesma pergunta. Antes de responder, respirei fundo novamente. Por qualquer coisa, eu poderia cair aos pedaços ali mesmo.
    – Vim pedir desculpas. – olhei em seus olhos antes de completar – Estou arrependida, Daniel.
    Ele ignorou e virou para o lado. Cheguei mais perto e coloquei um papel em sua mão. Ele apertou-o antes de abrir e leu em voz alta:
    Eu estava invadindo seus segredos? Eu estava perigosamente perto? Você está me afastando quando eu quero entrar.

    Em sua voz, tudo pareceu mais idiota do que já era. Minha vontade era sair correndo, dizer-lhe que era um engano e que eu não deveria nem estar ali. Mas não conseguia… Se fizesse isso, estaria mentindo.
    – Mary… – disse, olhando para o fundo da sala – Eu não sinto nada por você. Nada mais. Vá embora… Me esqueça. Você merece alguém melhor e sabe disso.
    – Então você vai me deixar agora? – perguntei, quase desabando. – Logo agora quando mais preciso de um alguém? De você?
    Daniel não respondeu. Apenas pegou minha mão, beijou minha testa e me levou até a porta. Antes de fechá-la, devolveu-me o papel que havia lhe entregado. Fiquei ali parada por alguns segundos até me dar conta de que tudo isso não tinha adiantado em nada.
    O tempo tinha mudado. Agora uma chuva gelada cobria meu rosto. Andei pelas ruas apenas deixando aquelas gotas purificarem os sentimentos confusos que estavam dentro de mim no momento. Finalmente, após algumas esquinas vazias, encontrei um taxista. Dei-lhe meu endereço e fui embora. 
    Antes mesmo de passar duas ruas, meu rosto se encharcava de lágrimas. Lágrimas cheias de dúvidas sobre os sentimentos verdadeiros de Daniel… Sentimentos estes que eu nunca vou conhecer.
    Contando uma Canção nasceu enquanto escutava exatamente a música que me inspirou no texto (Too close for comfort do McFLY). Imaginei uma história assim e, de repente, lá estava eu escrevendo-a com base na canção. Então pensei como seria legal ler histórias baseadas em músicas que os leitores curtem… E daí nasceu a tag!
    Para participar é fácil: 
    ♥ 1. Escolha uma canção qualquer. Ela pode ser internacional ou nacional e falar sobre qualquer assunto.
    ♥ 2. Poste em seu blog/Tumblr um conto ou crônica ou texto inspirado na música. Não é obrigatório, mas tente colocar um ou dois trechos da canção e seguir o que ela conta. Você pode acrescentar fatos, ocultar alguns… O importante é manter a essência. Ah, e o título não precisa ter o mesmo nome da música, viu?
    ♥ 3. No final do post, cole a frase: “Eu amo esta música (nome – intérprete) e me inspirei nela para a tag Contando uma Canção do blog Julie de Batom” (não esqueça de deixar o link). Substitua o que está entre os parênteses pelo nome da música e quem a interpreta. Por exemplo: Too close for comfort – McFLY.
    ♥ 4. Comente NESTE post com os seguintes dados: seu nome, o nome do seu texto e o link dele.
    ♥ 5. Serão escolhidos DOIS textos que serão postados no JDB, cada um em uma semana.

    Vale lembrar que a tag acontece a cada duas semanas. Ou seja: vocês podem enviar seus textos até 10 de novembro. 

    E vocês? Curtiram a novidade? Vão participar, né? Conta pra gente!
  • Conflitos de uma paixão: Prólogo

    Toda história possui um conflito. Sabe, isso acontece em qualquer lugar: livros, contos e, principalmente, vida real. Às vezes o conflito não se resolve. Por outras, sai do singular e entra no plural. E, claro… Mistura-se com outros e forma conflitos maiores. 
    Mas não há conflito mais complexo que uma paixão e suas consequências. Ela nos cega. Torna tudo estranho. Faz com que o mundo vire de cabeça para baixo. Ou, pelo menos, sentimos que é assim. 
    E quer saber? A vida é cheia de conflitos. Talvez porque, em uma metáfora totalmente idiota, a vida seja o conflito principal. 
    Conflito este que, deixo claro aqui, nem sempre precisa ser algo ruim. Apenas precisa sair do comum, do normal. E, cá entre nós… Qual vida consegue seguir um rumo fixo, pré-determinado e, na medida do possível, sem nenhuma anomalia?
    Da autora: Já faz algum tempo que estou escrevendo essa história. Depois de muito refletir se iria ou não postá-la aqui no blog, resolvi optar por sim. Creio que é algo bem diferente do que estou acostumada a escrever, mas mesmo assim, estou adorando. Já tenho vários capítulos prontos e pretendo postar dois por semana (um capítulo às quartas e outro aos sábados). Espero, do fundo do meu coração, que vocês curtam Conflitos de uma Paixão tanto quanto eu. Vejo vocês no primeiro capítulo! <3
  • A vida em foco

    Eu procurei por muito tempo. Vasculhei em todos os cantos. Meti-me por caminhos desconhecidos e me perdi tentando encontrar alguma coisa que fizesse tudo valer a pena. Dei muita razão para o amor e esqueci de aproveitar o que estava a minha volta.
    O tempo passou. Deixei o mundo me guiar e os sentimentos foram ao meu lado. Nas estradas que percorri, apenas consegui contemplar um borrão de várias cores que ficaram para trás sem ter nenhum sentido. Meus dias passaram a ser assim: desfocados. Como se eu tivesse perdido meus óculos há muito, muito tempo.
    Perdi a vida tentando encontrar um motivo para vivê-la. Deixei de ser feliz para encontrar a felicidade. Ou, pelo menos, o que achei que fosse a minha. Não aproveitei a tranquilidade das estradas e tampouco descansei da viagem sob uma árvore e sombra fresca. A vontade de terminar o caminho deixou-me por completo… Eu não queria mais chegar ao final. Agora a única coisa que importava era aproveitar os meios.
    Parei de procurar e comecei a me surpreender. Aprendi comigo mesma – e com todos os erros que cometi – a não criar expectativas. Aprendi a não achar que o amor estava nos lugares que pensei que estaria. Cansei de correr atrás dele. Comecei a esperá-lo e a deixar que, pelo menos uma vez, ele viesse atrás de mim. E com tudo isso (e mais umas feridas nos joelhos com tantos tombos) entendi que, quando as coisas aparecem ao acaso, elas são mais sinceras. E duram bem mais.
    Também passei a aproveitar cada minuto. Abandonei meus medos e preparei meus escudos. Passei a não me importar com as feridas. Pelo contrário: atribui uma história à cada uma delas sem me preocupar em curá-las. E sem me preocupar se eram machucados visíveis ou não.
    Tudo isso me ensinou que o tempo sempre estará certo e que, quando algo não é para acontecer, não adianta forçar. O destino sabe o que fazer com as escolhas que tomamos. É só depois de muitas lágrimas e muitos tombos que reconhecemos sua razão. E, consequentemente, é só depois de quebrar (muito) a cara que o tempo nos mostra do quanto ele nos livrou.
    E, assim, deixei de passar pela vida apenas com uma visão borrada dela. Ajustei meu foco, preparei meus sentidos, fiz as malas e saí por aí a procura de tudo o que perdi. Só que, desta vez, registrando tudo e sem deixar nada me escapar.
    Da autora: este texto foi escrito para o De Ponto em Conto, um blog criado por mim e mais três colegas da faculdade. A ideia é praticar tudo o que aprendemos em sala de aula. Então, vocês podem esperar por muitos contos, crônicas, textos e coisas do tipo. A equipe está bem diversificada e atende a todos os gostos. Espero que vocês passem por lá e confiram o que já postamos. Beijos, Julie <3
  • Nossas idas e voltas

    As vezes acho que nós nunca vamos dar certo, sabia?
    Lembro da primeira vez em que nos conhecemos. Você estava vestindo a camisa que, mais tarde, eu descobriria ser a de sempre. Eu estava usando minhas manias e meu batom favorito. Nós dois estávamos deslocados. Opa! Primeira coincidência.
    Desde então nós descobrimos outras. E com elas vieram as diferenças, também. Você curtia aquelas músicas que meu vizinho colocava no último volume. Eu odiava todas elas. Eu tinha um vício por livros. Você nunca se importou com eles. Você era o tipo perfeito de garoto que não liga pra nada. E eu vivia em uma montanha russa que não parava de mudar de altitude.
    E nem todos esses motivos eram capazes de evitar os beijos após as discussões. Era assim sempre. Eu gritava. Você tentava me acalmar. Eu ficava louca. Aí seus lábios encontravam os meus e eu nem lembrava mais o motivo de tantos palavrões.
    Nós poderíamos continuar assim, seguindo em frente e tentando dar certo. Mas às vezes sinto que temos mais motivos para ir do que para voltar. As voltas se tornaram menos frequentes que as idas. E amor não se resolve em um vai e vem. Ou vai. Ou vem.
    As nossas idas e vindas são improváveis. Eu vou. Você me puxa de volta. E nós nunca conseguimos entender o que, afinal, falta para nos levar em frente. Nós dois. Juntos. Assim como um só.
    Só que, a cada vez que retorno para seus braços, parece que meu coração se estufa e sente que nunca mais vai estar tão confortável assim. É como se eu não pudesse viver sem saber que sempre terei para onde voltar.
    É… As vezes acho que nós nunca vamos dar certo.

    Aí vem você e rouba de mim o que ninguém nunca conseguiu ter. Meu coração.
  • O lado bom de ser criança

    Todas as fases da vida são marcadas por momentos bons e ruins. É normal né? Mas, sabe… É incrível como a infância consegue ter mais lembranças boas do que qualquer outro período da vida!
    Lembro que, nesta época do ano, eu já estava ansiosa para ganhar uma nova filha. Ficava o mês inteiro pensando em qual boneca da TV eu iria pedir. E, no final, acabava – quase sempre – optando por outra coisa.
    Isso sem contar os momentos que eu passei com os amigos. Seja jogando queimada, seja se escondendo ou até espalhando brinquedos pelo quarto. É impressionante como, em apenas alguns minutos, a gente viajava para outra realidade. Às vezes, eu era a madame da casa. Outras, a irmã boazinha. Minhas amigas e eu nunca éramos nós… E sim quem queríamos ser, sem preconceitos nem medos.
    E ainda tem aquela inocência. Sabe, às vezes sinto falta dela e do lado criança. Sinto que as pessoas, hoje em dia, precisam disso. Estamos tão preocupados em chegar à escola no horário certo, pagar as contas no fim do mês e querer ser quem não somos. E, com tudo isso, deixamos de lado o que devia ser o mais importante: a felicidade e o prazer de viver.
    Então, neste dia 12 de outubro, não comemore apenas com uma foto de alguns anos atrás no perfil no Facebook. Receber curtidas e comentários é legal. Compartilhar seu rostinho fofo – que mudou (ou não) – também é. Porém, antes de tudo, use esse dia para relembrar o que ficou para trás e você sente falta. Alguns momentos da vida não voltam… Mas isso não significa que não podemos trazer para nosso dia-a-dia algumas sensações e características que são marcas dessa etapa (tão linda!) da nossa vida.
    Então… Vamos reencontrar esse lado criança e atribuí-lo ao nosso modo de viver e de enxergar o que está ao nosso redor?
    Este texto foi escrito para o grupo Depois dos Quinze no Facebook por ideia da Natalia Gonçalves. Postei lá no grupo e tive que trazer para cá, pois curti muito o resultado. Ah… E sim! A bebê da foto sou eu hahahaha.