
Tag: nós
-
Você poderia…
Hoje eu resolvi ouvir meu coração depois de muito tempo tentando calá-lo. E sabe qual foi a primeira coisa que ele sussurrou? Seu nome. Inteiro. De frente para trás e de trás para frente. Sussurrou uma ou duas vezes. Depois, começou a gritá-lo como se, assim, pudesse afundá-lo ainda mais no buraco que meu peito se tornou. Caramba, cara. Você ainda causa estrago em mim. Mesmo depois de tanto tempo…Senti sua falta hoje depois que escutei aquela música presente em uma das nossas mensagens. Aliás, adicione as mensagens à saudade, também. Olhei meu celular, meu Facebook e até o tal do MSN. Senti você por lá. Por aqui. No coração e nas marcas que ficaram em minha pele.Ouvi sua voz, senti seu toque e posso até jurar que você estava por perto. A-há. Pegadinha do coração. Saudade tem essa mania de colocar perto da gente as lembranças de quem está muito longe no momento. Saudade tem essa mania de viver no passado. Que droga. Logo agora que eu podia jurar que já tinha o pé lá no futuro.Lembrei de você mais do que deveria. Dei permissão que meu coração falasse e agora ele não consegue calar a boca. Estou parecendo você quando me mandava ficar quieta por uns minutos só para ver minha cara de brava. Ops. Acho que agora entendo como isso é irritante.As lembranças abriram um buraco no lugar que imaginei estar inteiro depois que você se foi. E voltou. E se foi de novo. Impossível não querer saber se, um dia, esse vai e volta irá terminar. Ou você aqui ou você por lá. Com os sentimentos nos unindo ou, finalmente, com eles nem existindo mais.Só quero saber se, lá na frente, tudo isso vai acabar e, de uma vez por todas, virar um romance. Um livro, talvez. Sabe… Nós dois. Você vai ser o protagonista daquela história de amor que, no futuro, vou contar aos meus netos. Se o destino der uma mãozinha, eles poderão ser nossos, é claro.E você bem que poderia estar ao meu lado quando vários olhinhos curiosos nos olhassem para saber o que aconteceu até ali. Você poderia ser o cara ao meu lado, rindo com nossos desencontros e segurando minha mão nas piores partes. Você poderia ser o cara ao meu lado quando eu dissesse, com lágrimas nos olhos, como o destino foi injusto com nós dois. Você poderia estar ao meu lado agora e no futuro. Sabe, como dizem por aí: para sempre.Você poderia estar ao meu lado quando, com as bochechas rosadas, eu olhasse para àquelas crianças e dissesse que nossa história ainda não teve fim. Porque o primeiro, o grande e único amor da minha vida está ali ao meu lado. Rindo, como sempre fez. Contando uma piada sem graça – mas que me arrancaria um riso só por ouvir sua voz. E tocando minha mão ao dizer que, mesmo depois de tanto tempo, o mais importante restou. Amor. -
Minhas lembranças de você
Que droga de mania que a vida tem de testar a gente. Ela traz e leva lembranças com uma facilidade incrível. Aí vem a saudade… As vezes, aparece depois de uma música. Ou de um texto. Ou de um encontro casual. Ou de tudo. Vira bagunça, vira confusão. Vira ferida.É, cara. Lembrei de ti outro dia desses. Não de como te vejo agora, andando na rua como se eu fosse só mais uma entre tantas. Mas do jeito que eu te via antes. E do jeito que você me via antes. Sendo a única. A “é ela”. Acho que você já esqueceu disso tudo.Eu tenho essa mania boba de escrever sentimentos. E escrevi tanto sobre você (e sobre nós, é claro) que não consigo te deixar ir. Pelo menos, não nas lembranças. Você aparece nas músicas da sua banda favorita quando eu insisto em escutá-las. Você aparece nos textos do meu antigo blog quando não tenho o que fazer e começo a reler tudo o que já escrevi. Você aparece na conversa quando encontro algum amigo seu. Você aparece até nos lugares mais estranhos que já visitei. Preciso dizer que minha cabeça é uma delas? Espero que não.Lembro de você quando seu sorriso era motivo do meu. E vice versa. E vice versa de novo. Lembro de você quando o dia era perdido se não tivesse, pelo menos, um SMS novo. Lembro de você quando a sorveteria era nosso ponto de encontro. Lembro de você quando trocou de óculos e eu dei risada do seu novo look. Lembro de você quando minhas amigas riam de nós. Lembro de você quando brigou com o garoto da sala que me machucou. Lembro de você quando ficou todo fofo ao me escutar cantando em inglês. Lembro de você quando não era um estranho. Quando não era só um cara do passado. Lembro de você quando era o único.Outros caras apareceram depois, assim como outras “elas”, depois de mim, chegaram em sua vida. Outros caras pareceram que seriam os únicos. E, assim como você, não foram. Outros caras quase tiveram meu coração como você o teve. Mas não foi tão fácil depois de você. Sabe, primeiro amor sempre marca, principalmente quando é tão forte. O sentimento já se foi, mas as lembranças ficam. Não porque é você, mas porque, um dia, foi alguém. Coração maluco. Não te ama mais, mas se recorda de tudo que passou.É, cara. Lembro de você com mais detalhes do que eu poderia imaginar. Mas lembro de você, acima de tudo, sendo aquele garoto amigo de uma amiga de infância que, no primeiro dia de aula, virou um contato no MSN. Que, na semana seguinte, já era protagonista dos meus sonhos e histórias. E que, hoje, faz uma falta danada. Não do mesmo jeito de antes, é claro. O mundo dá voltas e a vida muda toda hora. Mas sinto saudades das nossas conversas descontraídas. Acima de tudo, nós éramos amigos. E é isso que mais me dá nostalgia.E eu prefiro deixar para lá o fato de que, agora, a gente não passa de amigos. Só que apenas no Facebook… -
A volta do meu coração
– Até amanhã, Carol!Dei dois beijos na bochecha da Paloma e segui para um banco próximo à saída da universidade. Assim que cheguei, apoiei os cadernos e livros em cima dele e organizei todos na bolsa. Preferia o peso nas costas do que aquele volume nos braços.Assim que arrumei meu material, levantei e segui para a saída. Tirei a carteirinha do bolso e, antes de passar pela catraca, olhei para os lados só por mania boba. Me arrependi na mesma hora de ter feito isso.Lá estava ele. Julio. Estava rindo com uma garota que nunca vi na vida. Caramba! Eu não tinha jurado a mim mesma que não sentia nada por ele? Por que aquilo mexia tanto comigo?Enquanto eu pensava, a garota ria de alguma coisa que ele falou.Com muito sacrifício – e muita vontade de ir lá interromper o papo com qualquer bobeira sobre as aulas -, saí da universidade. Apressei o passo na esperança de que, mesmo que o Julio saísse ao mesmo tempo, eu ainda conseguisse alguma vantagem.Segui em frente apenas me concentrando em colocar um pé na frente do outro. Depois de alguns passos, percebi que meu tênis estava desamarrado. Droga!Abaixei e me encostei no meio fio para amarrar o cadarço. Mentalmente, agradeci por ter guardado tudo na bolsa. Seria um trabalho tão grande se eu ainda estivesse com todos aqueles livros na mão…– Carol? – Perguntou uma voz atrás de mim.Não! Não! Mil vezes não! Não aquela voz. Não aquele rosto que, se eu virasse, estaria tão próximo. Não pode ser!Tentei forçar o melhor sorriso que pude. Falhei. Não encontrando outra saída, falei sem nem olhar no rosto dele.– Oi, Julio. – Respondi, sem entusiasmo.Sem mais cadarço para prender minha atenção, me vi obrigada a levantar. Merda! Eu não queria ir embora com ele. Não depois daquilo e não depois dos meus sentimentos se fragilizarem daquele jeito.Queria tanto ter uma desculpa para virar naquela próxima rua…Seguimos andando em silêncio. Pelo menos, eu estava. O Julio continuava com umas conversas que, sinceramente, não lembro nada. Era uma mistura de provas com trabalhos e um resumo sem muitos detalhes sobre as férias.A Carol de alguns meses atrás iria se importar com cada detalhe. Isso era bom, né? Pelo menos, minhas defesas continuavam intactas. Em parte.Quando dei por mim, Julio estava segurando minha mão como se fosse a coisa mais natural possível. Estávamos andando assim, juntos, como um casal. Será que ele não se tocava no quanto isso era ridículo?– Acho que os calouros são legais. Conversei com alguns hoje e gostei de algumas ideias. Poderíamos fazer uma festa de confraternização, o que acha?– Por quê? Quer conhecer melhor as suas amiguinhas?- Respondi, soltando minha mão da dele. Com sua pele longe da minha, ficou tão mais fácil pensar!– Não, Carol… – Respondeu, confuso. Ele olhou para nossas mãos separadas e continuou com o olhar baixo.– Ok, Julio. – Rendi-me. – Desculpa, falei besteira. Só estou nervosa com umas coisas… – olhei seu rosto e, automaticamente, sem nem pensar, peguei sua mão.Ele sorriu e continuamos andando por aquela rua que guardava tantas lembranças. Eu não conseguia pensar em nada para completar o silêncio. Só em uma coisa…– Julio? – Chamei-o. – Você não acha que isso – levantei nossas mãos juntas – dá a impressão errada do que realmente somos? – Olhei seu rosto a procura de alguma mágoa. Só encontrei constrangimento.Ele não respondeu e minha curiosidade não iria se contentar com aquilo. Insisti.– Por que você insiste em andar comigo assim? – Desta vez, não precisei levantar nossas mãos para que ele entendesse sobre o que eu estava falando.Ele demorou alguns segundos para responder. Finalmente, olhou para mim e disse:– Isso é bom. – Sorriu. – E você é melhor nisso do que imagina.Opa. Minha vez de ficar constrangida.Prosseguimos nosso caminho. Uma parte de mim estava louca para chegar em frente ao prédio dele (onde, normalmente, nos separávamos). Outra parte queria que o prédio nunca chegasse. Era tão bom ficar assim, tão próxima dele…Depois de alguns minutos de silêncio e uns poucos assuntos, chegamos em frente ao edifício marrom onde Julio morava. Ele se demorou por alguns segundos e continuou com nossas mãos unidas.Ele estava quieto, ansioso. Não sei o que me deixou assim também. Estávamos tão próximos. Tão… Tão ali, a só um inclinar de rostos.Quando dei por mim, meus lábios estavam encostando nos dele. Julio soltou nossas mãos e me abraçou forte, unindo nossos lábios mais umas duas ou três vezes.Antes de me dizer um “até amanhã”, Julio deu o sorriso mais lindo e sincero que já vi. Entrei no táxi que me levaria para casa ainda pensando no que acabara de acontecer. Minha mente continuava confusa, apesar das perguntas serem diferentes agora. E meu coração… Bom, esse aí não tinha mais jeito. Era como se ele estivesse longe, voltando só agora. Era como se, novamente, eu pudesse senti-lo dentro de mim, batendo numa intensidade louca.Intensidade essa que pensei que nunca mais sentiria de novo. -
Contando uma canção: Tentando ter você de novo
Entrei em um táxi, apressada, apenas com um pensamento em mente. Entreguei um dos papéis que estava em minha mão ao motorista e pedi que me levasse àquele endereço. Ele assentiu e ligou o carro.Sabia que a viagem não era curta e foi com impaciência que passei todos aqueles minutos. Enquanto outros carros corriam lá fora, tentei lembrar dos últimos minutos que passei ao lado de Daniel. Gritos, lágrimas, adeus… Erros. Sempre eles.Tentei ignorar suas razões. E eu sabia que elas eram muitas. Não consegui conter o choro enquanto corria – desesperada – para sua casa, tentando fazê-lo voltar mais uma vez.Automaticamente, lembrei de nossos momentos juntos. Minha mente se encheu de lembranças de dias melhores, onde escrevíamos nossos nomes na areia da praia ou até corríamos para o mar. Sorri com todas essas memórias que, se tivesse azar, seriam apenas isso. Memórias.O carro parou no semáforo. Ansiosa, não conseguia parar de balançar os pés. Eu queria chegar na casa de Daniel logo. Eu precisava dizer tudo o que estava guardado…Indiquei um atalho ao motorista e ele seguiu sem falar nada. Depois de alguns minutos (que me pareceram horas), cheguei à porta de Daniel. Paguei o taxista, desci do carro e respirei fundo. Já estava ali, agora era só fazer o que preparei durante o caminho inteiro.Bati na porta três vezes antes de, finalmente, Daniel vir ao meu encontro. Ele me olhou de um jeito estranho, uma mistura entre raiva, mágoas e um sorriso forçado. Tentei retribuir antes de entrar na sala.– O que faz aqui, Mary? – perguntou.Hesitei por um instante e me fiz a mesma pergunta. Antes de responder, respirei fundo novamente. Por qualquer coisa, eu poderia cair aos pedaços ali mesmo.– Vim pedir desculpas. – olhei em seus olhos antes de completar – Estou arrependida, Daniel.Ele ignorou e virou para o lado. Cheguei mais perto e coloquei um papel em sua mão. Ele apertou-o antes de abrir e leu em voz alta:– Eu estava invadindo seus segredos? Eu estava perigosamente perto? Você está me afastando quando eu quero entrar.Em sua voz, tudo pareceu mais idiota do que já era. Minha vontade era sair correndo, dizer-lhe que era um engano e que eu não deveria nem estar ali. Mas não conseguia… Se fizesse isso, estaria mentindo.– Mary… – disse, olhando para o fundo da sala – Eu não sinto nada por você. Nada mais. Vá embora… Me esqueça. Você merece alguém melhor e sabe disso.– Então você vai me deixar agora? – perguntei, quase desabando. – Logo agora quando mais preciso de um alguém? De você?Daniel não respondeu. Apenas pegou minha mão, beijou minha testa e me levou até a porta. Antes de fechá-la, devolveu-me o papel que havia lhe entregado. Fiquei ali parada por alguns segundos até me dar conta de que tudo isso não tinha adiantado em nada.O tempo tinha mudado. Agora uma chuva gelada cobria meu rosto. Andei pelas ruas apenas deixando aquelas gotas purificarem os sentimentos confusos que estavam dentro de mim no momento. Finalmente, após algumas esquinas vazias, encontrei um taxista. Dei-lhe meu endereço e fui embora.Antes mesmo de passar duas ruas, meu rosto se encharcava de lágrimas. Lágrimas cheias de dúvidas sobre os sentimentos verdadeiros de Daniel… Sentimentos estes que eu nunca vou conhecer.Contando uma Canção nasceu enquanto escutava exatamente a música que me inspirou no texto (Too close for comfort do McFLY). Imaginei uma história assim e, de repente, lá estava eu escrevendo-a com base na canção. Então pensei como seria legal ler histórias baseadas em músicas que os leitores curtem… E daí nasceu a tag!Para participar é fácil:♥ 1. Escolha uma canção qualquer. Ela pode ser internacional ou nacional e falar sobre qualquer assunto.♥ 2. Poste em seu blog/Tumblr um conto ou crônica ou texto inspirado na música. Não é obrigatório, mas tente colocar um ou dois trechos da canção e seguir o que ela conta. Você pode acrescentar fatos, ocultar alguns… O importante é manter a essência. Ah, e o título não precisa ter o mesmo nome da música, viu?♥ 3. No final do post, cole a frase: “Eu amo esta música (nome – intérprete) e me inspirei nela para a tag Contando uma Canção do blog Julie de Batom” (não esqueça de deixar o link). Substitua o que está entre os parênteses pelo nome da música e quem a interpreta. Por exemplo: Too close for comfort – McFLY.♥ 4. Comente NESTE post com os seguintes dados: seu nome, o nome do seu texto e o link dele.♥ 5. Serão escolhidos DOIS textos que serão postados no JDB, cada um em uma semana.Vale lembrar que a tag acontece a cada duas semanas. Ou seja: vocês podem enviar seus textos até 10 de novembro.E vocês? Curtiram a novidade? Vão participar, né? Conta pra gente! -
Nossas idas e voltas
As vezes acho que nós nunca vamos dar certo, sabia?Lembro da primeira vez em que nos conhecemos. Você estava vestindo a camisa que, mais tarde, eu descobriria ser a de sempre. Eu estava usando minhas manias e meu batom favorito. Nós dois estávamos deslocados. Opa! Primeira coincidência.Desde então nós descobrimos outras. E com elas vieram as diferenças, também. Você curtia aquelas músicas que meu vizinho colocava no último volume. Eu odiava todas elas. Eu tinha um vício por livros. Você nunca se importou com eles. Você era o tipo perfeito de garoto que não liga pra nada. E eu vivia em uma montanha russa que não parava de mudar de altitude.E nem todos esses motivos eram capazes de evitar os beijos após as discussões. Era assim sempre. Eu gritava. Você tentava me acalmar. Eu ficava louca. Aí seus lábios encontravam os meus e eu nem lembrava mais o motivo de tantos palavrões.Nós poderíamos continuar assim, seguindo em frente e tentando dar certo. Mas às vezes sinto que temos mais motivos para ir do que para voltar. As voltas se tornaram menos frequentes que as idas. E amor não se resolve em um vai e vem. Ou vai. Ou vem.As nossas idas e vindas são improváveis. Eu vou. Você me puxa de volta. E nós nunca conseguimos entender o que, afinal, falta para nos levar em frente. Nós dois. Juntos. Assim como um só.Só que, a cada vez que retorno para seus braços, parece que meu coração se estufa e sente que nunca mais vai estar tão confortável assim. É como se eu não pudesse viver sem saber que sempre terei para onde voltar.É… As vezes acho que nós nunca vamos dar certo.Aí vem você e rouba de mim o que ninguém nunca conseguiu ter. Meu coração. -
Uma manhã de inverno
Eram oito e meia quando acordei aquele dia. O tempo lá fora estava gelado. Era a primeira manhã de inverno.Coloquei meu suéter favorito e fui até a cozinha. Bebi um café quente na esperança de aquecer meu corpo em um dia tão gelado. Deu certo. Mas não completamente.O vazio dentro de mim se formou pela madrugada. É, eu sonhei com você. Com nós. E doeu. A saudade é enorme e, a cada dia que passa, só consigo pensar em te ver de novo. Em te contar o que sinto. Assim, na próxima vez, você irá sabendo tudo. Sabendo a verdade.Abandonei a xícara na pia e voltei a deitar. Desta vez, fiquei no sofá, trocando de canal sem perceber onde realmente estava. Você odiava essa minha mania, lembra?Cansei de mexer no controle e deixei em um canal qualquer. Erro meu. Agora um casal se beijava em frente aos meus olhos. Ele tinha seus traços, a cor do seu cabelo e até usava o mesmo penteado. Posso dizer que seus olhos tinham o mesmo brilho. Pelo menos para mim.Impossível segurar as lágrimas quando algo tão forte atravessava meu peito. Essa saudade está me matando aos poucos e queria poder te contar sobre isso. A cada dia, me seguro para não te mandar um SMS ou uma mensagem no Facebook, só para perguntar como você está. Mas não posso. Tenho que te deixar livre. Tenho que te deixar sentindo minha falta. Por mais que isso tudo me mate aos poucos.E eu só espero que, ao te encontrar, algo possa ter sido útil nisso tudo. Que se transforme em força, amadurecimento. Em tudo. Desde que, ao te ver, meu coração possa ser menos burro e meu sorriso, menos óbvio. -
Entrelinhas: Do amor que voa livre
Olá, meu garoto!Vamos nos permitir? É, sou assim mesmo. Vou direto ao assunto sem meios termos. Bem que poderia fazer melhor, mas isso eu não consigo. Poderia chegar à sua frente e dizer tudo o que sinto, de uma vez só, mais não teria tempo suficiente nem ouvido que aguentasse muito menos coração que suportasse. ‘Sinto muito!’ Sinto que estou perdendo a chance de te fazer feliz e de quebra, ser também feliz estando com você.Eu sei que você não tem obrigação de me amar, afinal de contas ninguém é obrigado a nada… Mas e ai? Será se ‘disse me disse’ eternamente? Lembre-se que o tempo não perdoa. Ele passa e não volta mais. O que era pra ser feito HOJE e não foi. AMANHÃ não terá a mesma graça. E eu cansei de viver nas nuvens e quase nunca transformar em realidade o que tanto sonho… Queria que deixássemos o medo de lado, e fôssemos mais livres para escancararmos o que bem quiséssemos.Falar de amor. Tão fácil e tão leve. Como se o medo da rejeição não pesasse como uma imensa rocha sobre nossos ombros. Então eu digo que chega. Eu gosto muito de você e não quero que você escorra pelas minhas mãos, sem eu nem ter tentando de segurar realmente. Mas lute por mim. Faça-me ver que eu também sou importante para você assim como você é pra mim.Beijos.Quem escreveu esse texto?Herlene Santos tem 18 anos e é estudante de Comunicação Social – Jornalismo. É louca por internet, doces, dormir tarde, esmaltes, gatos e bichos fofos em geral. Gosta de muita coisa. E odeia várias outras. Para tentar descobrir mais sobre ela, basta ler seu blog. -
Se hoje fosse o meu último dia
Pensamentos malucos vêm e vão. E eles sempre rendem textos. Ou algo próximo a isso.Enquanto o ônibus corria por aí, eu estava de olhos fechados, escutando Who knows, uma canção da Avril Lavigne que eu adoro. Sem querer, um dos trechos do refrão (“eu vou viver hoje como se fosse meu último dia“) me chamou atenção e me vi pensando nele, mais que o normal.
Imaginei que, realmente, hoje fosse meu último dia. Minha mente se encontrava meio lerda, culpa da noite mal dormida, então peço que perdoem meu momento meio “brisada”. Voltando à música… Comecei a pensar sobre o que eu faria se amanhã tudo se acabasse. Mas só eu saberia disso. O pensamento era meu, eu seria um pouco egoísta.
A primeira coisa que veio em minha mente foi fugir. Não sozinha, mas com alguém. Alguém que, quando você pensa na palavra “alguém”, é o primeiro a aparecer em seu pensamento. O nome veio automaticamente e nem precisei pensar muito.
Eu o chamaria para conversar. Não de qualquer jeito, mas com aquele tom de “preciso-falar-com-você”. Ele entenderia que havia algo a mais. Ou não. Ele é meio lerdo, assim como minha mente estava hoje. Características a parte, falaria tudo o que vocês já estão cansados de ler em meus textos. Só que dessa vez, seria na frente dele.
Então, eu entrelaçaria nossos dedos. Colocaria suas mãos em minha cintura e, enquanto nossas respirações iam se perdendo por aí, beijaria seus lábios. Nós iríamos quebrar nosso beijo com um sorriso e eu o pediria para fugir comigo. Seria egoísta de novo. Eu não iria me importar com o lugar, desde que ele estivesse lá. Nós iríamos curtir o pôr do sol. E viveríamos felizes para sempre. Um sempre curto, mas o suficiente para uma vida. Ou melhor: para meu último dia.
-
Entrelinhas: At first sight
Lembro perfeitamente a primeira vez que te vi, e fiquei fixada naquele seu sorriso. Como alguém pode ser tão lindo logo pela manhã? Simplesmente nunca consigo tirar os meus olhos de você.Parece que estou sonhando quando você diz que eu sou linda, cada vez que percebo que não preciso mais ficar apenas te observando de longe, agora posso te alcançar. É inexplicável como fico extasiada com seu perfume, e isso me deixa toda atrapalhada. Sua forma de não se importar com os meus defeitos e suas despreocupadas mexidas no cabelo me encantam.É possível sentir as famosas borboletas no estômago desde a primeira vez, todos os dias, só por te ver? Porque é o que eu sinto. Nunca desejei tanto poder estar com alguém, como desejo agora… Nunca quis tanto que os finais de semana passassem rápido, só para ver um sorriso. Pensar em você já virou rotina.É bom acordar sabendo que você vai estar lá, sem os metros e a timidez que costumavam nos separar. E espero, com todas as minhas forças, que a cada dia essa distância diminua, até que eu finalmente descubra qual é o gosto do seu beijo. Fico feliz por ter te encontrado. Você é a pessoa certa, na hora certa.Quem escreveu esse texto?Renata Rocha, mais conhecida como Rêe, é mineira, tem 18 anos e é dona do blog Ideias de Menina. Estudante de Letras, pisciana muito sonhadora, louca por maquiagens e sapatos, romântica ao extremo e completamente apaixonada pela Língua Espanhola. Futura professora, dá aulas particulares de Espanhol no tempo livre. Ama escrever, sempre quando pode está escrevendo sobre sentimentos e sobre o amor. Basicamente, uma menina querendo mostrar para o mundo suas ideias e que é capaz de fazer a diferença. -
Aquela aula
Parece que, ultimamente, começo de aula significa sono para mim. Estava tão exausta que a voz da professora servia como canção de ninar para meus ouvidos. Apoiei meus braços na carteira e deitei minha cabeça sobre eles, ainda – tentando – entender algo que a senhorita Veloso ensinava. Era um esforço e tanto da minha parte.– O trabalho de hoje é simples, turma. – Começou a professora – Vou formar duplas e vocês terão que criar um texto sobre as consequências do preconceito para a sociedade. Bom, vamos lá!Demorei alguns segundos para entender o motivo de tanto movimento na sala. Peguei minha bolsa (que a essa hora já estava no chão) e acompanhei meus colegas. Estava procurando minha amiga, Rafaela, quando a professora nos interrompeu.– Eu disse que eu formaria as duplas, pessoal! Quero todo mundo nos seus lugares, vou informá-los seus parceiros em alguns segundos.A senhorita Veloso se escondeu atrás de uns papeis e, momentos depois, levantou-se novamente. Aquilo já estava me dando sono, de novo.Toda a turma recomeçou a se movimentar assim que a voz da professora foi informando quem ficaria com quem. Gritinhos aqui, suspiros de decepções ali e eu quase caindo em minha inconsciência. Até que ela falou minha dupla.– Lia Dourado e Diego Martins. Dupla número 5.Escutar meu nome e o dele ao mesmo tempo foi como um ar gelado em meu rosto quente. Não tinha certeza se era aquilo que ela havia dito e fiquei com medo de levantar. Olhei para o outro lado da sala e ele ainda estava ali, parado, como se não importasse com quem faria a atividade. Diego me olhou, esperando que eu me levantasse ou fizesse algum gesto para que ele se sentasse ao meu lado. Congelei onde estava.A professora ainda me encarava, esperando algo de mim, com certeza. Juntei minhas coisas, levantei e, sob olhar da senhorita Veloso, fui sentar-me ao lado de quem eu deixaria por último na minha lista de parceiros.Diego me olhou, indiferente, e começou a prestar atenção na lousa. A professora escreveu o tema da atividade no quadro, explicou como queria que fosse feito e se sentou.– E então, quem começa? – Diego me perguntou enquanto procurava seu caderno e sua caneta. Ele escreveu seu nome, número e a classe. Depois, empurrou a folha para o canto da mesa, em minha direção. Fiz o mesmo e escrevi meus dados ali, ainda com o olhar baixo.Diego aproximou sua cadeira da minha, talvez porque pensasse que eu não o escutava. Seja lá quais eram suas intenções, permaneci intacta. Até que senti algo grudar em minha cabeça, quente.– Olha, Lia, somos nós no quadro! – Ele riu. – Nossas cabeças estão juntas, parecemos um casal.– É… Parecemos mesmo. – Encarei nossos rostos na lousa, que por culpa da luz, agora refletia algo que lembrava nós dois. Fitei nossas cabeças coladas, querendo rir daquilo ou, quem sabe, acordar do sonho idiota.– Sabe, ver isso faz meu coração doer. – Diego comentou, ainda com sua cabeça colada na minha. Senti seu olhar abaixar.– Por quê? – Perguntei, realmente curiosa.– Porque não ajuda em nada nos ver assim. – Ele voltou a sua posição normal, assim como eu. Nos olhamos e fiquei surpresa com o que ele havia dito. Se não o visse pronunciar as palavras com tanta clareza, pensaria que estava alucinando.Não resisti e, sem me importar se alguém nos assistia, sem ligar para a redação idiota da professora e sem lembrar de que eu evitava sequer olhar para Diego só para não entregar o que sentia, eu uni nossos lábios. Comecei com um selinho, e mesmo sendo tão bobo, meu estômago se encheu de borboletas. Eu nunca o tocara assim, e fazer isso de uma hora para outra, poderia vir de qualquer uma. Menos de mim.– Isso ajuda? – Perguntei, tonta.– Não, não ajuda. – Ele retribuiu o selinho. E, mesmo sem querer, eu sorri. Meus lábios se puxaram automaticamente, assim como minha boca colou novamente na dele.– Acho que ajuda.– Não, acho que isso, sim, ajuda.Diego colocou suas mãos em meu pescoço, me olhou com seus olhos penetrantes e, antes de me beijar, sorriu, do jeito que eu nunca o vira sorrir, não para mim. Sua boca tocou na minha e nossas línguas não demoraram a se encontrar. Não sei quanto tempo ficamos ali, curtindo um ao outro, curtindo o que havíamos descoberto em alguns minutos. Mas nada nos deteve: nem a professora e seus papéis, nem nossos colegas de sala e suas redações.Nós sorrimos um para o outro e sentamos mais perto. Encostei minhas costas em seu peito e ele fechou seus braços por minha cintura. Eu não tinha certeza se aquilo era um sonho. A única certeza que eu tinha era que, se fosse, eu queria permanecer dormindo por muito tempo.– Lia, você vai de transporte escolar? – Perguntou-me, após um tempo.– Não, vou de ônibus. Tenho curso depois daqui. Por quê?– Ah, queria que você fosse comigo. – Lamentou-se. – Ia ser tão bom te ter do meu lado por mais tempo…Eu olhei em seus olhos, sem saber o que dizer. Entrelacei nossos dedos, esperando que esse simples gesto fosse o suficiente para mostrar como eu queria aquilo também.Diego puxou nossas mãos para seu coração e me beijou novamente. E enquanto nossas línguas se reencontravam, minha mão sentia o calor da mão dele. Era como uma cena de um filme: tudo perfeito, sem nada que pudesse nos atrapalhar. E, como complemento, nossos corações agiam como trilha sonora, deixando tudo mais perfeito… Deixando tudo se explicar.______________________________________________________________________Da blogueira: Quero que me perdoem pelo texto bobo, enorme, romântico e meloso. Na verdade, só reescrevi um sonho que tive esses dias (que me inspirou para este texto também). Eu queria guardá-lo e transformar tudo isso em conto foi o melhor que pude fazer. Não sou boa para lembrar de meus sonhos quando acordo, mas grande parte é real. Sei que vocês vão me entender melhor que ninguém… Afinal, sonhos nunca tem sentido. Principalmente quando há algo mais envolvido neles. Beijos, Julie.